Capítulo 11

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— Você tem certeza, senhorita? — o homem de baixa estatura, corpo volumoso e barba rala vestindo o uniforme da polícia, questiona enquanto encara-me com uma das suas sobrancelhas escuras arqueadas.
Eu olho ao meu redor nervosamente, fitando o tio Jeon que mantém os braços cruzados na altura do peito e então, faço o mesmo com o senhor Taehyung o qual esconde ambas as mãos dentro dos bolsos. Todavia, ambos olham séria e atentamente para as perguntas do policial. O clima pesado no quarto hospitalar não deixa dúvidas do quão tensa as coisas se tornaram.
Volto minha atenção ao policial novamente. — Sim, eu tenho certeza. — afirmo, umedecendo os lábios ressecados. Tão ressecados devido ao maldito nervosismo, que os sinto rachando. — Eu vi o Baron em meio a toda aquela confusão, mas ainda não entendo... haviam tantas pessoas por lá, por que estão tão inquietos depois que falei seu nome? — insisto, fazendo o policial coçar a cabeça, como se ponderasse se vale a pena ou não me explicar
— Como eu disse, o sítio do senhor Jeon fora invadido. — ele diz, fazendo-me institivamente encolher os ombros. Aquilo era verdade, senhor Taehyung e eu ficamos sabendo ao caminho do hospital, ainda dentro do carro, que o sítio havia sido invadido. Um calafrio cortou meu corpo, quando ouvi sobre isso. Eu se quer posso imaginar o que teria acontecido se eu não tivesse passado o dia com o senhor Taehyung em sua casa. Em dias normais, eu estaria lá sozinha, até o retorno do tio. Só o mero pensamento me faz retrair meu corpo de novo.
Quando contei a eles que vi Baron em meio a multidão, não posso esquecer como se entre olharam e seus maxilares trincaram em desgosto. Fora uma reação compartilha, e isso me gerou uma sensação desconfortável.
Cacete, após o tio ser devidamente examinado e ter alguns curativos e pomadas sobre suas leves queimaduras, ao retornamos para o quarto, havia esse policial, se apresentando como: “policial Silva, e eu tenho algumas perguntas senhorita S/N” foram suas palavras exatas.
— Não estamos acusando ninguém. — tenta me acalma, fazendo o senhor Taehyung bufar. Mas o policial ignora. — Só estamos tentando compreender o que o senhor Oliveira estaria fazendo lá.
— Eu não sei...
O policial espreme os olhos de cor âmbar, para mim. — Já tivera algum contanto com ele alguma vez?
Dou de ombros. — Uma vez. — afirmo, trazendo a toda todos os altos e baixos daquele dia. Ao ponto da lembrança do sexo no banco trás se chocar contra meu cérebro, obrigando-me a lançar um olhar culpado para o tio, que por sua vez perece ter capitado a mensagem, e minuciosamente aventura-se através do olhar pelo meu corpo, demorando-se em meu quadril. Automaticamente aperto meus dedos, controlando-me forçosamente. Porra, isso não é hora e nem lugar para um olhar tão sujo.
— Como eu ia dizendo... — limpo a garganta, manipulando uma mexa mesa do meu cabelo para atrás da minha própria orelha. — O conheci na rodoviária a alguns dias atrás. Ele foi gentil comigo, até mesmo me ofereceu um lenço, e isso foi tudo. — o policial levanta uma sobrancelha deixando claro que não o convenci. Então, complementei: — Meu contato foi pouco, porque o tio Jeon chegou logo em seguida.
O policial lança um olhar severo por cima dos meus ombros para o tio. — Esteve em contato com ele?
— Estive em contato com a S/N. — esclarece em um tom tão gélido e inexpressivo, tornando saber se ele ao menos está com raiva uma missão quase impossível. Seus olhos mortificantes, denotam nada além de desinteresse e ausência de empatia ao que diz respeito ao Baron, mas por quê? O que o Baron fez de tão ruim para que o tio se quer sinta-se empático a sua existência?
— Mas está não é a questão aqui, certo? — senhor Taehyung interfere, com os olhos fechados e um sorriso de faixada. — Queremos entender o que está acontecendo, policial Silva. Coincidência estranha... a empresa pegar fogo e a casa ser invadida.
— Iremos cuidar disto, senhor Kim. — responde o policial, desdenhosamente.
— E eu acredito na competência de vocês, não há dúvidas. Seu superior me assegurou isso ainda pouco pelo telefone. — Senhor Taehyung mantém uma expressão solene no rosto, ao proferir. É tão estranho, após vê-los irritados no carro, agindo como se esse problema tão pouco os afetasse.
— Senhorita S/N, obrigado pelo seu tempo. — agradece o policial, enquanto lança um olhar mortal para o senhor Taehyung, que por sua vez, continua sorrindo. — Estaremos tomando as providências cabíveis. No mais, por favor, tome cuidado e mantenha-se longe daquela casa por enquanto.
Aturdida, se quer tenho tempo para falar, antes que o policial girasse em seu calcanhar e saísse, fechando a porta a suas costas e nos deixando sozinhos.
— Bom, parece que temos um problema. — senhor Taehyung cantarolou, batendo as mãos uma contra a outra.
