SIGNUS: A Profecia do Oráculo

Capítulo III: Reescrevendo

NÃO CHORE:

A manhã no reino de câncer estava bem aquecida. As flores pareciam dançar com a música dos ventos, assim como os pássaros ousavam alcançar a mesma melodia. Louis estava despido em seu aposento, observando e analisando sua nova e primeira espada. Não sabia ao certo qual era o perigo que Leonor havia mencionado. Será que o pequeno canceriano saberia lidar com a batalha da qual estaria destinado a travar? Com quem seria? Ou contra o quê ele poderia enfrentar? O príncipe não imaginava com quem Câncer teria rivalidade. Na verdade, o motivo de Câncer existir na cidade de Signus, seria por manter a paz entre as outras três potências. Louis estava atordoado, angustiado. Não aguentaria vivenciar uma guerra, tão menos era preparado para enfrentar essa possibilidade.

-Louis? -Alguém bateu à porta, salvando o canceriano de seus tormentos mentais. No entanto, nenhuma resposta foi dada do outro lado dela. -Você está trancado aqui a horas. Na verdade, poucas vezes consegui vê-lo pelo jardim nas últimas semanas. Há algo de errado?

Era Custódio. Louis se tornou um grande amigo do sagitariano, que necessitava de alguém que o desse apoio durante sua adaptação no reino de Câncer. Custódio foi convidado por Alexandra para viver dentro do castelo, em troca de seus cuidados ao jardim do lugar. O convite da rainha, no entanto, não foi totalmente pelas novas mãos de jardinagem de Custódio, mas sim pela relação de amizade que seu filho tinha criado com o mesmo. Custódio, apesar de pertencer a plebe, era um garoto gentil e não carecia de educação, era sábio para sua idade.

-Entre, Custódio. -Disse Louis, se vestindo e guardando sua espada um lugar seguro de seu quarto. -Peço perdão pelo meu sumiço hoje. Ando em outro plano ultimamente, devido a minha conversa com a rainha Leonor. Mas não fique preocupado, está tudo bem. -Sorriu docemente, acariciando o ombro direito do sagitariano.

-Fico feliz que esteja bem, amigo. -Respondeu o sagitariano. -Haverá um baile hoje à noite. O convite chegou a umas semanas atrás, mas você estava tão distante, vivenciando seus pensamentos tão silenciosamente, que não pude ter coragem em atrapalhá-lo. -Completou, tirando de seu bolso um convite.

O convite estava amarrado em um laço de seda perfeitamente sintonizado com o papel da mesma, trazendo em seu centro uma pétala do lírio-de-tigre. Louis logo identificou quem era seu emitente, pelo aspecto alaranjado da carta: o caloroso reino de Escorpião. O príncipe logo segurou a carta, a fim de abrir a mesma e ler o que estava escrito. Em letra cursiva, a carta trazia escrito uma etiqueta incomum entre a realeza, mas íntima entre "velhos amigos":

Para Alexandra e Louis,

velhos amigos do Reino de Câncer:

"Convido-lhes para o baile anual em comemoração as conquistas do reino de Escorpião. Câncer, por vossas divinas contribuições ao meu reino, torna-se um dos convidados especiais desse baile, assim como as outras duas potências. Alexandra e Louis, aguardo-lhes ansiosamente nessa comemoração. Vossa presença é insubstituível e inigualável".

De Érico, do Reino de Escorpião.

...

O grande baile estava acontecendo e os cavalheiros puxavam as damas para uma dança longa e de movimentos lentos. Louis usava uma roupa na mesma tonalidade do dourado, era perceptível os detalhes da parte de cima de sua vestimenta em tons semelhantes ao vermelho-borgonha e vermelho-carmesin. James, em tons de marrom, olhava Louis de longe. Sua língua visitava seus lábios de segundo em segundo, molhando-os a cada passo dado pelo canceriano em direção à ele. O escorpiano olhava tão fixamente para Louis, que nem ousava prestar atenção no quanto o salão estava lotado - cinco reinos presentes, comemorando as grandes vitórias que alcançaram ao longo do tempo.