Act II

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Enquanto andava em direção a delegacia não pude deixar de reparar nos pequenos estabelecimentos ainda fechados, mesmo na rua do posto policial os comerciantes adiaram o horário de abertura por medo do maníaco, ou vampiro, como preferiam acreditar

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Enquanto andava em direção a delegacia não pude deixar de reparar nos pequenos estabelecimentos ainda fechados, mesmo na rua do posto policial os comerciantes adiaram o horário de abertura por medo do maníaco, ou vampiro, como preferiam acreditar. Eu não podia julgá-los, mesmo eu não sabia o que esperar desse serial killer.

Niall aparentava estar menos nervoso e conversava casualmente com Louis, na sala de descanso dos policiais. Era um local que continha uma mesa de mogno rodeada de cadeiras do mesmo material e algumas poltronas de coloração verde musgo, era pequena porém aconchegante.

Louis era o responsável pelas chamadas de emergência e patrulhas, mas como normalmente não tem emergências ele passa mais tempo patrulhando, então raramente estava na delegacia. Nós iniciamos nesta delegacia praticamente na mesma época e nos aproximamos deste então.

"Bom dia Lou, não trouxe café para você, não sabia que seu turno começaria tão cedo" disse estendendo a mão com o cappuccino na direção do irlandês que estava sentado em uma das poltronas, em resposta ele sorriu agradecido.

"Obrigada, mas Harry se assegurou de só me deixar sair depois de tomar café" ele diz sem me olhar, parecendo muito concentrado enquanto se encarrega de organizar alguns papéis. Gostaria de ter sorte no amor como ele, encontrou seu amor e logo se casou sem se importar com mais nada. Formavam um casal incrível e estavam acima do preconceito dos cidadãos retrógradas desta cidade.

"Como estão os trabalhos de Harry como pintor?" Indaga Niall, enquanto toma goles lentos de seu café.

"Ele está cada dia mais talentoso, mas vender obras nessa cidadezinha esquecida pelo resto do mundo é complicado mas ele está tentando a sorte nas cidades vizinhas." Falava com um claro orgulho e o olhar de Tomlinson refletia o seu amor e admiração. Niall e eu sorrimos com a cena.

O capitão Rox, entrou na sala com um olhar duro e com olheiras tão marcantes quanto as minhas, ele aparentava estar estressado e pudera, desde o começo dos casos o governador cobra uma resolução para que o assunto não se espalhe.

"Vocês não encontraram nenhuma pista nova? Nenhum suspeito ou algo que eu possa dar mídia?" Tanto eu quanto meu parceiro balançamos a cabeça em negação, era difícil admitir que todo o trabalho e esforço tinha sido inútil.

"Se não servem para fazer o trabalho que são pagos, o que ainda estão fazendo aqui? Por favor, vão para casa e descansam tranquilos.” Ele diz em um tom controlado mas dava para sentir a irritação e a ironia transbordando da sua falsa calma. Nós apenas escutamos silenciosamente, aperto o maxilar para tentar me controlar, não é como se não estivéssemos fazendo tudo que está ao nosso alcance.

Depois de andar um pouco em círculos e finalmente quebrando com o silencio agonizante: “Só vão embora.” O capitão fala e soltando um suspiro, e passando as mãos pelo rosto com força.

{...}

Não demorei em entrar e ir para o segundo andar tomar um longo e relaxante banho, na tentativa de esquecer todas as aflições e ter um bom dia de sono. Queria poder passar o dia com a Ayla, estou vendo-a tão pouco ultimamente que sinto meu peito apertar de saudades. Ela entende a situação e demonstra se orgulhar de mim mas eu não gostaria de passar sequer um minuto afastado dela
Antes de deitar na cama recordei-me apenas de definir um alarme para algumas horas antes do meu plantão.

{...}

Eu estava estacionando minha caminhonete no estacionamento do posto policial, já era uma da manhã, e ali tinham apenas 3 carros, um deles sendo de Niall, nosso horário se iniciaria em 10 minutos e eu me sentia exausto apesar de ter dormido o dia inteiro.

Ao adentrar na delegacia percebi o clima calmo de sempre e na nossa sala de investigação encontrava-se apenas Niall, ele estava sentado em uma das cinco cadeiras do local, ouvindo a gravação de um depoimento de alguém que não conseguia reconhecer a voz, a quantidade de suspeitos que interrogamos recentemente é inimaginável.

"Boa noite Zayn, pronto para uma mais noite?" Indagou o loiro com um sorriso cansado.

"Fique tranquilo, estamos cada vez mais perto de pegar aquele merda." Eu não tinha tanta convicção no que dizia mas precisávamos de incentivo, mesmo que falso.

"Estou ouvindo o depoimento do Albert Carton, seu álibi confere, mas algo no se tom de voz me parece suspeito" Eu tinha participado da coleta do depoimento, e no geral, ele parecia nervoso, as pequenas pistas podem nos levar ao serial killer, não poderíamos deixar passar nada.

Ouvimos batidas na porta e em seguida a recepcionista apareceu exasperada na sala
"Com licença, houve uma ligação de emergência e preciso que uma viatura verifique uma briga na Rua Roosevelt, não conseguimos contatar Louis e parece ser urgente."

"Deixe com a gente Gina.” O loiro respondeu por nós dois enquanto recolhíamos os distintivos e armas.
Nós corremos em direções à viatura e tentávamos ir o mais rápido enquanto escutávamos Gina falar os detalhes pelo rádio.
Aparentemente uma garota ligou assustada por ter ouvido gritos e barulhos altos de uma casa abandonada ao lado de sua residência.
Finalmente esse imbecil cometeu um erro, podemos finalmente pegá-lo!

"Você não acha estranho não terem conseguido contatar Louis?" Perguntei com a preocupação de que algo houvesse acontecido à ele.

"Ele acordou cedo e provavelmente teve o dia cheio, ele deve ter pego no sono na viatura.”

Eu concordei com um simples aceno de cabeça, não deveria ser mais que isso.

Ao nos aproximarmos do número indicado na ocorrência ouvimos um barulho alto de impacto contra a parede, mas não havia gritos. Eu e Niall nos entreolhamos e pegamos nossas armas, entramos silenciosamente, apontando nossas armas e procurando em que cômodo acontecia a confusão.

Era uma casa abandonada, havia  entulho e materiais de construção dispostos por toda a casa, contávamos apenas com a iluminação da rua, complicando ainda mais a caçada. Assim que passamos para o terceiro cômodo consegui ver um vulto indo rapidamente para os fundos do imóvel, não pensei muito e fui correndo para a mesma direção que ele.

"ZAYN, TEMOS UM CORPO, É UMA MULHER" Consegui escutar Niall gritando do cômodo ao lado, o que meu deu a certeza que esse cara correndo era quem estamos procurando.

O último dos cômodos não havia paredes maiores que meio metro, o que me ajudou a ver o homem esguio correndo para dentro do pequeno bosque que havia atrás das casas, eu atirei algumas vezes em sua direção mas sem sucesso, ele era muito mais rápido.

Eu o perdi dentro do bosque, iluminado apenas pela luz do luar e eu mal conseguia enxergar um metro a minha frente. Como ele consegue correr tão rápido sem nenhuma iluminação?

Ele havia fugido. Eu havia falhado em capturá-lo.

Midnight memories ° Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora