Príncipe Brick!

265 30 6
                                    


— Acorde... Acorde senhor Jojo — dizia-lhe uma voz suave e doce, tão aconchegante que parecia lhe abraçar. Uma canção de ninar!

Brick se remexeu em baixo das cobertas e pediu à doce voz mais 5 minutinhos na cama. Quando sentiu alguém apalpar seu corpo com delicadeza, não acordou, apenas reclamou em murmúrios ainda embriagado pelo sono se virou e deu as costas para a tal figura.

Ouviu um som de descontentamento, um suspiro impaciente. Pensou estar livre, porém, outra voz, essa menos melodiosa e mais grave e ríspida, soou:

— Está sendo muito molenga, Bubbles. Pelo amor... deixa que eu lhe mostro como se tira alguém da cama!

Sonolento demais para distinguir o que estavam falando, Brick só foi se dar conta de alguma coisa quando um golpe forte e impiedoso acertou-lhe exatamente nas costas desprotegidas pelo edredom. Escutou-se mais um grito fino e desesperado que sobressaiu o som de dor do rapaz.

— É assim que se tira alguém da cama! — dizia orgulhosa a empregada enquanto o ruivo ainda se contorcia de dor e Bubbles gritava em desespero.

— Buttercup!!! Onde já se viu? Ficou maluca?

A morena fez cara feia e chacoalhou os ombros em desdém, claramente descontente por ter visto seu trabalho bem-sucedido mal valorizado. Ele estava acordado agora, não estava? Aliás, mais desperto impossível!

Bubbles lhe mostrou um de seus "olhares repreendedores", com os olhos azuis enormes semicerrados, as sobrancelhas claras franzidas e as bochechas avermelhadas infladas. Seria assustador, se não fosse adorável! Buttercup apenas revirou os olhos.

— O senhor está bem, vossa alteza?? — Bubbles perguntou ao rapaz, correndo à seu socorro.

Brick se sentou na cama, ainda aturdido e com as costas doloridas. Demorou a perceber que a loira havia se referido à ele em sua pergunta, foi só se dar conta quando notou que ela a encarava, esperando por uma resposta. Porém, ainda estava confuso... ele havia a chamado de "vossa alteza"?

Apontou para si.

— Eu?

Buttercup novamente revirou os olhos.

— Não, não... o Papa! É claro que é você, idiota!

— Buttercup!!! — Bubbles a censurou novamente. A empregada voltou sua atenção ao rapaz, levemente sem graça por tê-lo visto tão perdido. Tentou explicá-lo: — C-Claro que é o senhor, vossa alteza. Quem mais seria a não ser o noivo, futuro marido da princesa?

Brick permaneceu em silêncio, pensativo. Mesmo que óbvio, admitiu que nunca havia pensado sobre isso. E aquele tratamento especial tão de repente... o pegou mesmo de surpresa!

Parou de pensar quando lembrou-se da insuportável dor nas costas. E agora, analisando pela fisionomia das duas garotas (e pelo gênio também), Brick não teve dúvidas de quem havia o acertado. Apontou para a morena, possesso.

— Ei! Você me bateu, seu animal estúpido!

Buttercup apenas respondeu mostrando a língua. Bubbles bufou. Como era madura a sua colega de trabalho e amiga.

— Mil perdões pelo comportamento da minha colega, majestade. Prometo que isso nunca mais irá se repetir — desculpou-se, genuinamente preocupada.

Brick estava prestes a perguntar-lhes, enfim, o motivo de estarem ali, em seu quarto, porém, um fato alarmante o interrompeu. O vento gelado entrou pela porta aberta, acertando-o em seu peito nu e o lembrando de que, apesar das cobertas que estavam o cobrindo da cintura para baixo, estava nu!

O Príncipe Perfeito!Onde histórias criam vida. Descubra agora