Capítulo 4

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Abrindo meus olhos avistei Johanna sentada  agarrada aos joelhos chorando ao meu lado, um filme do dia anterior se passou em minha cabeça e eu não consegui dizer nada, apenas a abracei forte tentando amenizar a dor que ela sentia.

Eu não tinha meus pais por perto para ter uma noção de como ela sentia, mas eu tinha tio Robert e eu sabia que eu não suportaria perdê-lo algum dia.

Algum tempo depois batidas soaram na porta e era Tio Robert entrando no quarto com uma bandeja em mãos, ele se aproximou pousando a mesma sobre a cama.

- Bom dia, meninas. - ele disse percebendo nossos olhos inchados. - Eu trouxe um café da manhã bem reforçado.

- Onde estão meus pais? - Jô perguntou o encarando.

- Acredito que receberemos notícias em breve, coma alguma coisa querida temos muito o que conversar, espero as duas lá embaixo.

Tio Robert se retirou nos deixando sozinhas novamente, pela forma como eu o conhecia bem, ele não sabia lidar com choros. Lembro-me de quando eu chorava e tio Robert não sabia o que fazer, era até engraçado.

Assim como Jô eu também não sentia fome mas mesmo assim me forcei a comer um pouco incentivando Johanna a comer também.

  Após o café, Johanna foi tomar banho enquanto eu separava algumas roupas que eu havia trazido ontem da casa dela, peguei um vestido soltinho e confortável para aquele dia quente e para mim peguei um macaquinho bem confortável também, tomei banho enquanto Johanna penteava seus cabelos.

  Depois de prontas descemos para a sala onde tio Robert nos esperava no sofá tomando sua xícara de café, nos aproximamos e nos sentamos, ele então deixou seu café de lado respirando fundo e começou:

- Bom... Johanna, ontem enquanto você dormia, eu conversei com Lauren dizendo tudo o que ela precisava saber, ou pelo menos quase tudo.

- O que quer dizer com quase tudo? - perguntei sem entender.

Ele me lançou um olhar de reprovação. Mas ele não podia me culpar, tudo era muito novo e recente para mim e eu queria entender tudo o que estava acontecendo, mas me mantive em silêncio e decidi ouvi-lo com atenção.

Ele então contou toda a história que me contou no dia anterior, enquanto Johanna ouvia com atenção se impressionando assim como eu.

- Então está dizendo que vocês são bruxos? - Jô perguntou arregalando os olhos.

- Sim, e você também.- ele disse como se fosse a coisa mais natural do mundo enquanto Johanna o ouvia de boca aberta, para ele era algo tão comum como dizer "estou com fome"

Era tudo muito estranho, não é todo dia que alguém mais velho que você diz que magia e bruxos realmente existem e ainda descobrir que você vem de toda uma linhagem de bruxos e que você conviveu com um a vida inteira.

E para piorar a situação eu ainda tenho um inimigo desde antes de me entender por gente que me odeia a ponto de tentar tirar minha vida quando eu era apenas um bebê.

- Mas nós somos bruxos de magia boa, não se preocupem.- disse tio Robert.

- Mas bruxos tem poderes, eu não tenho. - disse Johanna de cenho franzido olhando para as mãos.

Olhamos para tio Robert curiosas e ele riu.

- Digamos que os seus poderes ainda não estão "maduros".- fez aspas com os dedos.- Os dons de um bruxo surgem em seu décimo sétimo ano de vida, a idade a qual ele alcança a maior idade já sendo considerado um adulto.

Eu e Jô concordamos incrédulas.

- Tem outra coisa importante que ambas devem saber.- ele disse terminando seu café.

Renascida - Origens Onde histórias criam vida. Descubra agora