Por quê eu não te amo mais, Jaebum ?

Capítulo 23 - Eu não preciso mais do seu amor, meu bem

4 anos depois

15 de Janeiro

- Como é voltar para Seul ?

Me aproximo da janela, fechando os olhos ao receber o vento frio de um final de dia chuvoso, sorrindo.

- É... estranho. Você sabe, eu nunca voltei sequer uma vez para cá.

- Você nunca sentiu vontade ? Você praticamente foi criado aí.

- Não, Bambam... - deixo meus cotovelos apoiados na grade do apartamento, olhando o sol se pondo em um lugar muito longe de todos esses prédios - Mas eu aprendi que devemos viver, só temos uma vida, precisamos vive-la do jeito que queremos.

- Sim, Youngjae, viver intensamente tudo antes que seja tarde. Você só tá fudido com a faculdade. - não deixa de dizer.

- Há há, finalmente é o último ano, mean ! Já sobrevivi esse tempo todo, o último ano será fácil, fácil.

- Coitado de você. - sussurrou - Mas, enfim, eu ti ligo depois ? Eu tenho certeza que você nem começou a arrumar suas coisas ainda e se eu continuar a falar com você hoje você não termina.

- Como eu poderia começar ? Eu cheguei faz nem uma hora direito e eu ainda tive que vir andando do ponto, porque eu não sabia chegar nesse prédio.

- Como sempre tapado.

- Olha quem fala, né !

- Pelo menos eu lembro de tudo, pessoas, endereços e até locais que vi uma vez ! Você se perde sempre !

- Tá, tá ! Eu já entendi ! - desço o olhar para as ruas, a multidão de pessoas correndo para atravessar no sinal - Eu vou demorar a me acostumar com essa cidade de novo, tudo parece tão sufocante.

- E é mesmo.

- Ok, eu estou indo.

- Que bom que entendeu o recado, eu... você sabe... preciso transar, acabei de ver algum que eu gosto bastante... Há há há.

Reviro os olhos, fazendo uma careta.

- Desligandooo... - aviso antes de afastar o celular do meu ouvido, encerrando a chamada de quase trinta minutos, olhando um pouco mais para Seul.

Seul...

Eu deveria ter memórias desse lugar, mas por que nada me vem em mente ?

- Não importa. - saiu da sacada, entrando para dentro desse apartamento escuro, procurando uma luz para dar vida a esse lugar frio, conseguindo agora ver todos os cômodos da casa.

Uma cozinha americana, uma sala e uma sala de jantar juntas, três quartos, uma dispensa e um banheiro.

Sorriu para a tintura clara, beje e branca, os móveis simples se misturando com um conforto que há tempos não sinto.

Como é bom poder começar as coisas cada dia que passa.

Volto para o quarto, decidindo terminar ainda hoje de arrumar as minhas coisas antes que eles voltem, D.O às sete e Mark não se sabe. Mark mudou muito durante todos esses anos.