Shawn in Rio

Lucky strike

Eu não aguento mais ficar todo dia brigando com todo mundo na minha casa, é um inferno. Eu amo os meus pais e sei que eles tem uma forma de pensar diferente da minha e que pra eles é mais difícil de entender, mas eu não posso continuar aqui por enquanto senão vou ter surto e eu to falando sério. Esperei eles irem dormir e peguei uma bolsa bem grande e tudo que eu precisava. Nunca tive o costme de gastar muito dinheiro então desde pequena sempre guardei pra quando precisasse e acho que vai ser agora então peguei tudo e nem contei, mas era um dinheiro bom pra me virar pelo menos por alguns dias. Quando saí deveriam ser umas 23h e é bem perigoso andar sozinha a essa hora, principalmente na minha cidade.
Não to exatamente fugindo de casa afinal eu sempre ameaço ir embora e eles dizem que eu deveria mesmo sem contar que daqui a dois meses faço 18 anos então é indiferente. Eu até poderia ir pra casa de alguma amiga ja que eu fico mais la que aqui e os pais delas ja estão acostumados e deixaram claro que posso ficar sempre que quiser e o tempo que precisar, mas sei que não é bem assim e eles precisam ter o espaço deles então estava indo, mas não sabia pra onde exatamente.  
Sai e fui andando até a praia enquanto não decidia o que fazer, pelo menos ali haviam os quiosques e alguma movimentação. Depois de ficar um tempão na sentada na areia e ainda sem saber o que ia fazer resolvi andar um pouco, não sei nem como, mas estava sem sono entrei em uma rua de um condomínio fechado que pelo menos ali provavelmente ninguém iria me assaltar ou algo do tipo.
              POV Shawn
Aproveitei que tinha mais alguns dias livres e fiquei no rio, só que em segredo. Aluguei uma casa em um condomínio de São Conrado que foi um lugar que achei bem agradável e escolhi ficar sem ninguém, nem o pessoal que veio comigo. Quando sai do hotel fui direto pro aeroporto e depois do "embarque" peguei o carro e vim. Entrei em uma das ruas do condomínio e do nada apareceu uma pessoa atravessando. Não sei se eu que estava distraído demais ou ela que não deveria estar ali, mas foi tão rápido que não consegui frear antes e acabou batendo com uma intensidade que eu não sei qual porque não foi em mim que pegou. A única coisa que eu tinha que fazer era ser discreto e logo no primeiro dia atropelo alguém, incrível.
             POV Helena
Sabe quando você ta andando na rua e pensa "talvez se eu fosse atropelada, levasse um tiro, sofresse um acidente iam me valorizar mais" CARA eu não tava pensando sério, eu não queria ser de fato atropelada, mas acho que foi uma ótima experiência pra eu ser mais cuidadosa com o que """"desejo"""". Não diria que era uma dor perto da morte, mas doeu MUITO. 
- Desculpa, de verdade, eu não te vi aí - só vi uma pessoa saindo do carro e abaixando do meu lado, nem estava entendendo muito bem a situação ainda porque foi tudo muito rápido e tadinho, ele estava muito nervoso e nem era culpa dele. Ele nem devia ser daqui, devia estar de passagem porque nem era português que estava falando. 
- Tudo bem, não foi culpa sua - disse tentando me levantar, mas não dava, pelo menos não na hora
- Vem - ele disse me pegando no colo - Vou te levar pro hospital, ok?
- Não, não precisa, ta tudo bem, foi só uma pancada. De verdade, não é nada demais - eu não conseguia nem andar, mas também não achei necessário ir ao hospital, depois ia passar. - Sério mesmo, meu pai é médico eu to acostumada com vários casos assim, nunca aconteceu comigo, mas eu sei que não precisa. - isso era verdade. Ele estava meio sem ação e ainda estava me segurando. Fiquei com pena porque realmente não foi culpa dele e ele ficou bem preocupado. Mesmo eu tendo dito que não precisava ele me colocou no carro e eu também não tinha como fazer muita coisa.
- De verdade, não precisa.. eu moro logo aqui - disse apontando pra uma das ruas a nossa frente - Quando eu chegar eu falo pro meu pai que eu caí e ele vê se ta tudo bem - ele se ajeitou no banco e acendeu a luz, só aí que pude ver a cara dele. Não é que era o Shawn Mendes? Eu fui ao show dele semana passada e fiquei completamente apaixonada e olha que eu já era, mas ele ja não tinha que ter ido embora? De qualquer jeito preferi agir naturalmente, bem quieitinha. 
- Me fala onde é então pra eu te levar 
- É logo ali, eu posso ir andando, não vou te atrapalhar - tentei abrir a porta, mas ele apertou a trava na hora
- Fala onde é 
- Ta. Vira ali naquela 
- Aqui - disse apontando pra uma casa aleatória - ele saiu do carro e veio me pegar de novo no colo
- Nem ta doendo mais, pode ir, eu consigo andar já - mentira.
- Eu vou esperar você entrar - cara, que insistência.
- Meu pai não pode te ver, vai logo
- Eu explico pra ele, ele vai entender
- Não vai não, ele vai te denunciar
- Eu não vou sair ate você entrar - ele não confia em mim? Pra que isso tudo? 
- E eu não vou entrar até você sair 
- Ta bom - ele disse me colocando no chão e se sentando ao meu lado. - Eu tenho muito tempo sobrando.