P E S A D E L O

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O ser humano está em um constante ciclo cansativo de desejar que o tempo passe, desejando o fim do dia para ir para casa, o fim de semana para um descanso, o final do ano para viagens e férias. E quando notamos, passamos a vida inteira desejando que o tempo passe.

Mas, naqueles momentos de alegria, o que mais querermos é que eles nunca acabem. E então, o desejo de que a vida passe vai embora.

Conceituar felicidade sem o uso do pleonasmo é algo considerado extremamente difícil para todos os pensadores, pois abrange muitos aspectos e opiniões diferenciais, e o que nos deixa feliz muitas vezes não agrada a outros. O mais próximo do racional seria felicidade ser pequenos momentos em sua vida que você torce para nunca mais acabar.

Para JungKook, os únicos momentos pequenos de felicidade eram perto da garota que ele ama.

Já para ela, os únicos momentos felizes, é quando ela esquece que existe.

- Vamos Sun. - Ele chama a garota, que rapidamente levanta de sua mesa. - Vê se nao pede um monte de comida, por que se não você vai virar uma bola. - Ele começa a andar, sendo seguido pela morena.

- Meu estereótipo é de magro sabia? - Ela tentava alcançar os longos passos do garoto, o que nao era fácil. - Não tenho tendência a engordar. -

- Você até pode não engordar fisicamente, mas e a sua glicose? deve estar la em cima. Imagina como deve estar seu colesterol? Suas veias podem estourar e você ter uma avc, sabia? - Ele estava certo, mas a garota não se importava, só queria comer.

- Para de ser chato. -

Eles, como todos os dias, foram ate a cafeteria próxima a editora. Claro que Jungkook estava muito ansioso para ver sua loira, que desde ontem, não tinha dado sinal de vida.

Mas, ele não teve nenhum sinal de que a garota estava ali. Eles pediram os lanches de sempre, mas nada da garota aparecer com um lindo sorriso nos seus lábios azuis, isso preocupava o moreno.

- O que você sonhou desta vez? - A mulher perguntou ajeitando seu óculos que descia na ponta de seu nariz.

- Eu tive um estranho hoje. - A loira entortou a boca é e tentou focar em algo que nao fosse as grandes orbes negras da mulher a sua frente. - Eu estava em uma floresta, parecia um acampamento na verdade. - Ela mordeu o lábio inferior. - Eu comecei a subir uma grande árvore de carvalho, mas eu não conseguia descer. Mas ai... - Ela finalmente olhou para sua psicóloga. - Mas ai um...Um menino...Um menino moreno, os cabelos negros caiam nos seus olhos, suas roupas sujas de lama, seus sapatos desgastados...Ele começou a a subir a árvore. - Ela olha para seus dedos. - Eu me agarrei em suas costas e ele me levou em segurança para o chão. - Voltou a olhar a mulher. - Mas ai...Todo esse ambiente de segurança mudou...O cenário mudou...Eu me encontrei em uma cama, um quarto branco, e uma corrente me prendia naquela cama... Eu estava sem cabelo, eu sentia que eu estava sem meus cabelos, foi a mesma sensação que tive quando acordei da cirurgia. -
A loira suspirou fundo. - Mas, eu...Tive medo, me senti impotente, eu senti meu peito subir e descer, senti o suor escorrer! - Ela gesticulava com as mãos. - No sonho... eu tive medo...medo de morrer. - Ela começou a sentir uma ardência nos olhos, e as lágrimas quentes foram molhando suas bochechas.

- Ei. - A mulher se inclinou e tocou a mão da loira. - Tudo bem, olha.. ter medo não é um crime, nem mesmo chorar Carley. - Ela acariciava com ternura a mão da garota. - Voce aparentemente teve um ataque de pânico durante o sono. - Ela volta a se sentar corretamente em sua poltrona e escrever algo em seu caderno.

- Isso não vai melhorar nunca? - Ela pergunta com receio.

- Vai sim Carley, é só questão de tempo...Voce precisa voltar com os remédios. -

Dois garotos, um amor |Jeon JungKook| 2°tempOnde histórias criam vida. Descubra agora