Capítulo IV

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— Não era para dar. — Natasha fala irritada

— Achei...

— Não era para fazer isso! Tinha coisas... — ela respira fundo — Recomeçar não significa fingir que não tínhamos um filho, não é se livrar de tudo relacionado a ele.

— Não estou fazendo isso, nunca esquecerei, não quero esquecer. Tirando as fotos, aquilo era às últimas coisas dele que tinha por aqui, achei que o plano era se livrar das coisas que trazem lembranças e machuca. — Danilo suspira e a olha — Não fica brava, me desculpa.

— John ligou e disse que o advogado do Renato conseguiu fazer com que ele responda em liberdade. — Natasha fala frustrado

— Droga! Se soubesse que esse advogado é tão ruim assim pediria meu pai pra nos representar. — Ele fala balançando a cabeça

— Isso é frustrante, mas...

— Frustrante é pouco! Esse país é uma vergonha, uma palhaçada. As leis protegem esses bandidos e nós que não fazemos essas merdas ficamos desprotegido e é por isso que a violência cresce cada vez mais, afinal não dá nada para eles. — Danilo diz muito irritado

— Tenho que concordar. — Natasha o abraça em uma tentativa de acalmá-lo — Também estou com raiva.

— Não parece, não parece se importar com nada. Se afastou até da sua mãe e ainda fica falando que ela que é fria e....

— Me importo com você. — Ela suspira — Precisa entender que não é só você que perdeu um filho, teve a vida virada ao avesso e tem uma ferida no coração e essa ferida às vezes dói tanto que quer morrer.

— Sei disso, só... Não estou na minha perfeita ordem, quero voltar a ser o homem que era antes, mas... Não desisti de matar aquele desgraçado. — Danilo a olha — E....

— Não vai matar ninguém. — Ela o beija — Ouviu?

— Enquanto ele não cruzar o meu caminho não precisará se preocupar. — Ele morde o lábio

— Achei que tinha desistido disso. — Ela fala decepcionada

— Esse é o problema, não consigo. Sei que você e o meu pai estão certos, até Deus falou bem claro comigo sobre isso, mas é como se eu precisasse fazer isso pra ter paz.

— — ele diz com os olhos lacrimejando

— Vem cá. — Natasha o abraça — Está pensando em que país?

— É sério?

— É. — ela responde sorrindo — Você tinha falado um lugar aquela vez, não me lembro qual.

— Newcastle, na Inglaterra.

— Uau!

— É uma cidade com bastante diversidade, tem agitação para quem gosta e os lugares mais de boa, é o que quero e lá também é sua cara, tem o clima mais frio como gosta. — Ele fala empolgado

— Ok, mas sabe que leva tempo até conseguirmos isso, né? Tem nossos trabalhos, regularização para ir, casa para vender e comprar... Até mesmo os carros.

— Vamos vender a casa mobilhada, os carros e tudo mais. — Danilo diz sorrindo — Resolvo isso da casa em Newcastle, vou lá a trabalho e aproveito o momento, depois cuidamos de tudo que precisar, sei que leva tempo.

— Amanhã mesmo vou conversar com o pessoal para fazer um acordo, onde tanto eu como eles não sairemos no prejuízo.

— Farei isso quando voltar, ou eles enviarão outro na viagem e não deixarei outra pessoa finalizar o negócio que ralei muito para conseguir.

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