TUDO QUE THAY FAZ É CHORAR

CAPÍTULO 11 Pulmão Direito sem Telhado

No meu 2° ano do Ensino Médio que foi um ano depois à primeira cirurgia no pulmão esquerdo que foi em 2015, ou seja em 2016 eu fiquei internada novamente no "Graacc" só que desta vez foi em Junho (perto de completar um ano da anterior), ou seja meu pulmão direito resolveu que ia se tornar de fato gêmeo idêntico do esquerdo e resolveu desabar o teto dele. Eu lembro que nesse dia, acho que graças a Deus de novo (senão realmente eu poderia ter "dado as botas") eu estava indo pra uma consulta de rotina com meus pais, e cantando no carro pra SP "O pintinho piu" (credo eu não me sinto mais bem com essa música depois desse dia, parece uma praga em uma sensação interior) e quando entro pela porta automática, ASSIM QUE EU ENTRO eu começo a sentir uma dor forte que parecia mais que estavam puxando meu coração de dentro pra fora, exatamente isso e definitivamente pior do que do ano anterior, porque eu choro mais para coisas emocionais do que dores físicas mas esse dia, AH eu sentia uma dor tão assustadora que eu chorava implorando para resolverem sendo que eu nem mesmo conseguia explicar nada KKKKK, descobriram depois que furou o pulmão direito e o ar devia ser tanto que deslocou meu coração, pois é mano DESLOCOU, mas então foi aquela velha história de colocar o rabo do Minion outra vez e novamente meu pulmão como queria dar uma de gêmeo ele não ia fechar, mas eles insistiram e eu até tentei com todas minhas forças usando de fé e um boa dose de Fisioterapia fechar essa gracinha. O lado bom é que conheci enfermeiros incríveis tanto que viraram amigos, eles lembram de mim até hoje com tantos pacientes e eu fico muito feliz com isso e grata, é um mundo totalmente incrível e diferente, e que mundo!
Os pacientes tinham aulas da "Escola Móvel" que são professores que se locomovem especialmente até o (aluno/paciente) e transmitem o conhecimento de uma sala de aula, eu fiz algumas atividades e provas lá e na época cada paciente estava recebendo quadros e tinta guache, massinha de modelar colorida, e eu olhei e pensei "massinha + cola + quadro = obras de artes minhas" e fiz algumas, mas que infelizmente como eu não pude emoldurar ou colocar algo em volta para preservar começaram a pegar bolor e até a sair a massinha, mas foi uma época boa em, AH até alguns amigos (poucos) da minha sala na época levaram quadros para mim e aqui novamente meu "_ MUITO OBRIGADA!" Então não fechou meu pulmão igualmente teimoso ao outro, tentaram me colocar uma válvula com apenas uma pequena parte de um caninho e um saco pra substituir o Minion mas não deu certo, tava vazando o ar e então entrando ar indesejado e que não podia entrar, eu voltei para o hospital que na altura eu tinha ficado numa casa de apoio perto porque era pra testar e não deu certo, chegaram da primeira vez também a me mandar para casa mas eu voltei ainda de noite porque já não tinha dado, mas ele tentaram de novo e olha que demais, como tinham que tirar o que acompanhava a válvula porque era pequeno para ligarem o Minion, iriam tirar esse que tava, para colocar outro cano e teria que fazer um outro caminho até meu pulmão por conta de inflamar ou algo do tipo, o desconforto de empurrar aquele negócio ia acontecer outra vez, eu devo ter ficado com uns 3 canos dentro por conta dessa de vai/ não vai.
Eu fiz a cirurgia apesar dessa segunda quase me fecharem porque minha pressão tinha caído e eu não respondia com os sinais que aparecem para eles, eu quase que adiaria isso e minha mãe lá fora rezando para que os médicos fizessem e que eu voltasse com os sinais, e eu voltei né gente! Finalizei a cirurgia e fizeram a mesma coisa de "tirar o telhado e colocar uma cobertura reforçada bem colada" e fiquei me recuperando na UTI, não via a hora de ir embora, tanto é que ficava andando mostrando que eu tava me exercitando e já tava boa, mas pensa numa demora de ser liberada, um monte de papelada tiveram que assinar e aí bye bye…

Agradecimentos: Enfermeira Renata, Dr. Rodrigo e Dr. Renato.