Parte 5

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Andaram até a pracinha, que formava um largo entre os quarteirões, toda enfeitada com pisca-piscas multicolores e um pinheirinho decorado, plantado há muitos natais e que ficava mais alto a cada ano.
    
Algumas poucas crianças brincavam nas gangorras e balanços e Amanda puxou o jovem médico para um pouco mais distante da algazarra, sentando ambos em um banco liso de concreto.

Abriu o sua garrafa de cerveja, destampou o pote que trouxera, oferecendo castanhas torradas a Emmanuel.

— Me diga até quando vai implicar comigo? Não entendo as suas atitudes, sabia? – Emmanuel protestoudepois de uma golada refrescante de sua cerveja gelada, pegando algumas castanhas torradas do pote.
    
— Sou imprevisível, não? – Amanda perguntou, divertida. — Isso é um dos defeitos daquelas que são regidas por Yemanjá! Mas, respondendo à sua pergunta, vou parar de implicar contigo quando você deixar de ser o queridinho do meu papai!
    
— Ah! Então isso são ciúmes??
    
— Pode ser... mas que Seu Jamil me enche o saco falando de você, ele enche!
    
— Temos muitas afinidades, isso é fato. Vejo o Seu Jamil como mais que um amigo... ele é meu Dirigente Espiritual, me acolheu em seu Ilê, é mesmo com um pai... embora que com omeu próprio pai, já falecido, eu jamais tive tamanha afinidade.
    
— A nossa Religião explica muito disso, felizmente! Quer que eu te conte uma história sobre um menino especial?
    
 — De novo? – Pensando que Amanda repetiria a história que contou há pouco em casa, Emmanuel deu de ombros, apenas para não contrariar a moça. — Tudo bem. Conte.
    
Depois de engolir uma castanha com um gole da cerveja, Amanda se concentrou em sua narrativa, sabendo que surpreenderia o rapaz.

Não passou despercebido por ela o desdenho dele.

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