It's ok, San.

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No dia seguinte San acordou entediado, estava se sentindo sozinho, sequer havia enfermeiras por perto, e provavelmente não sabia o que fazer para curar esse tipo de sentimento.

Ele pensou em apertar o botão vermelho que haviam lhe alertado no dia anterior, mas pedir ajuda sem precisar não era muito seu forte, isso poderia apenas incomodar as outras pessoas. Ele se sentou na maca.

Cantarolou uma canção inventada, pois ao menos se lembrava de sua música favorita, não havia pensado por esse lado. San riu bobo, como se estivessem fazendo algo idiota, mesmo que não estivesse de verdade. Parecia feliz, mas apenas ele mesmo sabia o quão quebrado se sentia por dentro, apenas ele mesmo podia se auto-julgar porque as pessoas não sabiam nada, mas insistiam em opinar coisas sem fundamento. Choi bufou.

De repente alguém entrou no quarto, a porta havia se aberto num estrondo enorme, que fez Choi dar um pulo imediatamente, olhando para a porta, um tanto assustado.

— San... eu... — uma figura estava na porta. San não reconhecia bem aquela pessoa, mas era comovente o olhar profundo que dirigia a si, pôde sentir uma imensa tristeza por um instante. Era um homem jovem e de cabelos castanhos, estava vestido de branco. Ele veio se aproximando com muitas lágrimas nos olhos, San apenas o observava sem saber o que dizer ou como reagir, sentia vontade de hesitar por extinto, mas seus sentimentos mais profundos lhe diziam para permanecer no mesmo lugar. Eles ficaram frente-a-frente. — você... está bem? — ele perguntou e apoiou ambas as mãos no rosto alheio, San agora estava boquiaberto, que procurava uma resposta para aquela pergunta.

— Eu... sim... — disse vago, não sabia se realmente deveria dar-lhe satisfações, mas por outro lado era como se estivesse fugindo do seu próprio corpo, que lhe dizia enfaticamente que estava péssimo.

Os olhares entre eles era tão forte e tão fixo que fez San arrepiar por um segundo, aquela cena externamente monótona mas internamente abalante fez com que sentisse um vento frio entrar pela porta e atingir em cheio sua pele. Aos poucos sentiu-se mais perto do que devia se sentir, cedeu-se mais fácil do que devia ceder. Seus lábios se juntaram como se buscassem aquilo por tanto tempo, a sensação jamais sentida ardia em seu peito, fazendo com que ele batesse mais alto a cada mísero segundo. Quando seus lábios começaram a movimentar sentiu-se mais acolhido quanto antes, como se pudesse ficar seguro com aquela pessoa, e San não sentia vontade de parar, nem para perguntar de algum modo formal quem 'ele' era.

Alguns flashs passaram pela sua cabeça, de momentos incríveis ao lado de um alguém, que dava a entender que era ele. Todos os dias que foram preenchidos por uma felicidade imensa e inovadora, acolhedora e relaxante.

Em algum momento o beijo foi ficando mais intenso, como se houvesse desejo de ambas partes para ir além, não se importando que esse além fosse errado ou certo.

Algumas vezes o de cabelos castanhos dava pequenas mordidas no lábio inferior do Choi San que respondia de forma abrupta com uma respiração mais pesada, do mesmo modo encaixando suas mãos nos cabelos macios e escuros do outro. Era um desejo tão mais forte que eles não se deram conta que deveriam respirar um pouco, não conseguiam cortar a energia que atingia-os como um imã.

Aquele que estava o beijando o empurrava lentamente para trás e rapidamente pode sentir que suas coxas estavam roçando sua parte mais baixa. Sentiu sua temperatura aumentar mas sequer parou.

Não sabia como, nem quando, mas talvez soubesse quem era. Aos poucos a memória de San foi reaparecendo cada vez mais, e um grito ecoou em sua cabeça, dizendo "Jung Wooyoung!" E por um impulso disconexo a suas emoções, ele o empurrou fortemente, ambos se entre-olharam assustados por pequenos segundos, não sabendo o que estava acontecendo. De repente San abriu os olhos num pulo, estava no mesmo quarto, mesmo lugar, mas sem ele, sem nada. Tivera acabado de acordar de um sonho.

