Onze

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Capítulo 11, por Ethan Watson
Ações Perigosas

Seguro a mão de Marjorie e caminhamos para fora do cassino, enquanto envio uma mensagem para Brian pedindo carona. Sinceramente, devo admitir que minha situação não é uma das melhores para dirigir.

Rebecca ficará encarregada de levar o meu carro dessa vez.

Não demorou muito para que o motorista do meu pai chegasse, e logo estamos percorrendo as ruas frias e agitadas de Long Beach numa madrugada de sábado.

Brian estaciona na fachada do meu prédio e saio para abrir a porta da minha acompanhante, que no momento me encara com uma grande interrogação estampada em seu rosto pálido.

— Você não deveria pedir para o seu motorista me deixar em casa? — Marjorie diz, vendo Brian dar a curva para sair do quarteirão.

Mi casa, su casa. — digo em um sussuro, puxando sua mão para dentro do prédio.

Marjorie sorriu com a frase cringe e simplesmente me acompanhou.

Percebo sua supresa ao entrar no meu apartamento, talvez imaginasse uma zona ou algo mais anárquico. Porém, a decoração foi feita pela famigerada Katherine Watson e, um dos seus talentos é colocar tudo de todos os homens dessa família em ordem.

Deixo que ela observe o lugar e vou em direção varanda, onde já escutava alguns barulhos bem conhecidos.

— E aí, garotão. — respondo aos latidos de Max, o meu husky siberiano.

Ele late mais uma vez e deslizo uma das portas de vidro para que ele passe.

Provavelmente está irritado por não termos saído hoje e isso fez com que Marjorie ficasse assustada. Todos as manhãs caminhamos no parque, e como passei a noite passada inteira de olho na vida da srtª Hayes, nem mesmo o Hulk me tiraria da minha cama às 06h.

— Acho que ele não gostou de mim. — disse em um tom brincalhão, quando Max começava a cheirar os seus pés.

— É impossível não gostar.

Tiro os meus sapatos e caminho até um balcão cheio de bebidas. Procuro duas taças e ofereço mais uma dose de vinho branco para a minha convidada.

— Já estou no meu limite alcoólico. Se beber mais um pouco não vou conseguir fugir daqui. — ela se contradiz, segurando a taça.

— Não precisa ficar na defensiva, não vou tentar nada. Somos só dois amigos abandonados, num sábado.

Para não ter que responder mais nada, ela dá um gole na sua bebida.

— Você não traz muitas mulheres aqui? — ela pergunta envergonhadada, ainda desconfortável com Max a cercando.

— Não para dormir. — respondo só para ver seu rosto ficar vermelho novamente.

— É uma honra para mim ser a excessão.

Então foi a minha vez de rir. Marjorie era, sem dúvidas, uma grande excessão naquele momento.

— Vou trocar de roupa, a segunda porta à esquerda é o meu quarto. Pode ir dormir lá, prefiro manter distância de camas essa noite. — deixo a taça no balcão novamente e caminho em direção ao closet.

Procuro por alguma peça de roupa que Rebecca tenha deixado aqui para emprestar à Marjorie, porque com toda certeza o seu vestido não é tão confortável assim para dormir. Entretanto, foi uma busca em vão, já que não encontrei nada e acabei levando uma das minhas camisas largas que possivelmente ficariam um vestido pra ela.

Arrumo as almofadas e deito no sofá. Minutos se passam e, só Deus sabe o quanto estou lutando para não sair desse cômodo.

Se comporte, Ethan.

Se comporte, Ethan.

Desligo as luzes, deixando apenas um dos lustres ligados e quando metade de mim já estava quase conformado de que não aconteceria nada aquela noite, sente uma parte do sofá afundar e o corpo de Marjorie se aproximar do meu.

Procura-se uma Secretária [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora