(Continuação Do Livro "A Aposta") Beatriz e Rafael sempre tiveram que estar próximos por conta da amizade de seus pais, mas apesar disso a relação deles não era nada boa. Beatriz desejava seguir os passos de seu pai e se dedicava exclusivamente ao...
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Rafael Domingues Linhares
Eu precisava voltar a minha rotina de antes, mas depois que voltei de viagem estava sendo um pouco complicado. Tive que passar um tempo no apartamento da minha irmã até encontrar um que eu gostasse, mas o problema era que estava demorando demais e eu estava muito frustrado com isso. Passei alguns meses em Atlanta por conta do meu trabalho, eu era gerente de comércio exterior em uma multinacional, e me orgulhava muito disso, a minha vida se resumia em viajar muito, trabalhar quase que doze hora por dia (porque mesmo que estivesse longe da empresa, eu continuava trabalhando) e no resto do tempo focava em transas sem compromisso. Era melhor assim, gostava de ter liberdade em minha vida, e por mais que meu pai e minha irmã quisessem que eu estivesse em um relacionamento sério, eu preferia não me envolver. Vi a forma com que meu pai sofreu pela morte de minha mãe e queria me manter o máximo possível longe de problemas. Toda decisão que eu tomava, um contrato que eu assinava, e as conquistas que tive, sempre foram para orgulhar a minha mãe onde quer que ela estivesse. Não se supera algo assim tão facilmente, até hoje eu ainda não tinha superado, mas ao menos aprendi a me acostumar a viver sem ela.
Naquela noite depois do trabalho eu decidi que precisava beber um pouco e me divertir. Só voltei para casa para me trocar e tomar um banho, depois segui para uma balada que eu gostava. Estacionei meu carro, e entrei na balada, a música alta preencheu meus ouvidos e trouxe um sorriso para a minha boca. Decidi ir até o bar, e notei que uma mulher estava sentada em um dos bancos, ela pediu uma bebida e não deixei de reparar em seu cabelo longo e escuro que caía sobre as costas e escondia parte do vestido vermelho. Aquele vestido justo me permitiu ver suas curvas deliciosas, e eu segui em frente indo até onde ela estava. Parei próximo dela e foi então que ela virou o rosto e eu pude ver quem era. Puta que pariu! Era a Beatriz. A minha surpresa não podia ter sido maior, ainda mais por todas as coisas que eu imaginei até descobrir que era ela. Eu sabia bem que devia me manter longe dela, sempre foi assim, e eu preferia usar de ironias para esconder qualquer atração que eu pudesse sentir por ela.
— Rafael? - Disse ela parecendo confusa.
— Jamais imaginei que ia ver você por aqui, Bia. - Falei surpreso.
— O que está fazendo aqui, Rafael?
Ela não escondeu sua irritação ao me ver, e isso trouxe um sorriso a minha boca.
— Queria me divertir um pouco, mas o que me surpreende é ver logo você por aqui.
Começamos a conversar ou melhor, a discutir, e ela deixou escapar que tinha terminado com seu namorado. Eu acabei me engasgando com minha bebida sem álcool (precisava dirigir ainda naquela noite)
— Você está falando sério? Acho que está bêbada e está inventando isso.
— Não.... não... eu o vi com uma morena... ela era bonita até... aí falei um monte pra ele... e chutei ele, também dei um tapa na cara dele. - Contou.
