(No) Sense

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- Você foi bem corajosa em fazer isso, não sei se conseguiria por mais ruim que nossa relação fosse.
- É.. eu amo os meus pais e foi justamente por isso que sai. Acho que vai melhorar muito se cada um tiver seu espaço, eu dou um jeito. De qualquer maneira eu não posso depender deles pra sempre, eu ia ter que sair um dia.
- Como você consegue? Acho que se fosse eu ia ficar a noite toda na rua chorando. Você lida tão bem com isso
- Ah.. eu sei que não é por mal e eu vejo tudo que acontece, tanto de bom quanto de ruim, como experiência de vida. Eu reclamo menos do que eu podia ter e agradeço mais pelo o que eu tenho e isso melhora tudo.
- Nossa.. nunca tinha pensado bem por esse lado... que incrível.
- Eu falo muito ne? - disse rindo - ainda dá tempo de destrancar a porta.
- Não, que tipo de sequestrador eu seria se deixasse você sair sem nenhum dano psicológico.
- Por favor, só não coloca Stitches - disse rindo e ele jogou um dos travesseiros em mim.
Ele se levantou e pegou uma das pomadas pra dor que o médico havia receitado e perguntou de novo de podia tirar a calça, fiz que sim com a cabeça, ele tirou e começou a passar. Não consegui esconder que tava doendo, minha cara já dizia tudo e olha que ele estava sendo hiper delicado, ele é um bebê. Ele parou de passar quando viu minha cara, ai é muito fofo eu nao aguento.
- Eu não consigo passar com você fazendo essa cara, me ajuda, é pra melhorar.
- Ta bom, continua - disse virando o rosto pro outro lado e ele riu.
Depois de passar ele deu um tapinha na parte que não estava machucada e levantou. Abriu uns armários que estavam no alto e jogou uns edredons e travesseiros no chão.
- Se você precisar de qualquer coisa eu vou estar aqui, ta? - ele disse enquanto começou a arrumar os edredons no chão.
- Você não vai dormir aí não! Não mesmo, vem pra cá - disse me arrastando da cama pros edredons que ele tinha arrumado.
- Claro que não, você quer que fique pior? Ta confortável pra mim, não tem problema. Se você precisar de alguma coisa, se começar a doer muito ou qualquer coisa você me chama, sai daí - ele tentou me levantar, mas forcei peso para não sair.
- Não! Você ja fez muita coisa e muito obrigada por isso, mas por favor, dorme pelo menos na cama
- Eu não vou sair daqui - ele disse se deitando nos edredons.
- Eu também não - disse me deitando também e fechando os olhos. A gente ficou nessa de que ninguém ia sair e eu acabei dormindo.

Shawn in RioOnde histórias criam vida. Descubra agora