Capítulo 3 - Um pouco de Euforia e deja vu

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"I need somebody to heal
Somebody to know
Somebody to have
Just for know How it feels"
~Someone you loved.

Me pergunto se minhas coisas ainda estão no meu antigo quarto, que neste momento deve estar uma bagunça.

Eu resolvo sair do carro com uma certa velocidade, e entrar em casa como se estivesse arrombando a porta, como se tivesse algo para ser descoberto, aliás, ainda estou ansiosa para ver qual é o Projeto que meu Pai me arrumou.

Resolvo simplesmente subir as escadas devagar para dar a mim mesmo um susto para matar o tédio de ter um parente que não sabe conversar, quando começo a subir as escadas vejo Daemian entrando pela porta da frente bem devagarinho, pelo que parece com medo de fazer barulho.

Me pergunto o que aconteceu com ele nos últimos 3 meses - na realidade - ele parece mal, a aparência entrega tudo.

Ele tinha a pele queimada, o cabelo que estava bem cortado era preto com fios brancos na raíz -por estar por volta de 52 anos- , ele tinha olheiras assombrosas por baixo dos olhos heterocromos de marrom e verde, seu rosto era inchado, indicava que passou um tempo bebendo, mesmo assim ele era corpulento e um estranho com cara de culpado por algum crime aleatório.

Olho para ele e vejo alguém digno de pena, as pessoas que trabalham no rumo científico são trabalhadoras e se esforçam bastante para terem resultados altíssimos; Um grande projeto, um grande prêmio e um decepcionante fracasso, mas tem um motivo concreto que responde do porque ele está desse jeito.

A escada da apenas mais um volta e chego ao anda superior, onde fico de frente pra porta do meu quarto.

Na porta estava pendurado a placa "Project of Twilight" escrito "project" com g -Pelo Simples fato de meu inglês ser horrível quando tinha -Ainda por cima- 10 anos, arranco a placa da porta jogando ela no chão.

- Ai, que vergonha - Com meu rosto ruborizada, e eu abro a porta. Nunca senti tanta nostalgia ao abrir uma porta.

O quarto cheio de papéis , comigo e o meu pai desenhados como cientistas, meu cobertor era decorado com a tabela periódica, mas já estava mofado e feio, senti pena, pois adorava meu cobertor.

Eu abri a janela com dificuldade, o gelo tinha deixado a janela quase fundida na parede.

Via as pessoas passando pela rua bem agasalhadas.

Comecei a sentir falta de uma pessoa em especial.

Alguém que conhecia desde que comecei a cursar o ensino médio.

Apoiei meus cotovelos na barra da janela enquanto apoiava meu rosto nas minhas mãos.

- Dezembro. . . - suspirando ao mesmo tempo, nunca achei que ia sentir tanto a falta de alguém - James~. . .

- Falando sozinha sobre seu namorado. . .de novo?- Eu dei um pulo de susto, eu me virei e vi meu pai carregando algumas caixas parado na porta do meu quarto - Pai!

Ele fugiu correndo pelo corredor com uma cara de decepção, eu dei um suspiro, aliviando a garganta que me transmitia uma vontade de chorar.

Fechei a janela e arrumei o quarto rapidamente, mas o cômodo ainda estava mofado então deixei a porta aberta.


No parque da escola, corríamos contentes, após eu roubar um pedaço do seu lanche, estávamos tranquilos quando arranquei um pedaço grande do pão , quando ele tinha me pedido pra pegar um pedaço pequeno.

Eu corria ofegante, mesmo estando correndo por minutos, talvez seria pela minha falta de prática de esportes.

Logo chega alguém me agarrando por trás me dando um abraço forte me impedindo de correr

Dou um grito de brincadeira em meio suas risadas, do garoto que me abraçava.

-Você vai pagar !- disse ele brincando enquanto apoiava o queixo no meu ombro - Eu vou cobrar pelo sanduíche!

- Ah é mesmo?- falei num tom de dúvida enquanto ria - e como exatamente você vai fazer isso?

- Outra hora eu te mostro - disse ele tranquilo. Ele me soltou, dei alguns passos pra frente e me virei para trás.

Eu olhei pro céu nublado de nuvens de neve e pensei nos momentos felizes, todos em formatos de loop na minha cabeça, dei um leve sorriso virado pra o Garoto na minha frente.

-Eu te amo, sabia? - disse com sorriso aberto, tão feliz, que não podia sentir mais nada além de alegria, um momento exato de Euforia. Ele arqueou as sobrancelhas e ficou vermelho de ouvir isso, olhou pro chão, ponderou. . . e me olhou novamente — Isso é uma tática pra eu te perdoar? por que olha, tá funcionando.

- Mesmo que fosse um ótimo plano, não, eu não irei fazer essa injustiça com você - andei devagar em direção a ele, enquanto ele me respondia - Tem certeza senhorita Rachel? não mente pra mim não é Senhorita Rachel?

-Para com isso, me dá agonia - isso não era mentira, ele mal tinha terminado a frase e eu já sentia arrepios pelo corpo inteiro. Ele me abraçou e ficamos abraçados enquanto nós nos balançamos pelo espaço do Parque. O local estava em uma incrível paz e harmonia quando James começou a cantar uma música aleatória enquanto nos balançavamos- . . .Cause my Heart-beat, fight for uuuuuuuuus~ Cause my Heart-

- Xiu, o momento tá bonito não estraga- senti ele falsamente chorando no meu ombro. Ele falava palavras abafadas no meu ombro, e eu não entendia nada - Não fale mal de minha música!

- Que?

- Não fale!

- Tá bom - fiquei em silêncio por um momento e logo falei ironicamente — Como é que você gosta desse gênero de música, hein?

-AaAaaah!
















Estava andando pela Street Abraham 159, até chegar num edifício, numa casa com o número 170, enquanto olhava a casa notava nos inúmeros bonecos de neve com cachecol, cada cachecol tinha pelo menos uma cor do arco-íris .

Interessante a escolha de cores...

Eu subia as escadas com neve, e na porta tinha uma frase em uma Plaquinha: "Alcançe as estrelas, voe até a fantasia, sonho á sonho, e o que você verá vai ser. . ."

Bati na porta com pouco força enquanto ficava de ponta de pé e esfregava a mãos cobertas com luvas grossas.

A dona da casa abriu a porta, e ao fazer isso notei que ela ficou surpresa, e um pouco brava.

— Rachel! Por que não avisou que vinha ?- disse apertando a mão dela - Me desculpe Madame Ashley, mas nem mesmo eu sabia que viria.

Notei que ela ficou meio confusa e desnorteada, aliás foi muito derrepente, eu realmente devia ter avisado que estava vindo ao James.

— A Senhora parece meio cansada, mas poderia chamar o James para mim?- disse de uma maneira gentil e tranquila

— C-claro, só espere um segundo. . . O James! Desse aqui menino tens visita-  ela fechou a porta na minha cara, mas ainda dava para ouvir a mulher berrando.

Universo eu entendi já, a família dele tá um caco e eu vim numa péssima hora, tá bom eu já entendi, não esfrega na minha cara.

Esperei um pouco, assobiei, dei uma andada pela varanda, me esticava em objetivo de me manter ocupada.

Até que eu voltei pra frente dá porta quando ouvi som de passos.

A porta se abriu, e se revelou um adolescente vinte centímetros a mais do que eu, cabelo arrumado, casaco azul, camisa cinzenta, calça azul escura e descalço.

O mundo parou, pelo menos pro cara parado na minha frente, porque eu ainda senti o tempo passar.



— Rachel?

Missão: Terra(CANCELADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora