MEU SEGURANÇA

Capítulo 3

* Nicholas On

Chego ao apartamento que divido com o Taylor, também segurança do Senhor Franco, e me jogo no sofá.

— E aí? — Por falar nele. — Como foi no trabalho? Nem tivemos tempo de conversar direito. Está se dando bem? — Pergunta, enquanto senta na poltrona à minha frente.

Nos conhecemos a muitos anos e acabou me indicando quando surgiu uma vaga.

Respiro fundo e massageio as têmporas.

— Digamos que a Senhorita Bittencourt é bem difícil de se lidar. — Respondo.

— Isso com certeza. — Sorri. — Ninguém aguenta assegurá-la por mais de um mês.

Já fiquei sabendo do seu histórico complicado e geralmente sobra para os seguranças que a perde de vista, ou não conseguem tê-la sobre controle.

— Obrigado pelo pepino que colocou em minhas mãos. — Ironizo.

— Estava precisando de um emprego e ganhará muito bem. Mas como foi hoje? — Pergunta.

— Passamos o dia em um estúdio fotográfico. Não foi tão difícil. — Explico.

Ele abre um sorriso malicioso e já sei que vem provocação.

— Vi algumas fotos que postou nas redes sociais. Não foi difícil, não é?! — Zomba.

— Não estou me referindo a isso e sim ao fato de que não precisei levá-la a diversos lugares, dos quais vive tentando me impedir de ir.

— Sei, Nic. Somos amigos e ela é uma gata. Não é possível que não percebeu isso. — Revira os olhos.

Tiro meus sapatos e coloco os pés sobre a mesa de centro.

— É claro que sim. Não sou cego. — Admito e meus pensamentos vagueiam em suas curvas... Um corpo fodidamente sexy. — Mas é só uma garota mimada. De qualquer forma, por mais bonita que seja, é minha cliente e a única coisa que tenho que fazer é seguir as ordens que recebi.

Taylor ergue uma sobrancelha e taca a almofada em mim.

— Como é responsável e ético o meu amigo. — Brinca. — Nossa profissão pede isso.

— Sim e não quero nenhum problema com o Senhor Franco. — Digo.

— Então, já pensou nessa possibilidade. — Sorri abertamente.

— Cala a boca. — Devolvo a almofada em sua cara. — Vou tomar um banho. — Saio do sofá e subo para o quarto.

Depois de uma ducha rápida, caio na cama e, apenas por mera curiosidade, pego o celular e pesquiso pelo seu nome, logo encontrando sua principal rede social e lá estão as fotos que o Taylor disse. Fico espantado com a quantidade de seguidores que tem. Deslizo a tela baixo e a cada post confirmo o quão linda e inconsequente é. Tanta exposição assim, pode ser perigoso, ainda mais para alguém com o nome que carrega.

— Nic. — O grito do meu amigo, me assusta. — Pedi pizza.

— Já vou. — Respondo.

Fecho o aplicativo e não deixo que ela tome conta da minha cabeça.

* Nicholas Off

Finalmente, chegou o dia da festa e depois de ajudar na organização, mesmo com contratempos, estou curiosa para ver o resultado.

— E como vai fazer para fugir do segurança gostosão? — Josh, pergunta.

Com o telefone no viva voz, conversamos enquanto me arrumo.

— O mesmo de sempre. Darei um perdido. — Termino de pôr meu vestido e olho no espelho.

— Boa sorte. Nos vemos lá, então. Tchau, honey. — Se despede e finaliza a chamada.

Bem, agora falta um detalhe. Coloco um roupão, prendo os cabelos e saio do quarto, indo em direção a saída da casa e lá está ele, compenetrado em um papel.

— Nicholas. — Chamo sua atenção e seus olhos encontram os meus. Droga, por que toda vez que os vejo, sinto algo que não sei explicar? Talvez seja o fato de serem tão bonitos e misteriosos. — Preciso que compre um remédio para mim. — Peço, fingindo um certo desconforto.