Of Monsters and Men

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Um coro de burburinhos preencheu o salão, mas logo foi calado com um único acenar da mão de Nadia, que deu um passo a frente, confusa com a situação.

-- Perdão, e a senhora seria? - apesar de tudo, ela mantinha sua calma e compostura.

-- Sou a responsável por essas duas princesas, e eu me lembro de ter as proibido de sair de casa, principalmente com príncipes. - a madrinha ralhou, seus olhos azuis brilhavam em fúria, os cabelos ruivos que outrora estiveram sempre arrumados em cachos perfeitos, agora se encontravam bagunçados, caindo em cascata sobre seus ombros. Anastasya era uma mulher assustadora. - Agora, vamos embora! 

-- Não. - Todos os olhos se voltaram para Charlie, que estava parado no altar. - Madrinha, você mentiu; o mundo não é como você disse, os príncipes não são como você disse. Madrinha… por que mentiu? 

-- Mentir? Querido, eu não menti! Pergunte ao seu príncipe, quantos necessitados ele ajudou? Ele é conhecido por suas festas fabulosas, mas nunca, nunca permitiu que os necessitados viesse partilhar de sua comida, a cidade está ruindo por negligência desse traste! - A madrinha argumentou, apontando para Lucio, que parecia nervoso. 

-- Em realidade… - Nadia tomou a palavra. - O príncipe não pode dar festas se não em seu aniversário, e pelo que me consta, o problema dos necessitados está sendo resolvido a meses, tanto que restauramos o Distrito alagado, e trouxemos de volta o comércio por lá. - Anastasya vacilou, Lucio sorriu. - Peço encarecidamente que não espalhe esses boatos.

-- Madrinha, eu não irei voltar. - Charlie desceu calmamente do altar, indo em direção à mulher E segurando seus ombros. - Yuuri e eu ficaremos, eu quero mostrar o mundo para ele! Veja, nós estamos bem, eu e ele, contanto que estejamos com Lucio e Julian… nós estaremos bem. Eu quero levar ele para conhecer Brunbjørn comigo, quero que os três conheçam, quero rever minha família, madrinha… venha conosco! - ele sorriu. 

-- Ir com… vocês? - uma risada de escárnio saiu de sua boca. - Charlie, querido, não diga bobagens! Não seja tolinho, venham com a madrinha, a madrinha sabe mais! - as mãos da mulher se aproximaram do rosto da princesa, que deu um passo para trás. 

-- Não. Eu quero ser livre, eu mereço isso, o Yuuri merece isso! Se você não virá conosco, se tudo o que quer é atrapalhar meu casamento, eu terei de pedir que saia. - respirou fundo. - Não, eu ordeno que saia.

-- Ordena? A mim? Quem você pensa que é?! Eu te criei, sem mim você não é nada! 

-- Está errada. - Yuuri se aproximou, seguido pelos príncipes, e pegou a mão de Charlie, entrelaçando seus dedos. Lucio pegou a outra, enquanto Julian pegou a dele. A madrinha parecia incrédula. - Ele é o Charlie.

-- Ele é o príncipe herdeiro de Brunbjørn, Magnus Terceiro. - Julian sorriu. - e é um herói.

-- Ele é forte como dez homens, e ele é a nossa princesa. Você não vai levar ele embora. - Lucio a encarou como se a desafiasse. - Nem em um milhão de anos. 

-- Você os ouviu. Agora, saia daqui. - Charlie estava feliz, finalmente. Porém Anastasya não compartilhava de sua felicidade.

-- Princesa? Herói? Não, você não é nada disso. - seus olhos brilharam, mudando do azul para o vermelho. - Eu sei o que você é, eu sei o monstro que você é. - Ela deu as costas para os quatro, se virando para a plateia que assistia tudo aquilo. - Ouçam bem, Vesuvianos! Sua princesa é um monstro cruel e sanguinolento, e eu irei mostrar! 

-- Charlie, do que ela está falando? São três da tarde! - Yuuri sussurrou, porém Charlie parecia tão confuso quanto ele.

Ouça bem, e atenção 
As aparências enganam 
Mas a magia, não! 

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