HEITOR ™ SÉRIE DESEJOS OCULTOS [L1]

Capítulo 9

 
0/3 ( terceiro capítulo da maratona)

Grossa ! Filha da mãe, mal agradecida!
Fiquei como um louco nesse lugar horrível por três meses. Minha bunda dói, meu corpo pede por uma foda, mas não consigo.

Foram três malditos meses!

E ela me trata dessa forma? Aquela boquinha astuta se abriu apenas para emitir um simples "obrigado", ela tem pulso firme mas uma natureza fodida. E pelo que vi no seu rosto, quando citei sobre sua família ela ficou dura e com a feição triste. O que eles seriam capazes de fazer com a própria filha? Ou tudo aquilo não passou de uma simples encenação pra garantir a conta do hospital paga?

Enfim isso não é mais da minha conta, já fiz mais do que o suficiente por aquela ingrata. Agora posso seguir com minha vida de merda e esquecer que isso aconteceu um dia. Aquilo que senti perto dela não era nada, perto do ódio que corre em minhas veias. Ser um garoto prodígio, o filho mais velho dos Bonfim venho com um maldito fardo junto ao nome. Viver em uma mansão chique onde sua mãe é a mulher mais doce do mundo em partes era bom, mas tudo desandou quando Zara nasceu, ela sim recebeu todo o amor que eu devia ter recebido. Eu era apenas uma criança, porra!

Ele nunca viu tudo o que fiz para chegar aos seus pés, cada desenho que pintei onde nossa família estava estampada, as noites que fugi de casa, os amigos problemáticos e tudo isso pra que? Para ser deixado de lado pelo próprio pai, porquê chamar sua atenção era impossível eu só queria ouvir uma frases simples saindo de sua boca:

‘’ Tenho orgulho de você ”

Não me recordo exatamente do momento que comecei a odiar o meu pai, mais aconteceu. Todo  meu futuro foi colocado a prova quando me joguei de um penhasco aos 15 anos, no dia do meu aniversário. Eu estava feliz sorrindo com mamãe enquanto batiamos a massa do bolo do aniversário, tudo estava arrumado com bexigas coloridas, guloseimas e a vovó não havia brigado com dona Zoe ainda. Todos estavam presentes, menos ele, Leandro Bonfim nunca abdicaria do dinheiro para ir ao aniversário de seu primogênito. Lembro-me que sentei e esperei em frente a porta com um pedaço de bolo na mão, ele não chegou aquela noite, então corri até os fundos da casa onde morávamos, era perto de um penhasco, então corri como pude até alcança-lo e quando o fiz apenas senti o vento da noite bater em minha pele. Depois de acordar no hospital com insuficiência cardíaca ganhei totalmente o desprezo do meu pai já que me tornei um suicida para ele.

Não sinta Heitor!

Ao sair do quarto de Brenna, encontro sua amiga sentada em uma das cadeiras duras da recepção, em suas mãos está um clássico da literatura. Os olhos cor de mel encontram os meus, raiva crepitante deles. Faça de novo e faça direito querida, todos me olham dessa maneira! O mundo odeia Heitor Bonfim.

— O que aconteceu agora? Já não fiz o suficiente, para  sua amiga ingrata? Saia da minha frente e não deixe aquela mulher maluca bater de frente comigo novamente. — A garota levanta da cadeira? Colocando uma mão na cintura e a outra em minha direção. Ela vai mesmo começar a encher o meu saco? Olho meu relógio querendo voltar para o quarto da morena ingrata. Não sei o motivo, por isso quero sair o mais rápido possível daqui.

—  Eu não sei o que você disse pra ela. E tão pouco necessito saber. Só quero dizer, que a Brenna já sofreu muito durante toda sua vida — seus olhos marejam — A família dela é imunda e já destruiu tudo o que restava de bom naquela mulher. Se deseja destruí-la chegou tarde ela é a própria destruição, apenas vá embora e não volte mais, conheço você. Ou melhor dizendo a mídia conhece o filho problemático dos Bonfim.

— Onde você realmente quer chegar? — pergunto — Seja direta minha filha, não tenho todo o tempo do mundo. — Ela ri com desgosto, como se fosse a dona da razão.

— Só quero te agradecer, por ter pago as contas hospitalares dela. Mas não se preocupe iremos te pagar cada centavo. Me passe seus dados bancários…

— É o mínimo que devem fazer? Se não fosse por mim. Sua amiga teria partido dessa para pior. — tento esconder aquele maldito sentimento que rodeia meu corpo quando estou perto dela ou quando sua imagem é refletida em minha memória.

Ela adquire um olhar monstruoso e por um segundo posso jurar, que ela vai voar na minha cara a qualquer momento.

— Bom, era isso já te agradeci. Agora vaza daqui — grita atraindo alguns olhares no corredor — Eu sei quê você não queria estar aqui mesmo. Apenas saia sem fazer alarde, apenas peço que não vá atrás da família Croft, pagarei todos os custos.—Ela parece cansada, manchas pretas estão por todo seu rosto. Na certa ela não dorme a dias, séria por conta da leitura? Ou essa mulher que me enfrenta como uma leoa, vive um inferno na terra junto a sua amiga?

— Era isso! Passar bem Sr. Bonfim — Virando as costas ela entra no quarto, meu corpo grita para que eu entre novamente naquele quarto e pergunte o que realmente aconteceu com Brenna. Ela me diria a verdade? O vidro dupla face ainda está aberto o que me possibilita olhar para dentro do quarto. Quando fico totalmente escondido em um lugar onde elas não possam me ver, vejo Brenna chorar com o braço imobilizado alguns gritos saem de sua boca o que me assusta. Seria ela louca?

Sinto algo amargo descer pela minha garganta. Me sinto mal por ela de alguma forma. Não sinta Heitor! Ela não merece nenhum sentimento vindo de você.

Já dei uma de bom moço bancando os gastos dela, não vou ficar aqui vendo-a sofrer, tenho meus próprios demônios, uma vida complicada pra caralho e posso até ser considerado narcisista neste momento mais não quero carregar o fardo dos outros em minhas costas. Por isso saio do local onde me escondi me perdendo entre os corredores do hospital.

Ninguém sabe o que passei, das merdas que fiz por isso sou assim. Um cara perfeito perante ao mundo.

Enquanto elas choram no leito de hospital, acendo um cigarro de maconha, inspirando a fumaça com força preciso foder e esquecer que um dia conheci Brenna Croft.

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Vixi Heitor !
Tenso , pelo jeito esses dois vão brigar muito.

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