HEITOR ™ SÉRIE DESEJOS OCULTOS [L1]

capítulo 2

    Heyyy garotas, sentimos muito pela demora!
Mais temos outras contas e a Mary acabou de concluir seu livro ( inclusive estará na Amazon em breve)
Estou escrevendo 5 livros ( isso mesmo ) só agora que conseguimos postar o capítulo , então perdoem a demora e não abandona a gente! ❤️

Boa leitura 🤗
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— Você tem que emagrecer sua gorda imunda — ouço uma das minhas irmãs gritar lá da sala. Mostro o meu dedo do meio pra porta, pouco me importando com a opinião de Dalila minha irmã do meio a mesma é: magra, seca e perfeita segundo os meus país.

Meu rim pra eles, jogo minhas roupas de qualquer maneira na mala rosa choque, meus livros já estão no meu fusca azul lá em baixo, bem em frente ao condomínio de classe média alta onde meus progenitores moram. Com 23 anos, um corpo perfeito e uma família fodida pra cacete, decidi sair de casa. Foram muitas humilhações, surras em público, ofensas. Mas depois daquela noite nunca mais fico dentro dessa casa, ainda sinto seu cheiro dentro do meu quarto e isso é assustador pra caramba. E só alimenta a dor que sinto em cada parte do meu corpo. Desde os 3 anos fui jogada no mundo pelos meus pais, carregar o sobrenome Croft é uma maldição, Uma família suja, coberta de sujeira e pessoas horríveis.

Ainda sinto as mãos deles em mim, coloco minha bolsa simples no ombro, só estou levando pro meu novo lar: a rua. O que comprei com meu próprio dinheiro, meu trabalho de revisora de livros me rendeu 300 reais esse mês e agradeço imensamente ao diabo por isso. Não acredito mais em deus, teve um momento da minha vida na qual eu acreditava. Enquanto eles tocavam em mim eu rezava pedindo pra deus me tirar daquele lugar, mas ele nunca me ouviu. Claro que não Brena você não é importante pra ninguém, uma suicida maluca, quebrada e fodida em todos os sentidos da palavra, pela vida e pelos monstros que entraram nela ao decorrer dos anos. Eu não tenho apenas um monstro em minha vida, tenho vários, um em cada segundo que passo com os olhos fechados e vários a cada segundo que eu respiro.

Comprei apenas alguns livros, duas calças jeans sendo que uma está em meu corpo, uma brusa do Post Malone, uma banda de Rap que descreve todos os momentos da minha vida, em suas letras. descreve meu estado de espírito todos os dias  ”Eles nunca tiveram essa dedicação
.As pessoas odeiam, dizem que mudamos, e veja, nós conseguimos (sim) Sim, nós conseguimos (oh)” é o refrão da música que carrego em minha mente a cada segundo. Ainda dói lembrar do que aconteceu noite passada, fechei meus olhos e rezei pro homem lá de baixo me salvar. Depois de tudo ainda tive que encarar meu corpo no espelho do banheiro. Minhas costas cobertas de sangue e cicatrizes recentes e antigas se misturando um desenho macabro. Uma única lágrima desceu pelo meu rosto, redondo e deformado segundo, Cassia minha irmã mais velha, magra, esbelta, loira, com uma arrogância de primeira classe. A mesma sempre deixou claro que eu não era bem vinda naquela casa e muito menos na sua familia perfeita.

Eu nunca soube onde era o meu lugar no mundo, qual era a minha missão na terra? Sofrer?

“ Ela gosta, é uma putinha safada”, “ Você quer tirar o meu marido de mim” eram coisas que eu escutava durante toda minha adolescência, uma menina calada ao extremo, que usava a comida pra escapar das dores que sentia pelo corpo. Cada cicatriz que tenho em meus braços e pernas foram ocasionadas por algum momento da minha vida, eu era uma decepção para todos. Um pedaço da minha inocência era levada de mim dia após dia. Chicote é algo a qual eu tenho pavor. Ainda sinto sua espessura em minha pele, todas as vezes em que o material de couro encostava em minha pele um grito ficava preso em minha garganta. Era como se eu tivesse secado com o tempo, nenhuma lágrima saia dos meus olhos mais, cada segundo da minha existência aqui na terra era mantida por Mary minha melhor amiga que sempre esteve comigo. Uma garota tão quebrada quanto eu, que sempre colocou um sorriso em meu rosto quando eu queria desistir dessa vida de merda ao qual deus me escolheu pra viver.

Entro na sala atraíndo a atenção de todos, a primeira que coisa que ouço é:

— Tomará que você morra, desgraçada — a mulher ao qual eu chamava de mãe, grita abraçada a Bruno Croft o homem que detém todo o meu ódio. Ele é um dos meus monstros, seu olhar sobre o meu corpo me faz segurar com mais força a bolsa em frente ao meus seios, meus cabelos cacheados se soltam do coque.

— Eu espero que isso aconteça o mais rápido possível — respondo ganhando um olhar de desprezo de Dalila que bebe uma taça de champanhe olhando suas unhas bem cuidadas. Ela nunca teve que lavar um prato durante toda sua vida, diferente de mim que conheço cada canto dessa casa por ter que limpa-lá todos os dias, olho para o meu tênis velho e encardido uma única vez.

Leio a frase que está em minha blusa pela trigésima vez no dia " Eles diziam que eu não seria nada. Agora eles sempre dizem parabéns"
e saiu do apartamento ouvindo as ofensas da minha "familia" ou o que eu achei um dia ser.

— Você vai conseguir — lembro-me do que a Mary me diz todos os dias e sigo em frente, sem olhar pra trás.

***"**

Ai isso foi triste

💔😢

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  Irei escrever o capítulo três ainda hoje 🔥