Era Uma Vez...

Come along

Julian estranhou a demora do amigo e resolveu checar, entrou na casa silenciosamente, fazendo sinal para os cães lhe esperarem.
Estava tudo escuro e silencioso, exceto por um arrastar no andar de cima, ele leva a mão ao cabo de sua espada e começa a subir as escadas devagar, vendo três portas; parte para a mais próxima de onde estava no andar de baixo. 
O arrastar continuou, seguido de sussurros incompreensíveis, de repente o chão estala com o peso do rapaz, o fazendo parar no lugar.
Os sons continuam, então ele conclui que não o ouviram, e abre a porta devagar, colocando apenas a cabeça para dentro; logo algo acerta sua cabeça e ele caí no chão, porém não desmaia. 

Alguém o puxa para dentro com cuidado, e ele sente seu corpo ser enrolado com algo, agora estava sentado no chão, sua cabeça latejando e alguém está amarrado consigo; provavelmente Lucio.
Uma cortina é aberta, lançando luz em sua direção. 

-- Quem são vocês, e como conseguiram nos encontrar? - uma voz trêmula questiona. Algo frio e afiado toca seu queixo, o fazendo olhar para cima. Uma garota. Não. Um garoto, ele pode notar, apesar de suas roupas. - responde! - sua pele era pálida, e não parecia ter muita força também, mas portava uma adaga, e seu olhar era determinado. Julian pensou que seus olhos pareciam pequenas obsidianas. 

-- Ah… - abriu a boca para falar, desviando o olhar para o lado, notando outra figura; seus longos cabelos percorriam o quarto, e sua pele era escura, lembrava ébano. Ele notou que seu cabelo o envolvia, amarrava. - Isso tudo é cabelo? 

-- Responda a minha pergunta! - o garoto exclamou em alto e bom som, fazendo Lucio começar a despertar. 

-- C-certo, perdão. - limpou a garganta. - Sou o príncipe Julian Devorak, de Nevivon. - o nome do reino fez o garoto de cabelos azulados franzir o cenho, como se reconhecesse. - E esse aqui é o príncipe Lucio Montag Morgasson, da Vesuvia. Nós achamos sua casa no caminho para meu reino, e estávamos procurando abrigo da chuva, sinto muito, não queremos causar problemas. 

-- Príncipe? - Yuuri perguntou; se lembrava do que a madrinha havia dito antes de partir; "não confie em príncipes, eles vão tentar casar com você é te privar de sua liberdade!", a madrinha sabe mais, ele disse para si mesmo. - Seu amigo… Lucio, ele tentou beijar o Charlie, isso não é buscar abrigo! 

-- Princesa… - Lucio murmurou, finalmente despertando. Moveu a cabeça freneticamente, tentando se soltar de suas amarras. - Onde está! O que tá acontecendo? 

-- Mil perdões por isso, ele é um idiota, quando nasceu um bode deu uma cabeçada nele. - Julian suspirou. - Lucenzo, você invade a casa e ainda tenta beijar o dono? Não foi essa a educação que te deram! 

-- Eu devia jogar vocês dois na chuva! - Charlie exclamou, tirando a adaga de perto do ruivo, andando ao redor dos príncipes até chegar no loiro escandaloso, que sorriu ao lhe ver. - Pervertido! 

-- Princesa! Por favor, case comigo! - A adaga foi posta a centímetros de seu rosto. - O-Opa, cuidado com isso, é afiado.

-- Peça perdão, cabelo de seco! - exigiu. - Não me casarei com você, não o conheço e você tenta beijar pessoas desacordadas, seu esquisito!- cada palavra atingia o ego do príncipe como uma flecha. - além de invadir a casa dos outros! 

-- O-O que? Meu cabelo não parece milho seco! Eu sou um príncipe, você devia se casar comigo, não me amarrar e me ameaçar! Princesa ingrata! - Charlie estava indignado com a audácia da que homem.

-- Yuuri, me empresta a frigideira, eu vou amassar esse nariz de passarinho! - Lucio arregalou os olhos. - Eu ia deixar vocês Sair em pacificamente se você pedisse desculpas, mas agora vou fazer sopa com você! - Yuuri lançou a frigideira para Charlie, que guardou a adaga no vestido. Quando ergueu a panela para bater em Lucio, o príncipe começou a se desculpar rapidamente, e ele parou.