09

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Sina voltou a respirar melhor quando os amigos passaram pela porta e dessa vez certificou-se de fechá-la para ir ao banho. A água escorria sobre ela, durante isso, pensava no ocorrido. Pensava que eles iriam se beijar se Krys não tivesse atrapalhado e Sina desejou bater nele muito forte pela interrupção. Sua mente não a deixava em paz, a recordava a cada milésimos de segundos a proximidade dos dois, as palavras de Noah para ela.

Droga, ele sabia exatamente o que dizer.

E foi aí que a parte duvida-de-tudo-e-de-todos na cabeça de Sina ligou. Ele usara as palavras tão certas, a fez ficar confortável e se soltar tão rápido. Quantas vezes ele não deve ter feito a mesma coisa para outras? Aliás, ele deixou quase evidente que ela era só mais uma. Noah poderia ter levado ela para cama facilmente e fingido que nada aconteceu na manhã seguinte. Ou, poderia ser que, ao nascer do sol, ele continuasse a tratando bem. Não obstante, tinha ciência de que isso só aconteceria se ela cedesse, que a culpa não era dele por fazê-la se sentir bem, mas de seus sentimentos que tinham uma porcentagem generosa nisso e, por causa deles, ela se entregaria a ele ali.

Obrigada, Krystian, pelo livramento.

Ela não poderia esperar mil maravilhas vindo de Noah só porque eles eram amigos. Ele já dormiu com muitas meninas e sendo alguém tão romântico, daqueles apropriado para namorar, isso não era algo dificultoso. Óbvio que ele devia usar suas qualidades da mesma forma que ele fez com ela, com outras. Galanteador sem vergonha! Deinert estava em dúvida, se olhava a parte boa e incrível do amigo ou olhava para as besteiras que ele fazia por aí com pessoas aleatórias. Sim, transar com outras era considerado besteira para ela por conta do que sentia. Não era segredo nenhum seu ciúme.

Tente não pensar nisso.

— Acho que é impossível. — Respondeu seu próprio pensamento em voz alta.

Assim que chegou até onde todos estavam, sentou na cama, próxima de Bailey. A partir dessa sua escolha de onde ficar, Noah não se concentrou em outra coisa a não ser eles dois. Ele não conseguia desviar o olhar da loira que ria das piadas toscas do amigo ao lado e seu interior começou a se embrulhar, uma pitada de raiva e outra de inveja. Por fim, Sina agarrou o desejo que tinha e seus olhos encontraram aquele par de cores verdes brilhando, mas não um brilho de felicidade. Seu batimento cardíaco era capaz de assustar qualquer um que pousasse a mão em seu peito ou só abaixasse a cabeça até ali. Daria para escutar perfeitamente e faria inclusive, a contagem, se quisesse. Era isso que Urrea a causava.

Joshua e Any jogavam algum jogo estranho no mesmo celular. Sabina choramingava, abraçando Joalin de instante e instante, alegando já estar com saudade. Os outros conversavam, brincavam e gritavam. Esse último estava sendo o mais feito por eles. Uma balbúrdia total dentro daquele cômodo.

— Digam-me que vamos sair amanhã. — Noah gritou por cima das vozes.

— Sim, eu vou. — respondeu Krys.

— Você é um dos meus, King. — Ele levantou a mão e fechou o punho esperando um toque.

— Não vai ser com vocês. Só eu e Sina. — Noah ia se pôr a falar novamente, mas foi cortado antes que o fizesse. — E nem adianta, não vamos dizer para onde iremos. Certo, Sina? — Esperou a resposta da amiga, encarando-a com um pedido de afirmação urgente.

— Nem pra mim? — Heyoon segurou no braço de Sina.

— Nananinanão. Sina matenha sua boca fechada, garota. — O chinês a fulminou com os olhos e ela apenas levantou os ombros, dizendo que não estava fazendo nada.

— Deixa de besteira, conta logo pra gente. — Bailey incentivou, cutucando sua barriga e os olhos de Noah foram para aquele lugar na mesma hora.

The Reading | NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora