Tempo de Mudanças

Um Coração Ferido

Afrodite

Estava cuidando das minhas rosas venenosas, vejo como elas são lindas mas ao mesmo tempo sozinhas, já que não podem serem plantadas perto das outras rosas, pois o veneno delas fazem as outras plantas morrerem.

Me identifico tanto com essas rosas, eu sou igual elas, lindo por fora parecido com as lindas pétalas vermelhas e também sou muito sozinho, não fico isolado das outras pessoas por ter a pele venenosa, mas por ser frio, por magoar as pessoas com as minhas palavras.

Por um momento viajo em meus pensamentos e vou para a minha infância, nasci tão lindo, com uma beleza tão diferente para um menino que fui abandonado em um orfanato ainda bebê, por causa da minha aparência, recebi o nome de Afrodite, nome que seria correto para uma mulher, não para um homem.

Quando era muito pequeno, devia ter uns 5 anos, despertei o cosmo sozinho ao me defender de uns meninos mais velhos do orfanato queriam me bater, me chamaram de aberração, apenas porque sou lindo, não sei como, mas senti uma energia imensa dentro do meu corpo e em minutos derrotei todos aqueles garotos que tinham o dobro do meu tamanho.

Fui expulso do orfanato, caminhei por várias ruas sem ter para onde ir, estava com fome, com medo e com frio quando um homem pareceu na minha frente, pensei que ele me mataria, mas ele não me fez mal, colocou um manto quente nos meus ombros, perguntou se sentia fome, quando assenti com a cabeça, ele me levou para um quarto de um hotel, me deu banho, comida e suco, esse homem era o Shion, ele foi a primeira pessoa que me tratou com carinho e atenção, após alguns dias, vim acompanhado dele para o santuário.

Mas o meu treinamento para cavaleiro foi muito difícil, fui muito discriminado por ser lindo, os outros garotos zombavam de mim, para vencer essas dificuldades, me tornei uma pessoa fria, que só pensava em cuidar da aparência, me isolei de todas as outras pessoas.

Quando me tornei cavaleiro de ouro, voltei para o santuário, mas continuei sendo discriminado e o mestre Ares nunca tentou fazer nada para me ajudar, eu vivia isolado na minha casa, a minha única companhia era as minhas rosas, mas um dourado se aproximou de mim, mesmo que no começo eu o tenha tratado mal, nos tornamos mais que amigos, Mask é como um irmão para mim.

Ele tem o coração ferido como o meu, então a gente se entende e se respeita, mas existem pessoas tão maldosas que falam que somos namorados, mas não somos gays.

Eu não quero mais ser uma pessoa ruim, fria e sozinha, me lembro daquela moça de cabelos castanhos e de como fui grosso com ela, resolvo que a encontraria e lhe pediria desculpas pela minha grosseria, mesmo que ela me julgue.

Saio do meu jardim, tomo um banho rápido, visto uma calça jeans e uma camisa preta e vou atrás daquela mulher, não sei o seu nome, ela não tem cosmo, mas como deve morar no santuário, eu a encontrarei, nem que isso demore o dia inteiro, perguntarei a todos que encontrar sobre essa moça.

Ando pelo santuário durante uma hora e não encontro ninguém que pareça com a moça que não sai da minha cabeça.

Já estava desistindo de a procurar quando vozes de crianças e uma linda voz falando com elas, não tenho dúvidas de que achei a linda castanha.

Me aproximo do lugar onde vinham as vozes e fico encantado a observando enquanto ensina a um grupo de 6 pequenos aprendizes.

Quando nota a minha presença, ela olha para mim com lindo sorriso no rosto, se afasta um pouco das crianças e vem em minha direção, eu faço uma linda rosa vermelha surgir e lhe peço desculpas por ter sido grosso com ela no dia que estava no meu jardim, ela aceita as minhas desculpas e conversamos por alguns minutos.

Sei que ela precisava voltar para as suas obrigações, então a convido para ir ao meu outro jardim, o que é na outra parte da casa, ele não tem rosa venenosa, ela aceita o convite, me dá um beijo no rosto e volta para ensinar os aprendizes.

Fico mais alguns minutos a observando e volto para casa, coloco a minha mão direita no lugar que recebi o beijo e abro um sorriso, quero muito encontrar a Seika novamente e dessa vez não irei querer apenas um beijo no rosto.