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U R R E A

Será que é cedo demais e louco, passar do pedido de namoro para casamento? Eu não consigo mais me ver longe da Sina, ela está mexendo comigo em todos os momentos. Quando estou dormindo, comendo, tomando banho, conversando com meus amigos, minha mente insiste em se voltar para ela. A cada dia passado, vivenciado ao seu lado, me faz perceber que ela é a mulher mais preciosa existente, o encaixe perfeito em minha vida, não é a peça que me completa, mas a aquela pessoa que me faz transbordar, a calmaria do meu mar de problemas e agitação. Todo aquele romance clichê, coisa boba, eu quero ter com ela. Eu jamais conheci alguém assim, é um sentimento extraordinário, inédito...

Eu a desejo tanto que às vezes só de olhar para ela, necessito me encontrar, me inundar nos seus lábios, tocar em sua pele macia, conversar, elogiá-la a cada um minuto e dizer como me sinto ao estar do seu lado. E agora temos bastante tempo para fazermos tudo isso e muito mais. Não precisamos acelerar as coisas. Os dias estão se passando mais rápido do que eu gostaria, mas estou sabendo desfrutar de cada momento que tenho com Sina. Cada detalhe é essencial para minha memória, guardo tudo com carinho.

Quase vacilei e contei a Lamar sobre nós dois, tive que fazer uma cena, rindo — forçado — para que ele pensasse que eu estava brincando e falando nada com nada. Acho que pode ter funcionado. Ryan e Haley são os únicos que sabem até agora e, claro, disse a Sina tudo e ela não se preocupou. Era até bom ter alguém que pudéssemos falar, sem fingir.

Estávamos entrando no segundo mês de nossas férias e Sabina decidiu voltar para cá amanhã. Sofya e Hina escolheram ficar um pouco mais em casa e só depois vir. Compreendo o lado delas, minha sorte é que em um pulo eu consigo ver meus pais e amigos em Orange. E como de costume, estou planejando um passeio para mim e minha doce Deinert. Estou pensando em algo que envolva o céu, estrelas, e só consigo pensar em levá-la para o Mount Lee, o famigerado letreiro de Hollywood. Pode parecer algo fútil, um local muito visitado, entretanto, a vista é mais bela ainda à noite e com a companhia dela, apenas nós dois, será uma noite e tanto. Certamente inesquecível.

Estava terminando meu hambúrguer ao lado os garotos quando vi uma silhueta bastante conhecida por mim, passar por ali, um pouco longe. Seus cabelos longos e castanhos claros estavam preso em um rabo de cavalo. Desviei meu olhar para responder Bailey, que dizia alguma coisa.

— Aquela não é a Ashley? — Oscilou entre mim e a garota parada em frente ao balcão de atendimento.

Quando a mesma caminha até uma mesa e senta, ficando agora de frente e me dando uma visão ampla de seu rosto, confirmo que é ela.

— Sim.

— Vai até lá. — Ele come uma batata e põe um sorrisinho torto na cara.

— Acho melhor a gente ir pra casa. — Lamar dá a sugestão e acredito que ele saiba que está rolando algo, que eu não posso e nem quero me aproximar de outra garota. Algo que estive fazendo desde que me declarei para Sina, soube da reciprocidade e decidimos ficar juntos.

— Qual é, cara? Deixa o garoto aproveitar, a gente espera ele. — May joga uma batata no Lamar e meu amigo faz uma cara feia para ele.

— O Josh e o Krys estão esperando a gente, deixa isso pra outra hora.

Quando o garoto musculoso se levanta, puxando Morris, dou mais uma olhada disfarçada e breve, para a mesa onde Ashley estava e não a vejo, até me assustar com sua voz perto de mim. Droga.

— Oi, Urrea. Faz tempo que não vejo você, está tudo bem? — Lamar me olha e nega com a cabeça, se sentando no mesmo instante que ela se aconchega do meu lado.

The Reading | NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora