As luzes da cidade já estavam acessas e tudo que eu queria era estar contemplando-as, mas eu não sabia o que fazer e nem qual decisão tomar, simplesmente tinha sido jogada de um precipício alto que eu ainda estava na queda, e o pior é que parecia que Billy estava com essa mesma sensação, isso se Bob também não estivesse sentindo isso.
— Me desculpe por tudo isso. – Eu finalmente quebrei o silêncio que pairava na sala. – Eu não imaginava que isso fosse acontecer...
— Não tinha como você saber. – Ele respondeu. – Eu sei que você teve boas intenções.
— Ela não costuma ser assim, na verdade você viu como ela estava animada quando estávamos no processo de te adotar.
— Talvez ela tenha mudado de ideia sem você perceber, essas coisas acontecem. – Ele pareceu não se importar, mas eu sabia que era doloroso para ele.
— Mas não deveriam acontecer!
— Quem sabe eu ainda posso voltar para o orfanato para que fique tudo bem entre vocês.
— As coisas não se resolvem assim, Bob. – Eu me sentei no sofá e o chamei pra fazer o mesmo. – Simplesmente não podemos achar que podemos jogar as crianças de um lado para o outro.
— Então eu posso ficar no quarto se quiserem, dá pra vocês fazerem o banquete e ainda verem as luzes de natal, eu prometo que não incomodo vocês.
— Seu bobo. – Fiz um carinho na sua bochecha. – Eu sei que você jamais nos iria incomodar e também não faz sentido te deixarmos de fora se agora você faz parte da nossa família.
— Mas não é isso que Billy parece querer...
— Eu devia ter imaginado que essas coisas acontecem, e também nem sempre tudo fica bem, de vez em quando vão ter discordâncias entre vocês dois, o que importa no fim é sempre dar tudo certo.
— E você acha que vai mesmo dar certo? – Ele me olhou preocupado.
— Minha intuição de mãe diz que sim, e ela diz também que Billy mesmo tendo essa atitude no fundo no fundo também quer que você esteja conosco.
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UM LUGAR PRA SE CHAMAR DE NOSSO
Short Story"Um incrível e comovente encontro de coração, que florescerá descobertas numa simples noite de natal."