Tio exasperou, aparentando mais cansaço ainda. — Não acredito que invadiram minha casa... — levou a mão até o rosto. Seus fios escuros descansaram sobre ela, fazendo-o parecer uma obra prima.
— Se quer levaram nada, isto é o mais preocupante, depois de tudo. — senhor Taehyung bate os cílios pesados em desgosto. Ele calmamente prende o queixo entre o dedo indicador e o polegar. — Porém, não sabemos se algo importante foi levado.
— Não guardo nada de importante em casa. — tio rebate, ainda escondendo o rosto. — Ainda assim, pago uma fortuna pelos alarmes e manutenção deles.
— Se quer adianta chorar pelo leite derramado. — concluí senhor Taehyung, movendo-se para a porta. — Bem, vou tomar um ar e beber algo enquanto esperamos sua alta. Querem alguma coisa, pequeno Jeongguk e ovelhinha?
— Não, obrigada. — declino com um sorriso fraco.
— Um café forte. — tio aceita e faz seu pedido.
— Certo. — senhor Taehyung diz e sai. Mas é claro, não antes de me poupar uma piscadela insinuativa, fazendo-me retroceder a mais cedo, sendo assim, ao nosso beijo. Meu rosto cora com a lembrança.
Filho da mãe...
— Vejo que estão se dando bem. — a observação do tio Jeon me alarma. É claro que ele estaria prestando atenção, que idiotice a minha. É o tio Jeongguk depois de tudo. Aquele de quem malditamente nunca consegui manter segredos.
—Eu acho que sim. — minha culpa juntamente ao medo derrubam minha voz, resumindo-o a nada além de um infeliz gemido resignado.
Ouço seus passos, lentos e preguiçosos, se aproximando. Meu coração salta desesperadamente em meu peito. Curiosamente prendo o ar, quando sua presença queima em minhas costas; infiltrando-se vagarosamente entre meus poros e chocando-se contra meus ossos, ocasionando um tilintar genuíno dentro de mim
O aroma de hortelã me sonda, me rodeia e me hipnotiza. É o familiar e aconchegante perfume de quem tanto amo.
Fecho os olhos inspirando profundamente, quando sua respiração roça ao pé do meu pescoço. Tio delicadamente afasta meu cabelo, pondo-o de lado.
— Você está tensa, S/N. — comenta, descendo os dedos ao longo das minhas costas. Solto um gemido, lutando para simplesmente não desmaiar. Não aguento mais emoções, por hoje já deu. — Quer me contar sobre isso?
Oh, não...
— Eu estou cansada, tive um dia e tanto, tio. — o que de fato não é uma mentira. Este dia foi tão louco que parecem anos. Meu corpo se quer teve tempo para relaxar, eu apenas continuo sendo arrastada por essas ondas de desejo, pecado e excitação.
Tio segurou em meus ombros e virou-me para ele. Quando nossos olhos se encontraram, senti-me nua. Com a intensidade pesando e queimando dentro deles. Eu o vejo com um semblante tão frio e desinteressado, contrastando diretamente com o inferno que são seus olhos.
— Apenas isso? — sua voz dança dentro da minha cabeça. Pisco confusa, alarmada e totalmente arrependida. Eu havia beijado seu melhor amigo, e havia achado tão bom quanto beij-lo. Isso compromete totalmente minha índole. Estou exausta de apontar o dedo para mim mesma. Isso demanda uma saúde mental estável, luxo o qual não possuo. E quando não respondo, tio cruza os braços; obrigando-me cessar os devaneios.
— Tio e-eu... — mordo a língua, pois não consigo admitir meu pecado. Eu o amo tanto e o pensando de perde-lo me faz tremer. Se eu contar, ele me odiara. Encolho os ombros, ser odiada por ele? Oh, Deus... Não serei capaz de lidar. Por isso, quando as lágrimas ameaçaram romper em meus olhos, inadvertidamente, puxo-o para um beijo, deixando-o nada mais do que surpreso.
Me elevo na ponta dos pés, lançando meus braços sobre seus ombros ao buscar equilíbrio para não cair. Com um silencioso pedido de desculpas, serpenteio minha língua para dentro de sua boca, abrindo passagem por entre seus dentes e fazendo meu caminho para o interior.
A surpresa do tio, passa em um piscar de olhos, seus braços se fecham em mim. Ele me puxa para si, quanto nossas línguas se embolam irrestritamente, permitindo, ocasionalmente, alguns gemidos pecaminosos.
Logo, esqueço-me que estamos em um quarto. Tentando expulsar o medo, a culpa o e remorso; cedendo o lugar para o familiar formigamento em meu corpo. Nossas cabeças vão em sentidos opostos, com uma voracidade animalesca. Eu amo a textura de seus lábios sobre os meus. A forma a qual são macios e úmidos.
Seus dedos agarram a bainha da minha jardineira, e eu prego entre seus lábios: “Porra.” Fazendo-o recuar e me encarar.
— Onde tem aprendido essas palavras? — inquere.
Dou uma risada inquieta. — Simplesmente me escapa. Quando estou com o senhor, perco o controle...
— Você tem perdido o controle com frequência ultimamente?
