Não foi fácil crescer e continuar sendo criança, ouvindo mãe falar de responsabilidade quando os quatorze só servia para correr na rua enquanto um conta no porte da esquina. Porra, eu amava isso, sabe? ''Corre, corre, corre, ele tá contando, corre'', enquanto ela lá de cima ficava olhando pra gente brincar; me perguntava o porquê, sabe? Nunca entendi muito bem até saber que a mãe dela não gostava de mim e falava ''Não vai ter nada com esse vagabundinho, família pobre não ganha nada com a gente''. Minha família sempre foi simples, mas nunca fui vagabundo. Nunca! Aquilo me fez sentir ódio, raiva e eu não a culpava até que ela resolveu dar uma de 'queixo empinado' e ferrou com tudo. Criei ranço dela e nunca mais quis olhar ou falar ou citar nomes, sentia uma grande azia.
No meu aniversário todos os meus amigos foram convidados, até ela, mas a mãe dela não deixou. Ouvia minha mãe fuxicar ''A família dela só tem retardado, vive na mesma rua, mesmo bairro e querem se achar os 'tais', é foda lidar com gente assim'', é mãe, concordo. Eu me sentia triste no fundo, entende? Rancor não traz saúde, apenas prejuízos. Eu a amava com todas as minhas forças, só que era tão difícil aquela situação, lidar com tudo isso e ainda ter que aguentar aquele orgulho todo e ego.
Só que o futuro Deus estava trabalhando, fosse ele bom ou ruim, só iria descobrir com o tempo e eu sabia disso. Só que a ansiedade de vê-la no altar era grande, passei grandes noites olhando para o céu no teto da minha casa pensando nisso; em mim e ela namorando na beira do mar. É foda.
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Eu queria me casar com ela, mas ela vai casar com outro
RomanceO livro será pequeno, expressando um curta sobre a vida do jovem ''Bernardo'' que vive em um mundo depressivo e excluído, após ter tentado um romance com uma amiga e não ter dado certo. O término resultou em bebidas e ressacas de desamores. Vomitar...