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D E I N E R T

Depois daquela noite, da conversa toda com Heyoon, não posso mentir que fiquei com um pouco de raiva do Josh. Se ele sentia o mesmo, qual era o empecimento de se manter somente com ela e mais ninguém? E eu sei que não podia ser tão rude com ele, pois não conhecia seu lado da história. É confuso. Se passaram alguns dias e finalmente, depois deles discutirem isso, Heyoon me contou que ambos não queriam acabar com o que tinham e que mesmo sendo complicado viver com essa relação, levariam para frente até onde pudessem. E o que mais me surpreendeu foi que minha amiga aceitou a proposta de não terem nada oficializado, que iriam seguir juntos, mas eles poderiam a qualquer momento, ficar com outras pessoas.

Quem em sã consciência aceitaria isso? Juro que tentei compreender quando ela me disse, só que não achei resposta para tal loucura cometida.

Por outro lado, eles estavam bem e isso já bastava.

Já eu e Urrea saímos algumas vezes, no entardecer, a noite... O horário livre que tivéssemos era oportuno para ser aproveitado. Ainda não falamos com todas as palavras que estávamos juntos e nem era necessário, todos já notavam o que estava explícito. Estava tudo sendo tão romântico, eu tinha até ganhado rosas dele quando ele me levou para jantar. Dessa vez só nós dois, sem malícia, apenas aproveitamos nosso momento meloso. Seu grude aumentou, ele não descolava de mim um minuto sequer e por mais que eu detestasse isso antes, passei a desejar que ele não saísse de perto. Olhar as estrelas era nosso maior passatempo, seja em casa, na praia, ao sair do cinema, em um passeio pelas ruas de Los Angeles. O céu se tornava mais brilhante e chamativo ao seu lado e eu só conseguia pensar na felicidade que era ter ele comigo, como se tivera ganhado em uma loteria.

Tudo estava indo bem, até mesmo o Dan insistiu em me pedir desculpas, que jamais teria a intenção de me causar mal algum. Só tinha sido um erro da sua parte e eu compreendia seu lado, pois reconhecia a boa pessoa que ele era. Portanto, mantive contato com ele. Eu conheci o Daniel quando não tinha nada com ninguém e realmente criamos uma amizade legal, então não seria por causa de uma bobeira que eu afastaria ele de mim. Contudo, eu respeitava muito o que rolava entre mim e o Noah, com isso, não prolongava conversas com o Dan, era tudo espontâneo, leve e fugaz quando conversávamos. Éramos mais como colegas, entretanto, admitia que esse garoto é intenso e divertido, eu curtia sua maneira inteligente de pensar e seu jeito extrovertido, carismático. Era inequívoco o que eu sentia por Noah e isso era o suficiente para que ele percebesse que não existia outra pessoa para mim. Eu o escolhi e ele me escolheu. Estávamos dispostos a ter a parceria um do outro pela frente e só isso importava. Sua confiança deveria ser apenas depositada em mim e vice-versa. O ciúmes é algo natural, mas eu não dava motivos para isso e agora ele entendia. Deste modo, sua reação foi bem relaxada e compreensível por eu optar deixar o ocorrido com o Dan de lado.

O mundo de fantasia parecia melhorar mais, em meio as saídas constantes com Urrea, tínhamos até marcado de ir para um lugar um pouquinho mais distante, Venice Beach. E nossos amigos viriam juntos, se não fosse por Yonta, que nos avisou um pouco antes da preparação que Simon queria falar conosco, arrebatando nossa alegria inesperadamente. Conosco, para ser mais exato, era comigo e Noah. Então cá estou eu, há horas sentada no sofá, tentando tirar esse pessimismo, a dor na barriga por causa da ansiedade e o nervosismo, de mim. Do meu lado, eu tinha Noah, que insistia em me falar que não era nada de mais, que não tinha possibilidade dele saber o que acontecia por aqui. Só que não ficávamos aqui por 24hrs nos 7 dias da semana. Nós saíamos e qualquer uma das nossas idas a outros lugares a não ser os cômodos dessa casa, era uma chance dele saber. Não sei como, porém, tinha.

— Relaxa, Sina, você está suando frio. — Escuto Noah dizer e segurar minhas mãos.

— Estou tentando, ok? — Lhe respondo áspera e respiro fundo algumas vezes, até sentir ele se aproximar e me abraçar.

The Reading | NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora