A princesa vai a campo!

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Havia algo de especial naquela missão, Brick pensava.

De fato, saber que havia um sujeito perambulando pelo seu reino, atacando os mais fracos era horrível. Porém, aquela situação lhe permitia ter uma despedida digna.

Ele sabia que, muito provavelmente, era sua última missão no cargo de guerreiro e Capitão da Guarda Real da Princesa. Por isso, queria com todas as forças fazer daquele o seu último e mais memorável feito. De fato encontraria Sarna e, de fato, o colocaria atrás das grades.

Com seus homens já prontos e em posição, Brick lhes dava as últimas explicações antes de irem para campo. Subiu em Velvet, sua fiel égua. Seria a última missão dela também!

— Ace, feche os portões assim que sairmos — Brick dizia ao homem de cara emburrada — Certifique-se que ninguém irá passar por aqui.

Ace bufou, mas concordou prontamente e respeitosamente. Apesar de querer matar seu superior, não aguentaria mais um dia cuidando daquele maldito portão. Além disso, estavam indo em tal missão sem ele. Não tinha como ficar mais indignado.

Antes de sair com seus homens, Brick olhou para trás, para a janela de Blossom. Ela não estava ali. Suspirou profundamente. Ela com certeza estaria uma fera com ele naquele momento.

— Vamos, homens! Avançar! — Ordenou. Todos correram em disparada. Os portões lentamente foram se fechando assim que o último guarda se retirou.

Da janela do quarto da princesa, Blossom aparece, um pouco escondida, assistindo até que o portão se fechasse completamente e Brick sumisse de sua vista.

Arrumou a touca de sua capa negra, cobrindo seu rosto. Já estava decidida, sairia assim que anoitecesse e nada, nem ninguém, a impediria disto!


[...]


Realmente, sair do castelo sem que ninguém visse seria uma tarefa complicada, mas não impossível, afinal. Antes que as serviçais fossem atrás dela, chamá-la para o jantar, Blossom saiu de seus aposentos, perambulando pelo castelo como um vulto, se escondendo de qualquer guarda que avistasse.

Agradecia a si mesmo por ter quando pequena a incomum ideia de decorar o mapa inteiro do castelo. Conhecia como a palma de sua mão cada porta, cada corredor, cada cantinho daquela enorme jossa. Sua curiosidade lhe trouxera benefícios, como sempre!

Antes que atravessasse ao outro corredor, porém, um som de passos ao longe chamou sua atenção. Ela recuou, escondendo-se nas sombras. As vozes que escutara aos poucos se aproximavam e ela pôde reconhecer: era Morebucks! E pelos sons dos passos, estava acompanhada.

— Então, quero todos os meus vestidos devidamente arrumados em meu quarto até amanhã à tarde. Receberei um importante representante das terras vizinhas e não posso me apresentar mal vestida. Além disso, lembre-se de preparar meu banho amanhã cedo e limpar meu quarto.

A voz baixa e carregada de insatisfação de Bubbles soou logo após:

— Sim, senhora!

Blossom franziu o cenho. Como Morebucks ousava delegar ordens à Bubbles que tinha como tarefa apenas LHE atender. Lembraria mais tarde de dar a devida bronca na sua incompetente acompanhante.

Assim que as duas figuras atravessaram o corredor e ela se certificou de que estavam distantes o suficiente, Blossom enfim saiu de seu esconderijo, seguindo pelo caminho contrário a que caminhavam as duas, atravessando milhares de portas e labirintos até enfim chegar ao seu destino: uma enorme porta de madeira, localizada no fim de corredor mais escuro. Pegou a última tocha pendurada na parede para iluminar seu caminho e, quando abriu, revelou-se uma enorme escadaria escura.

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