Um aperto correu pelo seu peito durante alguns minutos, sentia falta do que sentira há pouco, mas não fazia ideia do porquê ele o empurrou de maneira tão precipitada e tão mais forte que o desejo de senti-lo mais. Sentia raiva? Tristeza? Quem era Jung Wooyoung? Por que tudo isso tão de repente? Estava com dor de cabeça, parece que estava num labirinto infinito onde apenas queria encontrar uma saída, uma resposta, mas decerto que nunca havia encontrado. No fundo, ao menos sabia o que procurava.

Após alguns instantes sentado na maca, olhando de maneira estranha para todos os cantos do quarto, ouviu-se a porta abrir de forma lenta, olhou rapidamente e com esperança; era uma enfermeira, de pele escura, baixa estatura e um pouco mais velha.

— Bom dia! Você está bem? — perguntou ela radiante, mas fez o paciente lembrar de seu sonho, ele ponderou por alguns instantes. — Não quer responder? Entendo. Ultimamente não está sendo fácil para ninguém, mas nada que um bom café da manhã não resolva. E aliás, sinta se privilegiado — Choi a olhou assustado, como se estar numa maca de hospital fosse algum privilégio. — você pode comer mais coisas que outros pacientes, e provavelmente hoje você vai receber alta. — Ela se aproximou com o carrinho e havia realmente mais coisas do que imaginava, sorriu para a enfermeira, que retribuiu de forma gentil, colocando a bandeja em seu colo. — Há outra coisa, preciso trocar o seu remédio. Sabe, eu gosto muito do meu trabalho, mas há pacientes tão arrogantes, me deixa um pouco mal. — disse ela enquanto tirava o saquinho de soro vazio no alto do suporte, logo o deixando no carrinho ali perto. — Tive uma impressão um pouco errada quando li sua ficha, você parece ser alguém muito agradável para quem tem... — ela segurou outro saquinho de soro, que agora estava cheio. Congelou por um instante. Choi olhou-a esperando terminar a frase, mastigando uma torrada com geleia. — Bem, isso realmente não importa, não é? Você é uma pessoa comum como as outras. — disse colocando o equipo no outro soro, com um rosto um pouco triste e desconfortável, como se tivesse falado demais. — Ah, me perdoe, eu tenho essa mania terrível. Está doendo? — perguntou enquanto mudava a velocidade de que o soro corria. Choi respondeu que não com a cabeça. — Qualquer coisa você pode me chamar. Mais tarde voltarei para pegar a bandeja, pode deixa-la aqui nesse criado-mudo.

Quando ela saiu com o carrinho, San se perguntou muitas vezes do que se tratava aquilo que ela não continuou, mas principalmente se perguntou porquê que todos estão escondendo algo de si, porque de fato estavam, ele sabia disso. Suspirou pesado apoiando a cabeça na parede após comer as torradas. Olhou pro soro e ele estava extremamente devagar, mas preferia que não doesse.

A sua vida andava tão estranha que o fazia querer chorar, não sabia o que era isso que eles diziam, mas gostaria tanto de saber. Tomou liberdade para se deitar e sonhar mais um pouco, quem sabe assim, poderia encontrar alguma coisa.

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Notas:

Oi galero, como vcs tão? Muito obrigada pelos 1k, sério eu tô extremamente feliz.

Me perdoem pela demora gigantesca dessa vez.

Eu não tenho muito costume de fazer notas mas achei importante fazer agora.

Quero dizer pra vocês POR FAVOR não  façam auto-diagnósticos de doenças psicológicas, muito menos baseada nessa fanfic porque eu tenho um conhecimento extremamente raso sobre esquizofrenia e doenças mentais, então eu tive muita dificuldade para manter isso mais real possível, eu não tenho como tirar dúvidas com médicos e coisas assim, ou seja, nem tudo escrito aqui, principalmente sobre esse tema é 100% verídico. (obviamente, mas vocês entenderam)

Até mais :')

Wish you were gay - WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora