Capítulo 17

172 22 2
                                    

POV Ally

Eu estava dormindo com Luna quando o telefone começou a tocar.

Não nego que fiquei zangada ao ver o nome de Camila brilhando na tela.

-O que foi Camila? - Perguntei bruscamente devido ao horário, eram quase quatro da manhã.

-Ally... - O tom de voz deixava claro que ela estava chorando.

-O que foi Mila? - Perguntei agora de forma suave, assustada com seu tom.

-O Nick... Ele... Ele tentou fugir de casa e... E... Sofreu um acidente.

-Meu Deus. - Levantei rapidamente e comecei a procurar por minhas roupas. - Como ele está?

-Ele tá em coma Ally. Teve um traumatismo craniano.

Fechei os olhos um segundo...

-Onde vocês estão? - Eu tinha certeza que as quatro estavam juntas naquele momento.

-No Memorial de Miami.

-Eu vou chamar um taxi e vou pra aí.

Ouvi apenas o choro de Camila enquanto ela desligava o telefone.

Me troquei rapidamente e vesti Luna da mesma forma. Ela sequer chegou a acordar.

Chamei um táxi e fui pro Memorial de Miami.

Logo na porta estavam Camila e Lauren. A olhos verdes tentava secar as lágrimas que a latina vertia. Apesar dos olhos secos, dava para ler na expressão de Lauren a sua angustia.

-Como ele está? - Perguntei sem demora.

-Mal. - Disse Laur ainda tentando secar as lágrimas de Mila. - Agora o médico tá falando de uma transfusão de sangue, mas parece que ninguém tem o tipo dele.

-Qual o tipo dele?

-AB negativo. A DJ é AB, mas é positivo. Mani e Mila são A negativo e eu sou O.

-Eu sou AB negativo.

Os olhos de Lauren se ergueram. Um brilho de esperança parecia brotar neles.

-Vamos entrar. - Digo sem demora.

Entramos e vamos pro setor pediátrico. Enquanto eu conversava com Dinah e Mani, Lauren procurou o médico e avisou que meu tipo sanguíneo era o mesmo de Nick.

Rapidamente doei o sangue.

-x-

O dia se arrastou lentamente naquela sala de espera do hospital, os médicos vieram apenas pra avisar que a transfusão tinha dado certo.

Camila e Lauren tinham ido embora, tinham Sam e Laur precisava trabalhar.  Pedi que levassem Luna. Ela podia brincar com Sam e ainda ficava longe daquele clima de hospital.

O silêncio era triste e aflito. Ninguém sabia o que dizer e muitas vezes o choro era compulsório.

-A culpa é minha. - Disse Dinah em um novo choro. - Eu bati nele, eu... Eu... A culpa é minha.

-Não. - Digo sentindo o peso da culpa comprimir meu peito. - É minha. Se eu não tivesse aparecido...

-Por favor. - Mani pediu em voz baixa. - Não existem culpados. Não vamos fazer isso.

Voltamos ao silêncio.

Quando a noite começou a cair eu olhei pras duas. Ambas estavam de roupão, com os cabelos bagunçados e claramente exaustas.

Segredos (2° Temporada de Trilateral)Onde histórias criam vida. Descubra agora