Arregalo os olhos, após ser nocauteada com sucesso pelo seu questionamento. Céus, é exatamente o que venho perdendo. Quebrando aos poucos e cedendo a necessidade mais obscura e básica do ser humano.
Recuo um passo, e claro, tio não perde minha reação. — Se há algo que queira dizer, apenas diga. — instiga, em um tom autoritário o qual não demanda questionamentos.
Meu corpo gela. — Por favor, tio. — suplico. Minha garganta se fecha e um nó se instala nela. — E-eu...
— Por que está implorando? — sua voz é tão glacial que me sinto sendo sepultada em um delicado caixão de gelo.
— E-eu não estou pronta para falar ainda. — meus lábios tremulam, enquanto sinto todo o sangue do meu corpo sendo drenado. — Eu amo o senhor, tio. Amo ao ponto de sentir meu corpo se dilacerando, por favor, apenas não me obrigue a falar agora. — meus joelhos cedem e eu me baixo. As lágrimas derramam uma após a outra no chão do quarto.
Eu não sei o que fazer se ele insistir. O que falar ou como lidar com sua reação; apenas quero envolver-me em uma bolha protetora. Céus, eu queria apenas que mamãe ou papai estivessem bem aqui agora...
Enxugo meus olhos, quando uma mão, delicadamente, afaga minha cabeça. As lágrimas em excesso embaçam minha visão. Mas pelo hortelã me consumindo, eu sei que é o tio. Ele se agacha, levanta meu queixo com apenas um dedo, então me beija.
É diferente do outro. De todos os outros, para ser sincera. Tio está sendo gentil, levando-me ternamente para longe do abismo. Seus lábios sugam a parte inferior dos meus, e sua língua chama pela minha.
Eu dou isso a ele, embora meu coração bata furiosamente e ecoe nos meus ouvidos. Sentada no chão, sendo beijada tão acolhedoramente pelo tio, posso finalmente deixar de tremer.
Mas quando ele separa nossos lábios, não posso me impedir de minguar novamente.
— Não irei obriga-la, S/N. — impõe, enquanto meus fios peneiram entre seus longos dedos. — Tem sido dias difíceis para você. Sei que Julia odiaria mais do que tudo vê-la assim.
Sua gentileza parte meu coração. Eu não a mereço, mas não quero perde-lo também. Agarro seu blazer entre os dedos e imploro através do contato visual para que não me odeie. E como se isso não fosse o suficiente, expresso em palavras.
— A-penas não me odeie, por favor...
— Sou simplesmente imune a tal feito, S/N. — me assegura. — “Ódio” é uma palavra forte demais. As pessoas tendem a usá-la inadequadamente. De fato, são muitos casos que geram revolta, o que ainda difere de ódio. Mas, acredito piamente que este nunca será esse caso aqui. Eu nunca a odiarei!
Estico meus braços e o envolto ao redor da cintura dele. — Eu te amo. — ronrono, ainda que eu fungue. Apenas me permito estarmos assim.
— Eu também a amo! — replica confiantemente. Com tanta confiança e sinceridade que encaro assustada, com medo de ter ouvido errado. E seu toque suave e compreensível não ajuda nada meus nervos. Minha boca se abre para pedir que diga mais uma vez.
Isso, é claro, até a porta do quarto se abrir. E senhor Taehyung entrar falando alguma coisa. Somente sua voz, faz meu coração perder o ritmo mais uma vez. Então aperto o tio, forte o suficiente para tentar apagar o meu pecado.
Talvez senhor Taehyung tenha finalmente reparado a situação.
Porque, de forma preocupada, sua voz sobrevoa-nos.  — O que houve?
Meu corpo automaticamente encolhe, porque Deus, o demônio retornou. Preciso fazer minhas preces...
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤ***
POR ALGUMA RAZÃO, o senhor Taehyung tem me evitado!
Sim, eu deveria estar, no mínimo, feliz com isso. Todavia, continuo mais e mais incomodada e sentindo-me ferida. Desde o problema com o incêndio, seis dias — sendo precisa —, se passaram.
A confusão no quarto do hospital se desenrolou em silêncio, com o tio dando de ombros e respondendo: “Nada em particular.” Para o senhor Taehyung que, estranhamente, não insistiu. Como se ambos se comunicassem de uma maneira única.
Naquela mesma noite, fomos para casa, tudo ainda parecia tão normal. Contudo, na manhã seguinte, ele me cumprimentou chamando-me pelo meu nome. E “Ovelhinha”fora abandonado ao longo da semana. No início, pensei que era devido o tio estar presente, mas ainda que o mesmo que não estivesse, senhor Taehyung apenas mantinha uma distância decente, conversando sobre assuntos aleatórios. O que, novamente, deveria que deixar tranquila e satisfeita, porém, apenas sinto-me aflita.
Como não podemos voltar para o sitio, fora de senso comum e acordado que ficaríamos na casa do melhor amigo do tio. E por mais que o tio Jeongguk tenda se a ausentar para ir à delegacia ou ao encontro de sua perdida secretária Eleonora e, consequentemente, senhor Taehyung e eu fiquemos sozinhos, tudo parece tão diferente de antes. Solitário e doloroso são os adjetivos corretos.
