Eu errei em julgar.

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     Só que eu havia caído de paraquedas na vida dela, um acaso muito estranho, um porquê sem explicações, sabe? No seu pior momento da relação e nós dois se pegava pelos cantos, eu suprindo sua carência enquanto mergulhava num mar de desamor sem saber o porquê. Eu só queria sentir o tempo todo, desde a boca, o beijo, ao cheiro, ao corpo, sentir a pele e minha língua navegando nele nú. Eu experimentei o seu pior defeito e desejei tudo como se fosse a última vez, sempre fazendo com vontade, amor, paixão, afeto, raiva, ódio, todos os sentimentos diabólicos e angelicais. 

     Ela despia a roupa e eu via aquele corpo nú, uma obra barroca, entre a perca da razão e a fé. E eu me perdia literalmente, me enchia de prazer, gritava o nome enquanto sentia aqueles lábios tocando a barriga, ouvia o gemido ''Meu poeta'', era sensações loucas que nunca foram bem resolvidas. O conto de fadas acabou quando se aproximou da data do casamento: ''Esse é um adeus, não podemos ter nada, perdão.'' deixou apenas a calcinha e o cheiro do perfume nos meus travesseiros e levou minha blusa, disse que nunca iria se esquecer de mim. Filha da puta!

     Chorei horrores, mas a tequila, a vodca e o cigarro me acompanhou muito nessa, foram companheiras necessárias no pior momento da minha vida. Eu errei em julgar, mas acertei que daria merda. A gente viveu igual dois condenados e eu queria mais, queria vê-la se declarando enquanto eu entrava nela. Queria tê-la comigo ali, no para sempre, só que ela só pensou  na primeira parte do livro e não nas últimas. Infelizmente.

Eu queria me casar com ela, mas ela vai casar com outroOnde histórias criam vida. Descubra agora