- como vocês acham que eles acabaram naquela situação?
donghyuck está comendo batatas-fritas do lado de fora da lanchonete em frente à escola, observando seu ex-namorado beijando seus dois melhores amigos. a expressão dele é de um cientista muito intrigado com a cobaia do laboratório.
- eu acho que o renjun sonha com isso desde o dia que nasceu -jisung opina.
- eu acho que o jeno também.
a cada dia que passa, mark se dá conta que é estupidamente apaixonado pelo líder de torcida que, depois de meses de insistência, resolveu tingir o cabelo de um castanho claro e conquistou metade da atenção dos formandos.
até a forma como donghyuck ama seu ex-namorado como ama seus outros amigos parece completamente maravilhosa aos olhos do mais velho.
jisung, por outro lado – assistindo aquele olhar bobo apaixonado do melhor amigo – tem uma crescente vontade de vomitar o cheeseburguer que acabou de almoçar.
eles esperam ali na frente há quase meia hora, porque chenle teve que ficar até mais tarde fazendo a prova que perdeu por estar suspenso – jisung tentou muito pegar suspensão também, mas eles disseram que punir o aluno que estava nu era o suficiente – e, enquanto todos os os outros alunos do universo começam suas férias de verão, os pobres coitados dependem de um menino verde menta que vai particularmente mal em matemática.
- eu não acredito que a mãe dele colocou ele de castigo justo na primeira semana de férias – comenta mark – qual o problema desse garoto?
- bem, eles dois colocaram o carro dela no guincho às três da manhã. ele deve estar bem aliviado de só estar de castigo.
- e ela não sabe nada sobre mim – comenta jisung, um sorrisinho sorrateiro no rosto – então o pobre chenle precisa muito que um colega da escola vá ajudá-lo com as matérias da recuperação.
- chenle ficou de recuperação?!
- não.
os namorados estão batendo em jisung – por ser uma péssima influência e um mentiroso ridículo, nas palavras deles – quando o garoto atravessa os portões do colégio, completamente sozinho e estendendo os braços para a avenida que vai atravessar.
e, como todas as outras vezes, park jisung tem certeza que nunca viu chenle tão lindo quanto nesse dia.
- e aí, cornos, adivinha quem passou direto?! – grita, jogando o boletim todo azul sobre a mesa da lanchonete – eu disse que era só confiar, sungie.
- aham, confiar na minha habilidade de ficar em chamada com você até duas da manhã repassando essas merdas de fórmula.
- não adiantou nada, eu fui no banheiro e usei cola do celular.
- chenle, você é péssimo.
- felizmente, sou mesmo, hyuckie.
o garoto se joga no banco de plástico onde jisung está, caindo sobre sua barriga, pouco se importando com o garoto ter acabado de comer um lanche gigantesco.
e, pra ser bem honesto, jisung também não e importa.
a sensação dos dois juntos é tão aconchegante que eles sequer se incomodam com os olhares sarcásticos em sua direção e começam a afundar lentamente no mundinho de assuntos próprios que criaram.
- ei, outros cornos! – donghyuck grita para os três garotos – se juntem com os amigos, seus merdas!
e eles se sentam também, agora com menos bocas, apesar de renjun e jeno ainda terem pequenas discussões sobre qual anime era o melhor. algumas situações simplesmente não mudam.
dez minutos depois e lucas chega, em cima de uma moto bonita e barulhenta, com a cara sorridente que ele carrega pra todo lugar.
- vamos comemorar que o lele tá oficialmente no segundo ano?
- claro que vamos!
- e eu me formei, mano – comenta mark, recebendo um highfive – fodeu.
- precisamos dar um perdido na sra. zhong, pelo menos até o sol se pôr – comenta jaemin, olhando pra jisung sugestivamente – o que você tem em mente, gafanhoto?
