Dezesseis

20.3K 2K 246
                                    

Capítulo 16, por Ethan Watson
A Pior das Virgens


— É importante? — pergunto, observando Marjorie digitar alguma coisa logo após soltar um xingamento.

Ela desliga o aparelho rapidamente e suspira.

— Não. — sorriu e segurou a minha gravata, me puxando novamente para perto do seu corpo. — Podemos, hum... ir para o seu apartamento?

Hesitei em responder, mas devo admitir que apesar de duvidar dos reais motivos para o convite, era uma proposta muito tentadora.

— Não vai dar, tenho outras me esperando por lá.

— Sem problemas, não sou ciumenta. — brincou passando o polegar abaixo do meu lábio inferior, numa tentativa de limpar os estragos que o seu batom vermelho possivelmente deixou.

Assenti prestando atenção nos seus movimentos e abro a porta do carro para que ela entrasse.

O restaurante não era tão longe do meu apartamento, então, em questão de minutos já estávamos no elevador.

Marjorie podia tentar disfarçar sua inquietação, mas ainda assim era evidente que algo a preocupava. E o pior, eu sei que ela não confiava em mim o suficiente para compartilhar o assunto.

Não posso negar que isso me deixou um pouco frustado, todavia, também estou ciente que a nossa relação não passa de curtos momentos sexuais e não sou absolutamente ninguém para cobrar explicações sobre sua vida pessoal.

— O que você quer hoje? — pergunto quando vejo que ela encara a minha prateleira de bebidas.

Em alguns passos rápidos, Marjorie tira os seus saltos e senta no sofá, esticando as pernas.

— O que você sugere? — mordeu a bochecha.

Passo os olhos por algumas garrafas em busca de algo mais forte que o habitual.
Acabo pegando um royal salute, um whisky escocês capaz de fazer até mesmo um padre pecar.

Tiro dois copos da bancada e sirvo a minha acompanhante.

— Oh meu Deus, isso é... — interrompo a sua fala.

— Divino?

Sua expressão muda de nojo para surpresa.

— Eu ia dizer horrível, mas aprendi que não se pode bater no Mickey quando está na Disney. — sorriu, devolvendo o copo à uma mesa de centro e tenho certeza que ela percebeu que não peguei a referência. — Sou convidada, não posso reclamar.

— Você se auto convidou. — deixo claro.

Marjorie arqueou a sobrancelha, como uma criança que faz birra.

— Evitei a sua fadiga, sei que o seu plano era justamente esse.

Quando essa maldita ateniense ficou tão convencida? Esse papel normalmente é meu.

Afrouxo o nó da minha gravata e sento ao seu lado no sofá.
Para minha surpresa, Marjorie não estranha a proximidade como costumava fazer das outras vezes.

Procura-se uma Secretária [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora