Ten fingers tearing out my hair

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Desde que a irmã de Wooyoung havia o visto naquele estado parecia que o clima havia ficado pesado, tinha poucos assuntos e eles não ousavam dizer muita coisa, ambos estavam tomando achocolatado quente na mesa enquanto olhavam para qualquer outro canto a fim de evitar contato visual direto. A menina tossiu.

— Então... bom, sobre... Seu amigo... O San, né? — ela questionou um pouco nervosa, entrelaçando a caneca nos dedos mais forte. — como... — ela dava grandes pausas em suas falas — ele está?

- San? Huh... Bom, San parece bem. — sorriu de canto e tomou um gole da bebida. — ele que morou comigo quando namorava aquela louca.

- Ah, foi ele... — disse baixinho — Ei, não diga assim dela! Ela só estava... desesperada por amor. — disse perplexa e ele riu

- Ou por sexo — acabou falando sem querer, o que fez ela bater de leve no seu braço. O rapaz se encolheu e fez uma expressão de dor.

— Ela era bem legal, tá bom? Ela só estava apaixonada demais por você, deveria compreender — revirou os olhos e se ajeitou na cadeira tomando um gole pequeno do achocolatado

— Deveria, sim. Uma pessoa que passava vinte e quatro horas te enchendo o saco, e depois de tudo ela se afastou do nada porque disse que gostava do meu amigo, só faltou dizer que iriam pra Miami juntos e teriam uma linda lua de mel — Wooyoung replicou

— Ela gostava de quem? — perguntou curiosa

— Sinceramente não me importa e ela nunca disse. Só viajou pra longe e nunca mais me ligou, assim como a maioria dos meus amigos. — deu de ombros e direcionou a caneca a sua boca

— Isso não faz tanto tempo e você fala assim? Parece que nem se importa. — olhou para a parede e teve uma ideia — Espera! Você, por acaso, gosta de outro alguém? — sorriu, que fez Wooyoung a olhar de canto e se engasgar com a própria bebida, havia derramado um pouco na mesa e estava tossindo desesperadamente, ela riu se divertindo, porém pegou um pano para limpar a sujeira do irmão, que parecia chocado demais para responder sua pergunta.

— Claro que não! — tossiu — Tá doida? Eu só não ligo pra quem não liga pra mim, simples!

— Você não engana nem uma mosca, quem dirá sua própria irmã — ela mostrou a língua, que fez o mesmo negar com a cabeça. Ele no fundo estava feliz e incomodado por estar tão bem com ela. Agora estavam finalmente mostrando um laço bonito de afeto entre irmãos, que brincam uns com os outros e se ajudam em momentos ruins, e isso de fato nunca lhe ocorreu, sentia-se estranho por ainda achar que tinha uma dívida tanto com ela tanto com Choi San e isso lhe parecia hipócrita.

No fundo a menina estava feliz, sentia-se melhor em dar suporte ao seu irmão, que parecia precisar de ajuda tanto quanto ela, teve uma das tardes mais agradáveis de sua vida, e nunca imaginou que seria com seu irmão, sentia-se empolgada porém estranha.

○●○

No hospital um paciente acordou, que levou si mesmo a espanto, o coração acelerava e os olhos corriam por todos os lados do quarto, estava desesperado, San estava desesperado.

Uma figura um pouco distorcida se aproximou, ele sem hesitar fechou os olhos por algum motivo, torceu para que aquilo independente do que fosse não o dissesse coisas horríveis.

— Choi San, está acordado? — a voz soou doce e gentil, que o fez abrir os olhos aos poucos. Virou a cabeça lentamente e sua visão embaçada foi voltando ao normal, viu uma mulher bonita, que sorriu agradavelmente.

San abriu a boca para dizer, mas não houve algum som.

— Não precisa se esforçar, você está se sentindo bem? — perguntou arrumando algo ao seu lado que estava ligado ao seu braço, tirando um pouco a atenção, mas logo o encarando novamente, ele fez um leve movimento com a cabeça para dizer que sim e a mulher sorriu novamente. — Ótimo. Vou chamar a médica pra te avaliar, tudo bem? É só um segundo.

Ela saiu de perto dele segurando uma caderneta entre os braços, ele ouvia os passos irem se afastando e lhe causava uma curiosidade estranha, ao menos sabia onde estava e porque estava

Alguns curtos minutos se passaram e a mulher aparentemente nova que estava ali voltou com outra, ela parecia mais velha e um pouco mais rígida, todavia não alguém ruim.

— Tudo bem com você? — a mais velha se aproximou e perguntou, que fez San abrir a boca e finalmente soltar um som

— Tu...do. — disse calmo e baixo, quase inaudível.

— Pode me responder algumas coisas? — perguntou e ele acenou que sim um tanto duvidoso.

— Lembra o seu nome?

Ele pensou. Olhou por todos os lados e era incrível como estava em sua mente, mas não conseguia puxar essa lembrança, não conseguia dizer o nome que ouviu e disse sua vida inteira. Ele abriu os lábios novamente para falar, mas foi tomado pela tristeza de esquecer algo tão importante e lágrimas correram pelo seu rosto, elas eram estranhamente frias e rápidas.

— Fique calmo, tudo bem. Seu nome é Choi San, mais conhecido como San. — colocou a mão levemente no braço do paciente.

— Choi San. — disse de volta, pode se lembrar de algumas vezes que disse e que ouviu esse nome, que o fez sorrir levemente, fazendo assim ambas as mulheres que estavam no quarto sorrirem também.

Uma inevitável e inesperada lembrança voltou a sua cabeça, que o levou a espanto imediato, era desconfortável o suficiente para que sentisse vergonha de quem lesse sua mente, mas esperou que isso nunca ocorresse.

Lembrou de um dia que estava numa casa, não sabia se era sua ou de outra pessoa, mas estava lá. Havia um homem um pouco mais alto que tinha um sorriso pervertido em seus lábios e olhos de fogo, que estranhamente queimavam por todo corpo de San, e ele fingia estar gostando do momento, embora o que ele mais quisesse era fugir dali. Ambos cambaleavam entre beijos até uma cama de tecido azul, os momentos passavam-se em flashback, mas era totalmente suficiente para lhe atormentar. Um em específico mexia muito com seus sentimentos, que foi quando pode escutar bem a voz grossa do homem dizendo "você gosta disso, San?" E puxou seus cabelos sem cerimônias enquanto beijava e mordiscava suas costas até a parte mais baixa, o Choi simplesmente olhou para janela e seus olhos brilharam com a luz da lua, ele tinha pensado coisas tristes e que fazia seu coração arder no peito, embora não fosse esse sentimento viável para o momento.

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Wish you were gay - WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora