× PRÓLOGO ×

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- Jesus. - Sunghwa se assustou com a presença repentina do garoto, ela nem mesmo imaginou que ele chegaria tão rápido, visto que tinham telefonado para ele a menos de quarenta minutos atrás  - Alugou o trem bala?!

- Sua mãe me ligou. - ignorou a piada, sabia que a cunhada havia tentado de tudo para ele dar um mínimo sorriso nos últimos meses. Mas seu coração ainda estava aflito. - Ele... realmente acordou?

- Sim. - Sunghwa respondeu e sorriu ainda mais quando Yeosang também sorriu e pareceu quase chorar. - O médico está fazendo apenas alguns procedimentos, parece que ele ainda vai ter que fazer uns exames só para termos certeza de que vai ficar tudo bem. Minha mãe está lá, assim que ela sair, você entra.

Yeosang acompanhou as palavras da cunhada com um grande sorriso. Ele havia realmente acordado. Depois de cinco meses.

Seonghwa havia acordado.

Yeosang se sentiu triste por não estar no momento em que ele havia aberto os olhos. Queria estar ao seu lado quando as pálpebras se abriram e aquelas orbes castanhas, quase escuras, semelhantes a um preto, ficaram visíveis para o mundo novamente. Amava aqueles olhos.

Queria estar ali para lhe ajudar com a confusão que sentiu. Explicar oque havia acontecido. Talvez ficasse emocionado demais para explicar, mas queria ter estado ali de qualquer maneira.

Ele e Sunghwa saíram de seus pensamentos quando a porta do quarto abriu. Olhando com expectativa e encontraram Park Chinsun, ela estava tão emocionada que a primeira coisa que fez foi abraçar o genro. Ele retribuiu, só eles sabem o quanto de dor que sentiram desde o primeiro dia que Seonghwa entrou em coma.

- Parece que está tudo bem. - o médico apareceu e sorriu. - Ele responde a todos os estímulos e está conversando normalmente. Só está um pouco confuso, então não exijam muito dele.

- Eu posso ir ver ele?

- Pode.

- Eu vou ligar para os outros e dar a notícia, depois voltamos. - Yeosang concordou e foi em direção a porta, abrindo-a, entrando e fechando-a.

Seu coração deu duas batidas tão rápidas, que não sabia se era de felicidade ou medo. Ainda sentia que tinha algo errado.

Mas não queria pensar naquilo agora. Ele estava ali. Com vestes de hospital e olhando para aqueles montes de fios ligados a si.

- Oi.

O garoto deitado na cama de hospital virou a cabeça em direção a voz e de momento, franziu a testa.

- Oi? - respondeu e isso deixou Yeosang mais feliz e se aproximou devagar da cama.

- Eu estava aqui tem umas quatro horas, mas Hongjoong, Yunho e Mingi me obrigaram a ir pra casa. Eles disseram que eu estava péssimo e realmente, eu não tenho dormido muito. - começou a jogar as palavras e nem mesmo deixou o outro dizer algo. - Eu fui, mas não queria. Acho que teria sido melhor ficar aqui, não querendo ser egoísta com sua mãe e a sua irmã. Mas eu queria estar aqui quando você acordou.

Seonghwa franziu mais ainda a testa, em completa confusão. E Yeosang não percebeu isso.

Ele sentou na ponta da cama e tentou pegar a mão do outro, que a puxou rapidamente. Ele estranhou. Olhou para Seonghwa e percebeu aquele vinco entre suas sobrancelhas, ele sempre dizia que aquilo poderia deixar marcas, mas Seonghwa nunca deixava de franzir a testa sempre que estava confuso ou bravo.

Yeosang desistiu de sempre falar, então esfregava aquela área entre as sobrancelhas até ele desfazer aquela feição.

Sua mão parou no ar quando tentou fazer aquilo naquele momento.

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