Pelos Cabelos de All Might! ❦ Boku no Hero One-Shots

7.1 - ❝ Impossível ❞ (OC & Katsuki)

Nota da autora
Esta one foi escrita com a OC criada pela Boonniye. A fanart utilizada aqui é de autoria dela.

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"Prezado Bakacchan,

Eu não sei como esse revés começou. Num dia eu era sua velha e boa amiga, no outro, não suportava ser apenas isso. Talvez seja o modo como seu cabelinho idiota de porco-espinho balança quando você corre ou voa atrás de alguém movido pela força do ódio. Ou a sua voz raivosa e irritante, que sempre está gritando. Ou você sempre querer ser o melhor em tudo, o que me irrita - e eu juro que um dia vou te vencer, ou não me chamo mais Aihara Íris. Eu não sei como comecei a gostar de você. Mas agora que gosto, não sei sentir o contrário. Também sei que nunca vou ter coragem de me declarar para você, mas se você apenas soubesse... o que você diria?

Atenciosamente, Íris"

A garota largou o smartphone na mesa como se queimasse suas mãos, e cobriu o rosto envergonhada. Só de escrever as palavras, elas pareciam perigosas, prontas para saltar para fora e informarem ao mundo os segredos que ela escrevera ali. Íris não era do tipo escritora, mas algo dentro de si a forçou a escrever as palavras tão temidas no momento em que percebeu a realidade.

Ela estava apaixonada.

Só a palavra parecia extremamente constrangedora. Pior ainda era a pessoa a que se referia: ela estava apaixonada por Bakugo Katsuki.

Tantos garotos em idade escolar no Japão, e ela tinha que ter se apaixonado justamente pelo seu maior rival e melhor amigo, com personalidade explosiva e a única certeza de que ele nunca, jamais seria capaz de expressar sentimentos românticos por garota nenhuma, e muito menos por ela. Íris sabia que, se ele quisesse uma namorada, era bonito o suficiente para escolher qualquer garota que quisesse. E ela sabia que haviam muitas garotas interessadas nele, especialmente depois dos eventos do ano anterior, em que ele tinha sido o campeão do Festival Esportivo Anual da U.A. Claro que, amarrado com todas aquelas correntes, um cadeado nas mãos e uma focinheira na boca, Katsuki parecia um tanto quanto ameaçador e violento, como um animal raivoso. Mas, definitivamente, um animal raivoso atraente, e ela tinha consciência de que não era a única garota no Japão a pensar a mesma coisa.

Íris simplesmente sabia que, se Katsuki quisesse ficar com uma garota, não seria ela.

Por isso, enquanto contemplava o perigo da situação - ela escrevera sua pequena carta no chat privado do LINE, um toque e Katsuki receberia a mensagem instantaneamente -, ela imaginou como seria se ela de fato enviasse o que tinha escrito. Imaginou Katsuki lendo, rindo do quão absurdo parecia a ideia, depois caçoando dela, talvez pensando que tinha sido só mais uma das provocações que trocavam todos os dias.

Desde criança, Íris gostava de explorar o desconhecido, correr riscos, brincar com fogo. Mas, dessa vez, o fogo parecia quente demais para que ela se aproximasse.

Ela tentou rir de si mesma, imaginando a situação. Não seria realmente um desastre se eu enviasse essa mensagem?

Seus instintos de autopreservação falaram mais alto, e ela inclinou-se sobre o celular para apagar palavra por palavra, e voltar à segurança do segredo. Ninguém jamais saberia de seus sentimentos, muito menos o alvo deles. Ela poderia continuar segura disso depois que apagasse a mensagem.