A mim não tem chegado informações sobre o Baron ou o motivo de terem invadido nossa casa. Nem se quer sei se uma coisa está ligada diretamente a outra.
Hoje, para meu alivio, tio decidiu que iriamos ao mercado comprar alguns mantimentos. Estar ao lado do tio Jeon me acalma e faz com que eu de fato esqueça o incomodo crescente devido as atitudes do senhor Taehyung.
Contudo, bastou o tio se afastar cinco segundos, avisando que iria retornar rapidamente ao corredor o qual acabamos de passar, para que eu me sinta triste novamente. E tudo isso, talvez, porque a minha frente há alguns piercings de língua. Em especial um vermelho o qual combinaria adequadamente com o senhor Taehyung. Parece pegar fogo, assim como seus olhos, assim também como seu cabelo; tal como seus lábios, sua língua, suas mãos...
Balanço a cabeça expulsando os pensamentos.
‘Eu amo o tio’ lembro a mim mesma, categoricamente, a fim de expulsar esses batimentos extras em meu peito. Tio Jeon também disse que me amava naquele momento, e só de recordar, meu pulso acelera. Eu sinto obviamente este amor aqui dentro, ao mesmo tempo em que lamento, de alguma forma, a repentina perda de interesse do senhor Taehyung. Será que desde o inicio era apenas isso? A curiosidade de saber como era? Meu peito se aperta, e não posso me impedir de consola-lo com ambas as mãos.
Deu, porque sinto-me assim?
­— Pretende furar a língua também ou apenas deseja dá-los como uma oferta de paz? — A voz do tio arranca-me de minha confusão mental. Ele está parado ao meu lado, segurando duas garrafas de Guaracamp. Semicerrei os olhos para os conteúdos, porque, de alguma forma, eu sei que o senhor Taehyung ficará irritado ao vê-los. Sei que haverá uma dramatização da parte do ruivo, pois costuma fazer sucos naturais. Só o pensamento do tio o ignorando enquanto falta enfartar, me faz rir. E com o sorrir, claro, uma dor sufocante.
— O quê? — inquere.
— Nada, apenas sei que o senhor Taehyung ficara ressentido. — explico, mantendo a dor apenas para mim.
Tio põe as garrafas dentro do nosso carrinho de compras. — Eu não me importo. — esclarece, pondo uma mexa de se cabelo para atrás da orelha. Ele deixa suas pequenas argolas expostas. Eu o fito, levando meu próprio tempo, ao admira-lo em uma camiseta preta cujo modelo implica um V. Seu jeans modela suas pernas e da um volume extra a sua região inferior. És tão bonito, e tão pouco consciente de sua beleza. Olho rapidamente ao redor do corredor e vejo um par de garotas cochichando enquanto o encaram. Uma mãe que carrega seu filho, e dispõe de alguns olhares discretos em sua direção. Há também uma mulher que conversa no telefone, mas não presta totalmente atenção na ligação. Mordo o lábio em desgosto.
— Tio... — o chamo, aproximando-me propositalmente.
— Hm?
Fico na ponta dos pés, dando-lhe um beijo rápido. — Está incrivelmente bonito hoje.
— Agradecido, você também está um encanto, S/N. — retorna meu elogio, tecendo claramente, um tom agudo e desejável. Ele fará você cobiça-o somente de olha-lo.
Tio abre espaço para a mulher do telefone que, repentinamente, para ao nosso lado e começa a olhar alguns brincos. Ela oferece a ele alguns olhares de soslaio, o que obviamente me emputece. Ok, talvez eu não devesse me sentir assim depois do que fiz com o senhor Taehyung, no entanto, não posso me policiar.
— Vai querer leva-los? — tio aponta para os piercings. Suspiro angustiadamente.
—Se quer sei se o senhor Taehyung ira aceita-los.
Tio cruza os braços. — É o Taehyung. Ele simplesmente ficará feliz se você o mostrar que se lembrou dele. Nem que seja apenas no momento de comprar o presente, Taehyung apenas o fará.
Assinto com a cabeça. — Então os levarei.
— Os? No plural?
— Claro. Veja aquela argola lá em cima. — aponto para o conjunto de argolas douradas no topo da prateleira. Eu as avistei de longe, por isso me aproximei. Contudo, perdi-me ao vislumbrar os piercings. — Levarei para os senhores.
Tio não questiona.
Movo-me para a prateleira, ficando ainda mais perto da moça ao telefone. Puxo o piercing e as argolas também. Ponho-as no carrinho e me volto para o tio.
— Mais alguma coisa? — me pergunta.
— Não, da minha parte é apenas isso mesmo. E o senhor?
— Preciso apenas pegar alguns miojos e terminamos.
— O senhor Taehyung irá chiar loucamente.
Erguendo uma maldita sobrancelha sedutora, diz: — Eu não ligo.
VINTE MINUTOS DEPOIS, estávamos estacionados na frente da casa do senhor Taehyung. O que fez meu peito aperta e de certa forma, eu desejar nunca ter que sair do carro. Mas tio, já abria a porta e saia, indo em direção ao porta-malas para pegar as bolsas. Eu trouxe as argolas e o piercing em meu colo. Mas agora, eu não sei como entregar o maldito piercing.
Sai do carro e vou ajudar o tio, percebendo que ele carregava boa parte das sacolas plásticas, deixado apenas as que continham uma quantia significativa de miojos dentro. Revirei os olhos, esperando que o senhor Taehyung não me veja com elas, pois se não, corro o risco de tê-las sendo arrancadas de mim e despejadas diretamente dentro do lixo. Porém, o pensamento não me parece tão assustador assim, ascendendo uma pequena faísca de esperança de ser tocada. Ao perceber meu próprio anseio e necessidade, recuo em uma lastimável tentativa de abandonar os pensamentos conflitantes dentro daquele porta-malas.
— Vamos, S/N. — tio evoca próximo a entrada. Deus, como ele anda rápido. Atravessamos a sala e fomos direto para a cozinha. Ela está vazia, sem sinal ou pistas de que o senhor Taehyung estivera aqui. Eu me encolho, sentindo novamente aquela decepção que tem se tornado muito familiar nos últimos dias.
Deixo a sacola de miojos junto as demais próximas ao balcão. Tio está bebendo água, e quando nossos olhos se esbarram, ele me oferece.
— Não, muito obrigada, tio.
Sento-me em um banco e começo a esfregar com os dedos os acessórios. Lutando abertamente contra meus próprios demônios pessoais, quando o tio se sentou à minha frente e de repente, começou a retirar seus brincos.
— O que está fazendo? — pergunto chocada.
— Você colocará seu presente em mim. — explica. Seu rosto é tão inexpressivo como sempre, embora algo me diga que ele está, novamente, sendo gentil comigo, fazendo-me corar sutilmente.
— C-certo. — retiro as argolas douradas da embalagem e me posiciono para pô-las. Inclinada, afasto seu cabelo e coloco a primeira argola.
— Por que você sempre usa tops ao invés de sutiãs comuns. — tio pergunta, fechando sua palma ao redor do meu seio direito. Engulo a seco o gritinho que quase me escapuliu ao sentir seu toque. Ele arrasta o polegar sobre o tecido fino do meu vestido, fazendo-me gemer. Como uma resposta direta ao seu toque, meus mamilos endurecem.
— Por-porque é mais confortável. — explico, ou ao menos tento.
A explicação não aparenta convence-lo, embora eu não esteja preocupada com isso. E sim com a excitação crescente entre minhas pernas. E eu não sou a melhor pessoa para lidar com isso. Agora seus dedos se arrastam ao longo de minha barriga e descem indecentemente até minhas pernas nuas. Tio encontra a bainha do meu vestido e começa a subir por dentro dele.
— Continue. — exige. Eu pigarreio assustada e totalmente tremula. Não há como eu colocar o outro brinco em sua orelha sem machuca-lo com meu nervosismo.
— Não posso quando me toca assim. — elucido, soltando um gemido quando suas mãos apertam com uma propriedade absurda a minha bunda. Só para que em seguida possa arranha-la.
— Eu mandei, fazê-lo. — rosna seu comando.
Maneio meu quadril para o lado ao posicionar a segunda argola. Meu coração batendo na minha garganta de tão forte; e quando consigo fechar o acessório, sem mais nem menos, sou surpreendia por um dedo ligeiro o qual, sagazmente, desliza dentro da entrada.
— Tão molhada aqui embaixo. — tio comenta, fazendo-me corar com o barulho o qual seu dedo em movimentos rápidos acarreta.
Mordo o lábio, recebendo pacientemente suas investidas, ao ponto de separar as pernas para que tenha mais espaço.
— Boa menina. — elogia, deixando-me sem jeito.
Sua mão livre me puxa para mais perto. — Sente-se em meu colo. — comanda, e eu o faço.
Tio ajeita os dedos até que estejamos confortáveis. Ele massageia meu clitóris com o polegar repetidamente, guiando-me para um orgasmo o qual começa a se formular.
Mordo os lábios para reter os gemidos insistentes. Pensar que o senhor Taehyung pode simplesmente adentrar a cozinha e nos pegar desta maneira deveria me assustar, porém só contribui para me deixar mais um passo do ápice.
Beijo os lábios do tio, lançando sobre eles minha respiração pesada. Cravo meus dedos em seu corou cabelo e ele urra de tesão. Estou sendo empurrada cada vez mais a uma libertação profunda. E quando o cinto me varrendo por dentro, colo minha esta na do tio e fecho os olhos.
— Goze para mim, como uma boa menina. — sua voz é como cascalhos sendo balançados por uma ventania. Eu sei que está tão cheio de tesão quanto eu, por isso, atrevidamente peço:
— Ponha dentro de mim, tio. Vamos gozar juntos!
Ele sorrir para ousadia. — Quer transar dentro da cozinha, mesmo sabendo que o Taehyung está em casa?
Merda, eu malditamente estou achando isso divertido.
— Sim. — arrisco passar a língua sobre seus lábios. — Apenas me foda, tio.
Um brilho animalesco e primitivo atravessa seu olhar, quando em um pulo, tio afasta seu dedo, nos põe de pé. Arrasta-me pelos cotovelos para o final da bancada e — após arriar meu vestido até minha cintura e certificar-se que meus mamilos duros estavam expostos, inclinou-se sobre a mesa, para que meu olhar estivesse direcionado para a entrada da cozinha, por onde o senhor Taehyung pode adentrar a qualquer momento —, e abrindo o zíper e retirando minha calcinha, aproxima seu membro da minha entrada úmida e  me penetra.
Não é algo calmo, ele sem cerimonias, abri espaço entre minhas paredes vaginais e enfia tudo dentro de mim em uma única tacada. Tio estoca dentro de mim como um animal fora do controle, deixando-me enlouquecida de tesão. Minha voz rapidamente preenche a cozinha, tomando conta dela. Eu não quero gritar, mas as fortes e constantes bombeadas entre minhas penas não me deixam escolha.
— Estenda os braços sobre o balcão. — ele gemeu na ultima parte, deixando-me ainda mais molhada.
Sigo seu comando. Tio agarra meu cabelo e o enrola em seu punho; em seguida, com a mão livre, aperta meu quadril, estabilizando-me quando se chocou mais uma vez contra mim, E cacete, eu me perco, jogando a cabeça para atrás deleitando o prazer que a dor me proporciona.
Tio sem pudor, bombeia entre minhas pernas, me tomando primitivamente. Empurrando-me diretamente para o orgasmo e antes que o mesmo me atinja, diminuindo o ritmo para que ele seja ineficaz. Não importa quantas vezes eu choramingue, tio ainda me castiga.
O som de nossas peles chocando uma contra a outra quase supera meus gemidos. É alto, delicioso e sujo.
— Me engula desta forma, S/N. — vociferou aumentando a velocidade. — Você está molhada e escorregando ao meu redor, ainda assim, é malditamente apertada, porra! — resmungou.
Dei a ele tudo de mim, sem ter onde me agarrar sem enlouquecer, apenas gemi com tudo que tenho.
— Coma-me, tio. — berro, literalmente.
Tio Jeon impulsiona contra mim, encaminhando-me outra vez a um orgasmo.
— Peça-me para deixa-la gozar. — exigiu, inclinando-se sobre mim, e alcançando o meu ouvido. Ele puxou meu cabelo rudemente. Só com isso, eu poderia gozar facilmente, contudo, tomei um pouco de ar.
— Por favor, deixe-me gozar, tio.
— Boa menina. — declarou, enterrando suas bolas em mim. Ao mesmo tempo em que gritei, gozei. Foi um inferno de tão gostoso, meu coração batendo fodidamente forte, enquanto suas estocadas vão de encontro com meu útero.
Mas tio não diminui a velocidade, ele apenas se choca mais e mais até que proferisse algumas maldições e xingamentos baixinhos. Eu soube então, quando seu néctar me preencheu por dentro, perpetrando um ultimo e galante gemido, que havia chegado a seu ápice.
Ele solta meu cabelo e meus quadris. Contudo, disfere dois tapas contra minha bunda e comunica roucamente:
— Irei tê-la da próxima vez.
Eu se quer tenho forças para refutar. Sinto o princípio de seu gozo escorrer entre minha vagina. Minha nossa, sei que tomo anticoncepcional, vacina e acompanho meu período de ovolução. Mas preciso parar de transar sem camisinha com o tio. Eu nunca fiz isso com Cadu, cacete.
As mãos do dele me puxam para longe da mesa. Quando me viro para ele, percebo que seu jeans já está no lugar. Ele ajeita meu vestido e entrega minha calcinha.
— Você é sempre tão boa. — comenta, beijando-me docemente.
Lanço meus braços ao redor do seu ombro e aproveito o beijo. Sua mão começa a descer novamente, quando o celular toca. O maldito celular tocando de novo.
Sei que irá atende-lo, devido a seu vicio no trabalho.
— Alô. — atende. — Certo, eu não me esqueci. Apenas houve um imprevisto. — ele aperta minha bunda com a mão livre, deixando claro o que fora o seu “imprevisto.” E eu não posso deixar de sorrir, tendo em mente que o fiz se atrasar. Ponto para mim.
Tio Jeon encerra a chamada e me dá outro beijo. Ele leva seu tempo, brincando e instigando minha língua até que meu corpo se ascendesse mais uma vez. Então, para.
— Diga o Taehyung que precisei ir ao encontro do senhor Nunes. — pede, beijando-me brevemente desta vez. — Informe também que o jantar hoje será por minha conta. Que encontrarei vocês dois mais tarde no lugar de sempre.
— Lugar de sempre?
— Taehyung sabe onde é. — Tio se afasta, recolhendo sua carteira e chave do carro. — Te vejo mais tarde. — se despede batendo novamente na minha bunda e sai.
Sozinha na cozinha, tento me recuperar.
Quando olho para o chão e vejo o pacote do piercing caído, lembro-me então do senhor Taehyung. Que, embora houvesse pessoas fodendo em sua cozinha, não fora checar. Eu suspiro e deixo o ambiente, transitando entre a sala silenciosa e subindo as escadas.
O corredor é estreito e longo. Não sei porque, mas gosto muito dos quadros abstratos em tons vermelhos pendurado nele. Vou até o final, passando pelo escritório do senhor Taehyung, também vazio e de portas abertas, até seu quarto.
