Capítulo Cinco

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              Não sei o que fazer para acalmar a Alice. Falei que estava cheio dos mimimis das mulheres e agora estou eu aqui tentando acalmá-la. O que um homem não faz para ter uma amiga muito legal e de quebra impressionar a amiga gostosa. Entro no carro e tiro a música que anda me perturbando dia e noite para colocar uma música que combine mais com o momento, opto por Home - Phillip Phillips.

            Penso no que falar para deixar o clima mais tranquilo, mas nada vem na minha cabeça, então, canto baixo com a música e a deixo com os próprios pensamentos. Hoje precisamos estar em sincronia total e demonstrar uma cumplicidade absurda, preciso que o Lucas queira engolir as próprias bolas por ter sido um idiota.

            Estaciono na entrada mais longe do tal café, preciso da Alice calma. Abraço ela com carinho e tento demonstrar algum controle sobre a situação. Abro meu melhor sorriso e respiro fundo, é agora ou nunca.

– Hora do show, Docinho!

A Alice nem respira ao meu lado. Insisto para passarmos na livraria para eu comprar um livro para ela, se o Lucas deu um no aniversário dela, não posso ficar para trás. Vou comprar a porra de uma livraria inteira se precisar.

Quanto mais perto do maldito café chegamos, mais a Lili parece que vai ter um ataque de pânico. É sério, posso ver de quilômetros todos os sintomas se manifestando. Passei alguns meses perto do Cássio e posso reconhecer em qualquer pessoa.

– Pelo amor de Deus, Lili, se acalma. Vamos manter o ar de descontração e alegria. Coloca um sorriso no rosto e confia em mim. Vai dar tudo certo.

            – Tudo bem, pelo menos a Vanessa não veio. Acho que vai ser um pouco mais fácil sem ela por aqui.

            Não acredito que ela está preocupada com aquela Taquara Loira. Abraço ela e começo a rir, ela relaxa um pouco e aproveito para fazer uma entrada triunfal. Nada vai atrapalhar os meus planos para hoje.

            Mais uma vez a Letícia me abraça e o encaixe perfeito que o corpo dela tem com o meu me pega de jeito. O perfume dela é delicioso, praticamente um convite para o sexo. Uma mistura de baunilha com alguma outra coisa, frutas ou flores, não sei, mas a vontade que eu tenho é de beijar cada pedacinho da porra do corpo dessa mulher.

– Oi gente, vocês demoraram. – A Letícia fala despreocupada e não parecendo perceber o clima de desejo que tenho por ela. Será que tudo isso é coisa da minha cabeça? – Até achei que vocês não vinham mais. Eu e o Lucas chegamos faz mais de uma hora.

            – Desculpa Letícia, é que passamos na livraria comprar um livro para a Lili. – Falo já atacando. Preciso resolver essa merda de uma vez.

            – Outro livro, Ali? Você já leu o que te dei de aniversário? – O Lucas pergunta mordendo a isca e meu show vai começar.

            – Não, ainda não li.

            – Comprei esse livro para ela porque é uma trilogia. A Lili está terminando o primeiro e não quero que ela fique com ressaca literária.

            Mal termino de falar e ataco a Alice com beijos e afagos no pescoço. A cara de idiota do Lucas é a confirmação que eu precisava para saber que ele realmente gosta dela.

            – Então vamos assistir algum filme?

A Letícia pergunta toda empolgada. Nem a pau vou ficar enfiado na sala de cinema sem poder fazer toda a cena de homem apaixonado pela Alice e fazer o Lucas se mexer.

Amizade, Amor e Outras Confusões - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora