Ao acaso

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 Ela estava very entediada olhando memes no facebook quando uma tal de Saore mandou mensagem via imbox.

" - oi, ta fazendo o que?

- eai, uai.. nada pq?

- ótimo, bora beber?

- ah eu adoraria gata, mas eu to quebrada!

- da nada, eu também to!

- kkk mas aonde mesmo? e com quem?

- uai, na minha casa, to chamando todo mundo! bora ver quem aparece, vc vem?

- oh, vou então, mas aonde você mora?

- to mandando a localização. vem agora okay?

- vou tomar um banho aki, calma!

- estou esperandooo "


 Chegando no local, Estella parecia meio perdida pois não conhecia muito bem as pessoas que estavam no recinto, mas isso foi passageiro, algumas catuabas e todos eram "melhores amigos" de infância até.

 Foi um tanto libertador beber acompanhada de tanto louco, a Saore se tornou uma boa amiga, até por que duas mulheres bêbadas resulta em uma grande amizade e desabafaram juntas já no primeiro rolê.

 Estella até se envolveu com uma menina que a "engoliu" praticamente, claaaro que a Estella odiou isso não é mesmo!! Deram se muito bem, e o sexo foi selvagem.. faziam dias que ela nem beijava na boca, foi só um lance mas foi um lance bom.


 No dia seguinte à festa, Saore e Estella acordaram procurando por mais bebida e cigarro, por sorte sobrou meia 51 e uma carteira que elas haviam escondido.  Os outros ainda dormiam, a maioria da galera tinha ido embora então elas fizeram uma caipirinha e sentaram pra beber e fumar sozinhas mesmo, ficaram conversando ainda meio de ressaca pelo que pareceu horas até que alguém acordasse, o tempo voou e aquela caipirinha não se demorou muito para acabar.

 Depois que todos ajudaram a limpar a bagunça, se despediram, porém as meninas ainda marcaram de se encontrar à noite para beber.

 A amizade continuou e se tornaram grandes amigas, quase como irmãs de muita bebedeira. No decorrer disso vivenciaram algumas desavenças, mas que no final sempre conseguiam "amenizar, afinal, nem tudo dá pra se resolver 100%. As amigas se apegaram muito uma à outra, se viam quase todos os dias e se algum dia ela fosse beber sem a companheira era como se tudo perdesse a graça.

 E perdeu-se.

 Aquela sensação de liberdade, agora que se separaram, a distância tortura, mas quando se encontram toda a saudade se dispersa, e volta à normalidade, mesmo que por poucos instantes.

 Mesmo assim, a solidão ainda permanece em Estella, sempre em volta, rodeando como uma sombra.


 4 meses após Estella havia mudado de cidade, para tentar mudar o rumo de sua vida, desde a separação ela praticamente não vivia, tudo era monótomo, bem que ela tentou mesmo:

conheceu novas pessoas, mas nenhuma delas eram vivas o suficiente, apenas sobreviviam, e aquilo parecia tóxico demais para ela.

"você precisa decidir um rumo!"

"minhas escolhas nem sempre são aceitas, acredito que nem por mim mesma."

"quem sabe esse não é o problema maior? você precisa se aceitar primeiro!"

"e se eu quiser... não viver?"

"bem, isso eu não posso aceitar."

"então não há o que decidir."


 Depois desse tempo fora ela voltou para visitar a família, de quebra passou pelos lugares aonde sempre ia, mas desta vez sozinha:

 Foi até o bar onde conheceu o amor e lá bebeu até fechar; foi ao monumento onde viu pela última vez uma grande amiga e fumou até seus olhos "sangrarem"; foi ao beco onde sua dignidade foi roubada e por lá chorou por se lembrar; por último, foi ao lugar aonde cresceu, o lugar que lembrava o sorriso quente de alguém que a amou sem questionar, pareceu bom se recordar, até a tristeza em seu coração alcançar.

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