Reunindo coragem, bato na porta suavemente. Ele não responde, o que me preocupa. Será que no final de tudo, senhor Taehyung não está em casa? Ou será que algo aconteceu com ele? As paranoias despertam com forças em meu cérebro, levando-me a segurar firmemente a maçaneta, girando-a e — ao ouvir o clique tímido da porta —, abrindo-a lentamente.
— Senhor Taehyung? — chamo por ele, pondo a cabeça para dentro do cômodo e dando uma bisbilhotada. Meu queixo quase cai... tudo, absolutamente tudo, salvo pelos lençóis, são em tons vermelhos. Uns mais intensos do que o outro, contudo, tudo na mesma tonalidade.
O guarda-roupa é vermelho, os quadros são vermelhos; o carpete é vermelho, o frigobar é vermelho. A enorme cama de casal a qual praticamente devora o cômodo todo é vermelha. Como eu mencionei, deixando isento apenas os lençóis. Lençóis esse que envolvem a parte inferior do corpo do senhor Taehyung.
Ele está esticado de bruços sobre a cama, ostentando um torço nu.
O correto é fechar a porta e simplesmente me retirar. Contudo, já não sei mais o que é seguir o enredo corretamente a alguns dias. Por isso, indevidamente, sem ser convidada, adentro seu quarto e levemente caminho até a sua cama. Parando próxima a seu rosto adormecido e ajoelhando.
São notórios os fones de ouvido. Posso ouvir a musica alta escapando por eles, deve ser por isso que não nos ouviu.
Seus fios desgrenhados caídos sobre seu rosto sereno o torna ainda mais bonito. Eu não entendo o porque não posso simplesmente ignora-lo, sem que meu coração se sinta tão triste. Só de olha-lo quero chorar como uma criança.
— Por que está me evitando? — sussurro como se pudesse me ouvir. Meus dedos gentilmente tocam seu rosto e correm até seus lábios. — Por que não posso fingir que aquilo não aconteceu? Eu só quero parar de me sentir triste, senhor Taehyung. — insisto amargurada.
Suspiro.
Pego o pequeno pacote com o presente, separo seus dedos delicadamente e o coloco entre eles. Segurando sua mão com as minhas, inclino-me beijando timidamente seus lábios, segundo antes de me levantar e ajeitar meu vestido.
Viro-me para ir embora, mas sou impedida, quando subitamente, seus dedos seguram meu pulso e me puxam para a cama com força. Eu grito ao cair contra ele, o qual agora, com o um semblante sonolento, me encara.
Engulo a seco quando seus cílios batem ainda atordoados.
— Se-senhor Taehyung... — o chamo, tentando me livrar do seu aperto. — Deixe-me ir.
Ele sacode a cabeça. — Você invade o quarto de um homem nu e o beija enquanto está adormecido. Isso é da sua índole, ovelhinha?
E-ele me chamou de ovelhinha? Eu ouvi certo?
— O que foi? — indaga, alisando meu pulso com o polegar.
— O senhor me chamou de ovelhinha...
— Sim, o fiz. — riu baixinho, roucamente com a voz pertencente a quem acabara de acordar. — Por que surpresa?
Encolho os ombros. — Tens me chamado apenas de S/ N ao longo dos últimos dias.
Ele maneia a cabeça para o lado. — Certo, mas é porque pensei que isso facilitaria nossa convivência para você. Porém, nunca imaginei que viria até meu quarto e me beijaria sorrateiramente.
Fujo de seu olhar afiado, focando no lençol que agora está abaixo de mim. Senhor Taehyung tem razão, está nu. Posso ver o perfil de sua bunda nua, o que me faz corar.
— Apenas deixe-me ir. — peço, novamente, com o coração a uma batida de parar. — Eu vim apenas entregar-lhe um presente. Nada além disso...
— E no meio do caminho decidiu me beijar? — insiste. Oh, meu bom Deus... eu quero morrer. Meu corpo está tremendo enquanto este homem retém-me a sua mercê, mesmo tendo a plena consciência de que está nu. Na verdade, ambos estamos, e meu corpo reagindo deixa isso bem claro. Como sou estupida, pondo-me em uma posição tão delicada novamente.
— Responda-me, ovelhinha, por que apenas não esperou que eu acordasse? — sua voz é uma terna, questionadora e possessiva.
— Eu estava curiosa, isso é tudo. — explico. — Na verdade era para mim estar indo tomar um banho, mas acabei vindo vê-lo e trazer seu presente.
— É apenas isso?
Balanço a cabeça. — Sendo sincera eu queria vê-lo. — admito, fechando os olhos. — Queria perguntar o porquê de me evitar tanto. Mas beija-lo foi um impulso idiota. Um daqueles bem idiotas mesmo.
Ele pondera por um momento, ainda me segurando firmemente. Nossos olhos se encontram... há algo queimando neles. Eu sei que há, mas é proibido. Irá quebrar muitas pessoas se permitíssemos que isso aconteça. Não posso controlar meus próprios impulsos e isso não tem nada a ver com o Tio Jeon, tampouco com o senhor Taehyung. Sou eu o real problema. É minha conduta social e índole que tem sido descartada.