- eu?! – indigna-se – eu tava pensando no chonlo até agora, não planejei nada!
jisung não pensou direito no que disse e, quando a ficha cai, tanto suas orelhas quanto as de chenle estão completamente vermelhas. o grupo ri de satisfação – porque os dois parecem tão jovens aos olhos deles, mesmo tendo uma diferença tão mínima – e resolvem sair da lanchonete antes que sejam dedurados pelo proprietário.
eles bebem cervejas baratas, vodkas coloridas e energético quente no caminho até a ponte. aquela ponte.
e, porra, jisung se sente vivo pra cacete.
já são cinco horas e eles só precisam enrolar por mais duas horas, talvez inventar alguma desculpa sobre as provas terem atrasado. qualquer coisa serve.
eles só querem um pouquinho mais da sensação de liberdade que jovens sentem logo depois de se darem conta que não serão jovens pra sempre.
tem risos frouxos na ponte, algumas garrafas quebradas pra descontar o estresse de um ano inteiro de colégio, beijos escondidos e beijos na frente de todo mundo.
tem bastante amor, de todos os tipos.
jisung os ama porque é difícil estar sozinho em um país completamente diferente.
chenle os ama porque é difícil estar sozinho dentro de si mesmo.
e eles se amam porque sabem que sempre estarão lá por si mesmos.
estão sentados olhando para a rua slenciosa – mesmo sendo uma ponte, chega a ser cômico a raridade que é algum carro passar por ali – e chenle está entre as perna de jisung, descansando a cabeça em seu pescoço enquanto o sol poente é tudo na frente deles.
- ei, a gente vai pra plutão quano acabar meu castigo? – sussurra, olhando pra cima, porque jisung fica bonito em qualquer ângulo.
- claro que não – retruca, e o esverdeado já está abrindo a boca para reclamar da chatisse do park quando ele acresenta: - a gente precisa ir pra nova york primeiro, lembra?
e o beijo lento tem gosto de sonhos compartilhados e um pouquinho de muitas esperanças.
um carro buzina na rua e eles percebem que são ex-colegas de turma de mark – o garoto que se formou, afinal – e eles gritam, mas ao notar quem está ali aceleram rapidamente e somem no fim da ponte, sem fazer mais som algum.
renjun está gargalhando com o rosto escondido em jeno, imaginando se no terceiro ano ele terá vendido algum órgão mais importante que seu rim.
donghyuck e jeno sorriem vitoriosos, afinal a reputação de casal mais gostoso – e que transou em todos os lugares possíveis do colégio – continua indubitavelmente intacta.
jaemin nem se dá ao trabalho, ele conversa com lucas sobre a faculdade que ele escolheu e sabe que vai continuar não precisando se dar ao trabalho de ligar para as opiniões alheias.
e jisung aperta chenle mais um pouquinho em seus braços, só pra ter certeza que o garoto não vai fazer mais alguma loucura dessa vez.
os garotos no colégio desviam do caminho de chenle, não olham em seus olhos e espalham boatos sobre a gangue de chineses que ele vem montando na surdina.
o zhong chenle que estuda naquele colégio é um delinquente com uma reputação pesada sobre sua jaqueta de couro. é um bad boy saído diretamente dos seus filmes clichês dos anos 80.
mas, quando jisung está perto o suficiente para todas as suas peças de roupa cheirarem como o perfume do garoto, ele tem certeza de uma coisa só:
zhong chenle é, acima de tudo, meio bonitinho pra caramba.
e são todos esses meios que formam dezenas de versões de um zhong chenle inteiro.❄️❄️❄️
entao galera, é isso ai
eu amo essa historia e ela significa muito pra mim, e esse aqui é o finalzinho dela
espero que voces tenham gostado e que eu tenha cumprido suas expectativas. qualquer coisa que queiram conversar comigo meu twitter ta sempre aberto e eu amo fazer novas amizades
voces tambem podem conferir o meu perfil pra ler mais aus de nct (inclusive chensung) e um monte de tweet em que eu dou spoiler sobre minhas fics porque sou muito idiota shushsuaua
vejo voces na proxima, ok?
feliz natal e muito obrigada por chgarem ate aqui :)
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kids; chensung
Fanfictionem que chenle é verde desbotado, histórico ruim e tentativas falhas de ser um badboy com aquela jaqueta surrada dos rolling stones, mas para jisung, o novato de cabelos laranjas, o garoto só é meio bonitinho demais.