Capítulo 10

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Já faz três dias que voltei da casa do Nic e ainda não nos falamos. Sei que pode soar egoísta, mas não vejo a hora que volte, por mais que precise cuidar do seu pai.

- Sarah. - Nancy entra na sala, segurando uma pequena caixa. - Chegou isso. Acho que é seu. Parece a mesma embalagem dos seus cremes.

Franzo a testa e a analiso.

- Não comprei nada... Mesmo querendo muito. - Saio do sofá e pego da sua mão, a abrindo curiosa.

Há não ser que seja um presente de alguma marca, porém eu teria sido informada para fazer um post. Um plástico cobre o produto e ao tirá-lo, quase deixo tudo cair no chão. Um dispositivo rodeado de fios, pisca uma minúscula luz vermelha.

- MEU DEUS! - Nancy grita, assustada. - Larga isso. - Antes que eu possa ter alguma reação, puxa minha mão, jogando a caixa sobre a mesa e me levando para a cozinha. - Eduardo... Eduardo. - Continua gritando.

O homem nos encontra em segundos, exasperado com o escândalo.

- O que foi? - Pergunta, com os olhos arregalados.

- Recebemos um pacote muito estranho. - Digo, já que a Nancy fica nervosa, andando de um lado para o outro. - Parece uma bomba. - Explico, quase entrando em pânico. - Deixamos na sala.

Ele pega o celular e liga para os outros seguranças, que logo se juntam, indo verificar o objeto. Nancy me abraça, enquanto ficamos sentadas. Por Deus, quem mandou isso? É a mesma pessoa do atentado? O que está acontecendo?

Alguns minutos depois, ouvimos a voz do meu pai, carregada de repreensão. Se estão todos lá, obviamente, a "bomba" não vai explodir, então volto para a sala, encontrando o Franco exaltado, com a caixa em mãos.

- Sarah. - Diz, assim que me vê. - Calma. Não há perigo.

- O que é isso, pai? - Questiono.

- Mais uma forma de nos assustar. É apenas um artefato inútil, felizmente. - Explica.

Me aproximo mais e observo a gambiarra. Há um papel ao lado, que não tinha reparado antes. Nele está escrito: "NÃO!".

- Claramente uma ameça. - Comento.

- Só quero saber como esse tipo de coisa chegou nas mãos da minha filha. - Franco se vira para os seguranças.

Um dá um passo à frente e abaixa a cabeça.

- Peço perdão. Como a senhorita não gosta que interceptamos suas encomendas, acreditamos que seria uma delas, já que a caixa se parece com as que recebíamos recorrentemente.

- Não são pagos para acreditar em nada. - Franco, grita. - Sabem muito bem que devido ao último ocorrido, redobramos a atenção.

Os ânimos estão nas alturas por aqui.

- Pai. -Coloco a mão em seu ombro. - Todo mundo erra. Eles pensaram que era para mim. Não precisa disso tudo.

- Isso que dá ser tão do contra, Sarah. Se desde sempre não tivesse se opost...

- Chega. - O interrompo, irritada. - Não gosto de ter minha privacidade invadida e estou no meu direito.

- Não vou entrar nessa discussão com você. - Diz. - Todos no meu escritório agora. - Sai pisando duro, seguido pelos homens.

Suspiro pesadamente e caio no sofá. Isso tudo é muito estranho. A pessoa sabia que tipo de caixa não seria analisada pela segurança? É um ataque político, ou... Algo para mim? O que querem dizer com a palavra "Não"? O mais plausível é que seja algo a respeito da eleição desse ano. O Franco é um candidato muito forte e as pesquisas estão ao seu favor, então muitos devem se sentir ameaçados. Perguntas e mais perguntas. Balanço a cabeça para espantá-las e decido ligar para o Josh.

MEU SEGURANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora