A adaga que pode matar qualquer coisa.

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MANDY

Ouvimos um som forte, agudo e quase que ensurdecedor. Minha primeira reação foi tapar meus ouvidos, então um calafrio passou por todo o meu corpo no momento em que uma gigantesca águia colidiu contra o chão com um impacto tão forte que fez o chão aos meus pés tremer. A águia agora tapava o caminho para o portão que separava o acampamento do mundo mortal e algo nela não me era estranho, mas isso não importa. O que precisávamos fazer agora é passar por ela e entrar no acampamento.

– Ótimo, mais uma distração de Zeus?! Esse cara não quer salvar a mulher dele, não? – Gritei tentando soar mais alto que o grito da ave.

– Não importa, só precisamos mandar ela para o Tártaro! – David disse e então sacou seu arco e Sophia a sua adaga. – Uma flechada certeira em seu olho deve resolver.

David atirou a flecha na direção do rosto da águia e com um movimento de sua asa fez com que a flecha ricocheteasse como se suas penas fossem feitas de aço. Foi então que me lembrei de uma história contada por Quíron em uma noite de fogueira logo quando cheguei ao Acampamento. Uma águia mandada por Zeus para punir o filho do titã Japeto, Prometeu, que roubara seu fogo e teria dado aos plebeus. Às vezes eu acho que os deuses são uns tremendos filhos da... Esquece.

– É Ethon, a águia que punia Prometeu nos tempos antigos! – A ave levantou voo e o vento que saiu de suas asas nos jogou para trás nos fazendo colidir contra uma árvore.

– Não me diga que essa coisa vai comer nossos fígados... – Disse Sophia meio tonta devido ao impacto contra o pinheiro que protegia o acampamento.

– Acredito que não. Não fizemos nada de errado que afete Zeus. – Respondi.

– Mas não fizemos nada de errado mesmo, nadinha, nenhuma coisinha mínima que seja.

– Me pergunto por que Zeus estaria querendo nos atrasar... – Murmurei. – A menos que não seja ele.

– O que... O que quer dizer...? – David me perguntou acordando de um breve desmaio.

– Nada... Só estou pensando alto. Mas não temos tempo para isso... Corram! – Ethon veio a toda velocidade em nossa direção, se não tivéssemos desviado, pelo menos um de nós teria sido perfurado pelo bico da ave. – Vocês dois, corram para o acampamento, eu vou distrai-lo!

– Nem ferrando que vamos deixar você sozinha lutando contra AQUILO! – Sophia apontou desesperadamente, me virei a tempo de conseguir desviar de mais um ataque frontal de Ethon.

– Passem pela barreira... AGORA! – Falei com uma autoridade na voz que até eu mesma me senti tentada a correr para a barreira, mas eu não poderia correr o risco de quando voltarmos, Ethon ainda estar nos esperando.

Sophia e David foram caminhando de costas para a barreira bem devagar, tirei a caixa de sapatos que Hermes me deu da mochila e calcei-os rapidamente, vi os olhos de Ethon virarem em direção a eles e então ele deu um terceiro bote.

– Maia! – Gritei. Então as asas do sapato começaram a se mover e eu comecei a flutuar, peguei minha marreta flamejante no cinto de ferramentas e acertei com toda a minha força a cabeça de Ethon.

– Touchdown! – Gritou David. Sorri pra eles e os vi adentrando pela barreira mística.

Uma flecha brilhando passou zunindo em meu ouvido acertando em cheio o olho de Ethon que pareceu ficar tonto. Acertei a marreta na parte debaixo de sua cabeça e a águia foi jogada para trás colidindo com a barreira que protege o acampamento e se desfez em areia dourada. Desci ao chão um pouco desequilibrada nos tênis, mas consegui não me machucar.

O herdeiro de HeraOnde histórias criam vida. Descubra agora