Capítulo 3 - A verdade dói, mas liberta.

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Se tinha uma coisa que me deixava satisfeita era conseguir algo que eu queria. E aquele apartamento era tudo e muito mais do que eu tinha pedido a Deus. O corretor conseguiu o desconto que eu tinha pedido, e agora eu e Victor tínhamos nossas chaves nas mãos. Não existia uma sensação melhor do que aquela, ter algo que era meu e que eu poderia modificar da forma que eu quisesse – bem... ao menos por dois anos e meio - . O melhor é que o apartamento já tinha boa parte da mobília, teríamos que comprar certos eletrodomésticos, e coisas para decorar, mas o dono já nos deixou com um sofá perfeito, e uma cama de casal na suíte principal.

— Eu estou tão feliz, Victor, jamais imaginei que me sentiria tão bem em um apartamento só nosso.

Ele sorriu, e me abraçou pela cintura. Meu coração se aqueceu ao tê-lo tão perto.

— Eu acho que já estava na hora. Você sempre é muito apegada aos seus pais, faz tudo com eles, está na hora de priorizar a gente.

Eu assenti.

— Eu sei que fui bastante distante nesses últimos tempos, e vou recompensar tudo, prometo. Eu sou uma pessoa bastante complicada, tenho grandes objetivos, e ninguém está à frente deles, nem mesmo você. Deixei bem claro isso desde o início, mas sei que às vezes exagero.

— Jamais vou exigir que você desista dos seus sonhos, mas aproveitar os poucos momentos que podemos estar juntos não é pedir muito, ou é?

O clima estava tão bom, e já estávamos à beira de um início de discussões. Preferi mudar de assunto logo ou uma briga sem razão alguma ia se iniciar.

Bem... vamos ir logo comprar as coisas que faltam? É o melhor que podemos fazer agora.

Ele assentiu, mas eu sabia bem que se dependesse dele teria continuado ali para ouvir minha resposta.

*

Uma semana depois...

Eu aceitei fazer algo que com toda certeza ia me arrepender até o fim daquela noite. Luiza tinha me convencido a ir para uma balada com ela, e mesmo com minha explicita negação, ela não aceitou um não como resposta, e eu acabei indo com ela para não perder a amizade de minha melhor amiga. Aquela noite Victor tinha saído com alguns amigos, e Luiza me convenceu que eu devia fazer o mesmo, me divertir com ela. Entrei na balada e me senti um pouco deslocada no início, mas a música até que me cativou, só estava um pouco alta demais. Luiza me puxou para dançar com ela, e eu ri ao tentar negar, mas ela não aceitou e me puxou para a pista. Bebemos, e dançamos juntas por um bom tempo, até que meu campo periférico visualizou algo que eu imaginei ser uma alucinação e das piores possíveis.

— Luiza, aquele é o Victor? - Falei alto para que ela me ouvisse, e apontei para onde ele estava.

Ela olhou e então arfou ao ver a cena. Ele estava sentado em um dos sofás de veludo que havia no canto da balada. Uma garota sentou-se no colo dele e o beijou. Meu estômago embrulhou de nojo ao vê-lo colocar a mão na coxa dela.

Que filho da puta! - Disse Luiza ao meu lado.

— Eu vou acabar com ele. - Falei logo.

— Não, você não pode ir lá fazer escanda-lo. É pior.

— Pior? Eu quero mais é que ele se foda. Lá estão todos os amigos dele, quero que ele tenha a pior humilhação da vida dele.

— Você tem certeza?

— Claro que sim, Luiza, ele vem me traindo sabe-se lá a quanto tempo, os amigos sabem, e eu vou ficar aqui parada? Nunca.

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