Capítulo 16

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Janeiro, 1417.

Eu estava em meu belo jardim, a mata estava em um tom de verde mais vivo de onde vinha o maravilhoso perfume das flores, a brisa soprava meus longos cachos amendoados e o sol brilhava e aquecia minha pele enquanto eu corria e rodopiava pela grama.

Percebendo um movimento próximo me escondi em um arbusto enquanto avistava algo ali perto, era um belo rapaz que logo chamou minha atenção e fez meu coração bater forte.

Ele estava de costas e sem camisa deixando exposta sua pele bronzeada e seus músculos naturais que pareciam brilhar aos raios do sol, ele só vestia uma calça branca e acariciava os pelos ébano de Tobias meu companheiro de luta.

Percebi o rapaz se virar em minha direção e meu corpo gelou. Ele podia me ver? Seus cabelos era de um cobre intenso e seus olhos também de um verde intenso. Ele observava ao seu redor agora de cenho franzido.

- Quem está aí? - ele perguntou, uma espada surgiu em suas mãos.

Um bruxo?

- Acalme-se, não vou lhe machucar.- tentei tranquiliza-lo.

- Por que não posso vê-la? Por acaso és uma feiticeira? - o rapaz perguntou ainda desconfiado.

- O que tens contra feiticeiros? - retruquei me aproximando.

- São feitos para realizar males contra os inocentes! - o rapaz respondeu ríspido.

- Tamanha é a sua ignorância! - retruquei. - Pois saiba que faço o oposto disso!

- Me prove então. - arqueou a sombrancelha.

- Não preciso! Somente por eu não ter lhe matado, já és uma prova, mas isso não significa que eu não o vença em uma luta!

- Estas me desafiando? - perguntou com um sorriso divertido nos lábios. - Se apresente, senhorita.

Fechei meus olhos e logo ouvi o som de diversas asinhas batendo, minhas lindas borboletas verdes desfizeram minha barreira invisível e depois levantaram vôo novamente.

Abri meus olhos e observei o rapaz que me fitava de uma forma um tanto estranha, parecia surpreso e em seus lábios se formou em um belo sorriso que me causava uma sensação estranha em meu estômago.

Espantei meus pensamentos e me coloquei em posição de ataque usando a minha espada também, ele se recompôs se posicionando concentrado. Dei um passo à frente e ele recuou dei outro passo junto a um golpe e ele se esquivou com facilidade.

Ele sabia lutar.

Logo a luta foi avançando até que chegou um dado momento em que esquecemos tudo a nossa volta, só havíamos nós, o som de nossas espadas se chocando e nossas respirações ofegantes.

O pequeno duelo foi se tornando cada vez mais agressivo e aos poucos uma batalha, o suor deslizava por nossas faces, meus olhos já ardiam e meu corpo já estava exausto, percebendo que o mesmo acontecia com ele me joguei no chão como se estivesse me rendendo.

- Parece que a bruxinha cansou.- ele riu.

Foi quando me levantei e o surpreendi com um golpe rápido o derrubando no chão, mas em um movimento ágil ele me deu uma rasteira que fez com que eu perdesse o equilíbrio e caísse em seus braços, ele me segurou pela cintura e nossos olhares se encontraram automaticamente.

Seus lábios chamavam por meu olhar, eram perfeitamente desenhados, seus olhos que me encaravam derrubando as barreiras da minha alma me colocavam em um feitiço aos poucos.

Nossos corações batiam em sincronia.

- Desculpe.- eu disse sentindo minhas bochechas queimarem e me jogando no chão ao seu lado.

Renascida - Origens Onde histórias criam vida. Descubra agora