Eu recebo minha primeira missão.

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SOPHIA

Ótimo... Tudo que eu mais precisava agora era ser filha de uma deusa que não pode ter filhos. Ela só pode estar de brincadeira comigo, por que eu não podia ser só mais uma filha de Zeus? Estava tão na cara que eu era. Eu posso criar tempestades, certo... Pelo que eu vi dos filhos de Zeus, não tenho nada a ver com eles, todos tem cabelos pretos, eu sou loira, todos são altos e fortes, eu sou baixinha e nem sei lutar, eu só pareço com Jason, apenas os cabelos loiros. Ainda não entendi por que ele tem cabelos loiros, mas tudo bem... Deve ter alguma coisa a ver com ele ter falado “Júpiter” antes de se corrigir, Júpiter é o nome de Zeus em Roma, certo? Ta, ok... Não vem me dizer que deuses romanos também existem? Isso só pode ser um sonho.

Quíron me mandou buscar minhas coisas no Chalé de Hermes e levar ao de Hera. É um chalé parecido com o de Zeus, trocando os raios por pavões e colocando romãs e flores nas janelas. Um chalé grande revestido de mármore branco e colunas gregas sustentando o teto. É totalmente vazio, parecia que ninguém o limpava à éons (Como eu sei o significado dessa palavra? Não faço à menor idéia...)

– Como está se sentindo? – Pergunta David, entrando pela porta do chalé, o vento batendo em seus cabelos loiros. Quando esse garoto vai parar de ser tão lindo? – Quero dizer... Com isso de sua mãe ser “a deusa do casamento que não pode ter filhos”.

– Não sei... Eu meio que fui um erro, eu não deveria existir, nasci de uma traição. – Falo e lagrimas se formam em meus olhos. – M- mas... Você podia estar aqui? Não é proibido entrar no chalé de outros deuses?

– Não sei. Ninguém me informou das regras ainda. – David disse, e entrou no chalé. – Eu queria te ver, saber se estava bem, fiquei preocupado.

Deuses... Como esse menino pode ser tão apaixonante? Como ele consegue me deixar vermelha sempre que fala comigo? Um dia eu vou descontar tudo em Hera por ser a deusa do casamento perfeito. Se isso estiver certo... David é o homem da minha vida? Eu amo esse garoto.

O toque de recolher soou ao fundo. David se despediu com um abraço e foi para o chalé de Apolo com Amber. Ele parecia já ter se enturmado, enquanto eu vou estar aqui nesse chalé, sozinha... Pra sempre...

Tirei a poeira da minha cama e deitei, acho que não deveria ter feito isso... Logo após fechar os olhos, tenho um pesadelo, um pesadelo terrível parecido com o de Amber, mas em outro local, parecia uma cidade, era bonita, com grandes casas em estilo italiano, com praças e fontes, varias pessoas correndo, idosos e crianças, e adolescentes com camisas roxas como à de Jason, porém eles usam armaduras de couro revertidas em ouro puro com espadas e lanças de ouro em mãos, eles lutavam com monstros gigantes, humanóides com pernas de dragão, dracaenaes (mulheres cobra), aqueles monstros peludos com rabo de escorpião que eu não sei o nome e cães pretos gigantes parecidos com o que Amber nos disse. Soldados saiam de prédios grandes iguais aos que eu vi no livro de História quando estudávamos Roma, se chamavam... Como é mesmo o nome? Coorte! É, isso. Olho para o lado e de um prédio parecido com um tribunal, sai uma mulher, com cabelos castanhos e um manto roxo, mas ela não sai andando. Sai montada em um lindo pégaso branco, voa por cima da batalha e do caos e quando ela olha na minha direção, uma olhar frio e sem expressão, ela desse rápido em direção à uma das dracaenae e corta o monstro ao meio, depois em vem com o pégaso para cima de mim com a espada em mãos como se fosse usá-la para me cortar. Eu acordo totalmente soada e assustada, com frio e calor ao mesmo tempo. (Isso é possível? Não sei.)

Olho pela janela e já está de manhã. Vou até o armário, o estranho, era que eu não tinha levado roupas pro acampamento, na mochila que Sra. Baynes me deu, só tinham suprimentos, água, comida e ambrosia. (Também ainda não sei como ela sabia desse negocio de ambrosia.), mas voltando ao assunto das roupas, no armário tinha todas as roupas que eu tinha no orfanato, todas mesmo, até as que não serviam mais em mim pareciam ter sido modificadas pro meu tamanho, vesti uma calça jeans rasgada no joelho, um tênis All Star com caveirinhas e uma camiseta do laranja do Acampamento que servia perfeitamente em mim. Ouço o som de uma trombeta, talvez seja o toque para o café da manhã. Quando saio pela porta do chalé, varias filas eram formadas de todos os chalés do acampamento, exceto o 8 que pertencia à Ártemis e o 20 que pertencia à Héstia, aquele com lareiras que eu achei melhor que o meu. Todos os campistas estavam me olhando e cochichando, menos Amber, David e Ellen, meus únicos amigos. Tinha uma, uma menina que se destacava naquele amontoado de adolescentes. Ela saía do Chalé de Afrodite, a garota era extremamente linda, abusava da maquiagem, mas não parecia importar, é como se ela não usasse maquiagem alguma, tinha uma postura arrogante e parecia não gostar de ninguém, usava um broche de uma pomba preso a sua blusa do Acampamento, em todos os chalés um dos campistas tinham um broche com o símbolo de seu pai. Ellen tinha um raio, era a única que eu sabia o nome, um do chalé de Apolo, onde Amber e David estavam, tinha uma harpa, uma menina com pele bronzeada e olhos verdes-mar tinha um com um tridente, deveria ser filha de Poseidon. Todos os que tinham o broche eram os primeiros da fila, os líderes, os manda-chuva, algo do tipo. E eu, claro... Estava sozinha, mas quem sabe eu não ganho um broche com em forma de flor de lótus? Dirigimos-nos para o refeitório, agora eu não sentava mais com os filhos de Hermes, estava em uma mesa sozinha, uma mesa que não estava lá na noite passada, todos os campistas ainda me olhando e cochichando com seus irmãos. Sanduíches de pasta de amendoim e geléia e bacons apareceram no meu prato e refrigerante de limão em meu copo, logo todos estavam tirando parte de sua comida e jogando em uma fogueira no centro do refeitório, eles faziam isso para agradar os deuses e faziam preces para seus pais. Quando chegou a minha vez eu disse baixinho:Espero que esteja feliz, sua filha foi rejeitada pela nova família dela.

Assim que me sentei, um raio caiu ao lado do refeitório com um barulho estrondoso que quase me deixou surda, uma águia brilhando forte estava ali parada onde caiu o raio, quando pisquei tinha um homem no lugar dela, com barba, cabelos pretos e um terno risca-de-giz, o homem brilhava assim como a águia e emanava uma aura forte e determinada.

– Lorde Zeus... – Quíron disse atrás de mim. – O senhor aparecendo pessoalmente aqui no nosso Acampamento. Alguma coisa deve ter acontecido.

– Olá, Quíron. Não nos vemos faz anos. – Ali estava o homem que provavelmente queria me matar, o rei dos deuses, o deus do Céu. – É bom vê-lo novamente.

– É uma honra tê-lo em nossa presença. – Quíron e todos os campistas se curvaram diante dele, o certo a se fazer, então presumo que devo fazer também.

– Fique de pé, menina. – Disse ele olhando para mim. – Você terá sua primeira missão hoje.

– Missão? Como assim... Eu acabei de chegar ao acampamento, nem tive treinamento ainda. – Eu disse assustada.

– Você terá uma semana para treinar com meu filho Jason, depois disso, você terá que partir em busca de sua mãe. Aquela traidora fugiu após lhe reconhecer como filha, você tem por obrigação achá-la e levá-la de volta ao Olimpo até o fim do mês, contando com a semana de treino, você tem exatos 30 dias para terminar essa missão, se não o fizer você morrerá e sua mãe será expulsa do Olimpo.

– M- mas eu não sou experiente nisso, por que não manda um dos campistas veteranos? – Gaguejei e senti um grande frio na barriga.

– Ela é sua mãe. Não há ninguém mais apto a fazer essa missão se não você. Siga para Las Vegas, lá você encontrará pistas sobre sua o paradeiro dela. Lembre-se... Até o fim do mês. – E então, com outro raio ensurdecedor, Zeus desapareceu, todos no refeitório fecharam os olhos, Quíron nos disse para nunca olhar quando um deus revela sua verdadeira forma, seu corpo seria completamente queimado.

Só me lembro de David e Amber gritando meu nome, então desmaio no chão do refeitório.

O herdeiro de HeraOnde histórias criam vida. Descubra agora