Todas as vezes em que o vejo quero chorar. Isso porque estou ciente de meus desejos obscuros, querendo timidamente me entregar aos braços do homem a minha frente. Ainda que a pouco tenha me entregado aos braços de outro. Agora eu sei, olhando para ele e sendo incapaz de me afastar. Sofrendo silenciosamente por seu afastamento. Quero ambos, egoisticamente os quero. Oh, Deus... eu sou a pior das piores.
— Você está em conflito. — comenta, soltando-me. — Eu jamais faria nada sem sua permissão.
— Eu sei que não...
— O que mais machuca as pessoas é a indecisão, ovelhinha. — ele passa os dedos entre os fios avermelhados. — Não chegar a uma decisão só não é pior do que decidir pelos outros. Ainda que seja sem intenção, isso apenas leva as pessoas a destruição em escala. Vejo isso diariamente em meu trabalho. Pessoas egoístas as quais chegaram a decisão mais pratica e destroem tudo ao seu redor.
Me encolho sobre a cama. — Serei odiada se disser a verdade. — confesso, com uma pitada de medo e amargura.
— Não acho que alguém possa odiá-la, Ovelhinha. Ainda mais se esse “alguém”for o pequeno Jeon. — ele me fita. A escuridão que são seus olhos é devastadora e ao mesmo tempo incrivelmente bela. Seus lábios moldam um sorriso doce. — Embora haja aquela armadura de homem de gelo ao seu redor, o pequeno Jeongguk é gentil. Tenho certeza de que você já percebeu isso. Ele apenas não sabe como se expressar muito bem.
Concordo com ele em gênero, numero e grau. — Tio Jeon é uma das pessoas mais gentis as quais conheço. Desde muito tempo, quando eu era pequena, ele cuidou responsavelmente de mim. E até mesmo quando fugi dele até o dia em que retornei para sua vida, ele, da sua maneira, me recebeu e até agora cuida de mim. Se quer afastou meus sentimentos, apenas recebe o que ofereço. O que me faz soar como uma puta estupida e egoísta que nutri sentimentos inapropriados por seu melhor amigo.
Senhor Taehyung coloca o dedo indicador sobre meus lábios. — Shiuu. — pede com uma voz magoada. — Não diga coisas tão ruins de si mesma. Existem pessoas que não levam o decoro moral na ponta dos pés. Aquelas que vivem de acordo com seus próprios sentimentos e não são menos importantes ou dignas por isso. Desde que sejam sinceras e levem uma vida sem mentiras ou segredos.
— E o que digo para o tio? — sinto aquele velho e familiar nó se formando em minha garganta. — “Tio acho que estou apaixonada por seu melhor amigo. Mas também amo ao senhor, será que podemos levar uma relação à três?” ironizo.
— Lembra-se  o que eu disse a pouco sobre escolher pelas pessoas, ovelhinha? — inquere, porém acredito que seja uma pergunta retórica. Cujo o único intuito é fazer-me pensar. — Deixe o desfecho para quem deve escolher.
Não posso acreditar que estamos tendo essa conversa. Tudo simplesmente parece tão ridículo, embora crie uma certa esperança em meu coração. Enquanto travo uma luta em meu interior, senhor Taehyung abre o presente e sorrir brilhantemente para ele.
— Isso certamente é a minha cara. — explica, oferecendo-me um sorriso tão genuíno e reedificante. Eu quase explodo por dentro, levando a mão até o peito para acalmar meu coração. Deus, mamãe e papai me perdoem. Eu também devo me desculpar pessoalmente com a Deb. Somente agora percebo o quão difícil é resistir, embora saiba que irá machucar varias pessoas futuramente.
Levanto da cama, ficando de joelhos sobre ela. — Senhor Taehyung... — o chamo, e recebo toda sua atenção. — Se eu contar sobre o tio sobre meus sentimentos por ambos, estaria tudo bem para o senhor?
Ele vem em minha direção. Leva tudo o que tenho para não mover meus olhos por seu corpo e explora-lo. Preciso de autocontrole as vezes também. Ele estica as mãos, tocando meu queixo e aproximando nossos lábios.
Solto o ar que nem sabia que havia prendido quando recebo alegremente sua língua em minha boca. Dando-lhe passagem para me tomar. Nossas cabeças seguem movimentos diferentes, embora possamos sentir o prazer nos rondar. Eu amo seu piercing brincando no céu da minha boca. Instigando meu corpo a obedece-lo sem pudor. Minha nossa, como eu quero esses homens. Como preciso de ambos e derreto por ambos.
— Da minha parte, essa é sua resposta. — explica, quando seu piercing se arrasta sobre a espessura de meus lábios, os quais abrem-se novamente para recebe-lo.
O que estou fazendo da minha vida, ao cobiçar dois homens tão diferentes?
Eu até pediria uma direção a Deus, contudo, já é tarde demais. Abri meus braços e me lancei a um abismo conflituoso. Agarrar-me a este estilo de vida significa abrir mão de algo. Eu só não consigo identificar o que é ainda.
Infelizmente estou presa no conto dos demônios, onde apenas um beijo nunca será o suficiente...
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