Capitulo 15 – Emily.
Depois daquela cena no consultório não me sinto mais confortável na presença dele.
O medico me deu o diagnostico de Insuficiência istmo-cervical.
Explicou-me que nada mais é do que o colo do útero estar mais fraco que o normal, ser fino. Que conforme o bebê se desenvolve ele pode não suportar o peso. Não entendi muito bem, mas ele disse que tenho que me manter em repouso e não fazer esforço, e que na minha consulta eu poderia retirar minhas duvidas.
Tenho tentado me manter longe possível do Vitor, evitado ficar no mesmo lugar que ele.
Se ele esta na cozinha vou pra sala, se ele vai pra sala vou pra cozinha. E se ele volta à cozinha digo que estou cansada e subo pro quarto.
Não sou uma pessoa normal depois do estupro.
Lembro-me do medico dizendo que não sabia se a cirurgia daria resultado e se eu voltaria a ser uma mulher normal.
E quando minha mãe tentava conversar sobre o assunto eu sempre desviava do tema.
Até que um dia tivemos uma briga seria quando ela insistia que tínhamos que conversar, e após perceber que não adiantaria insistir acho que ela desistiu.
Neste dia depois de parar a discussão chorei tanto por ela me obrigar a reviver aquele dia. O meu pior dia.
Já faz 3 dias que quase perdi meu bebê.
Três dias evitando o Vitor e conseguindo!
Mas hoje é quarta e por ter faltado à consulta na segunda, acabou que o Vitor pediu para alguém do escritório dele remarcar para amanhã.
Ele esta na sala assistindo a um jogo quando desço e o chamo.
- Vitor. – ele se vira e me olha. Ele apenas curva o canto da boca em um principio de sorriso. Mas é suficiente pra eu mergulhe no mar azul dos seus olhos e suspire me perdendo no tempo.
- Senta aqui. – ele fala quando percebe que eu fico sem palavras e me mantenho apenas o encarando.
Dirijo-me ao sofá do lado contrario em que ele esta sentado e o sorriso some de seus lábios.
Ele me encara, se levanta e se aproxima.
Prendo o ar e ele senta ao meu lado, me vira de frente pra ele segurando em meus ombros, levanta uma das mãos e a coloca em meus lábios.
-Respira Emily... - ele fala abrindo meus lábios – eu não vou te morder...
Ele abre o sorriso torto e em seus olhos o mesmo desejo que sentimos no hospital.
Na mesma hora me lembro que foi quando ele mordeu meus lábios que me entreguei ao beijo no hospital.
Bate-me novamente o medo de tudo que estou sentindo, da descoberta de estar apaixonada por ele, da certeza de que nunca serei mulher pra ele e da vergonha de expor meus medos na presença dele no hospital.
Ele deve ter visto isso em meus olhos, pois suspira, solta meus lábios, encosta-se ao sofá e me puxa.
-Você gosta de futebol? – me pergunta.
Apenas confirmo com a cabeça e ele sorri.
Nunca assisti a um jogo, mas nos braços dele não será nenhum sacrifício.
Ele me abraça e me encosto em seu ombro, me aconchego em seus braços e me lembro.
-Amanhã tenho a consulta, preciso de carona.
-Eu te levo.
O que? Ele me leva, ele vai comigo?
-Mas... – ele me cala de novo.
-Shhh... Deita aqui... – diz me puxando pra encostar mais em seu peito, coloca uma perna em cada lado de meu corpo e nossas pernas esticadas sobre o sofá.
Congelo e fico tensa.
Ele me abraça por trás me puxa pra me encostar em seu peito e me da um beijo entre o ombro e o pescoço.
-Relaxa... Não vou fazer nada. Vamos apenas assistir o jogo...
Fácil falar neh...
Tento não me mexer quando percebo um volume me cutucando a coluna.
Ele acaricia meus braços, sobe até meu pescoço, volta a meu braço.
E isso vai me acalmando.
Até que relaxo. Adormecendo em seus braços.
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Uma Chance a Felicidade
RomanceProibido Para Menores de 18 ano Uma menina doce Que Ao tentar conhecer a Liberdade não Seu aniversario de 18 ano Vê SUA vida destruida e SEUS sonhos desfeitos. Agora gravida, sem saber qua dos estupradores E o pai e desesperada Vê a chance de tentar...