Capítulo 1

6 1 0
                                    

  Olá você que lê esse relato! Meu nome é Juliette e venho aqui para vos contar a experiência mais louca da minha vida.
  Na época eu era jovem, em torno dos meus 25 a 30 anos (hoje tenho 54 anos) e era uma mulher já formada com meu trabalho fixo e também noiva do meu atual marido que sou muito feliz graças a esse Deus. Meus pais ja haviam falecido pouco tempo e estava tentando ficar bem daquele luto. Pelo menos eles foram embora dormindo, e incrivelmente, os dois morreram juntos, so com algumas horas de diferença. Continuando, para me livrar daquela dor insurportavel do luto, resolvi passar 15 dias na casa de minha tia (irmã de minha mãe) afinal fazia muito tempo que não tinha a visto e a mesma não pôde ir ao velório de sua irmã.
  Contei a minha decisão para meu noivo e ele disse tudo bem, que aquilo faria bem a minha mente e minha saúde; ligaria todos os dias para mim, caso alguma coisa acontecesse e que claro, para que segundo ele as saudades não intensificassem. Pois bem, viajei até a sua fazenda no interior e fiz a surpresa para ela. Dona Flávia amava surpresas, gostava principalmente que tivesse comida no meio para que ela devorasse tudo. Reencontrei ela e ela amou minha presença em sua humilde casa, amou por também eu lembrar dela já que todos da família a tinham a abandonado por causa de suas crenças "diferentes". Não ligava para aquilo, o que importava é que ela era a minha tia, fazia parte da minha família, era o meu sangue e era a irmã mais nova de minha mãe.
  Sua aparência estava magnífica. Uma senhora de 65 anos que parecia mais uma mulher de 35, com um vestido belíssimo que aparentava ser caro e ainda a mesma usava joias em seu pescoço e brincos que pareciam ser de ouro. Eu me supreendi, não sabia que minha tia estava tão bem de vida. Tinha rejuvenescido e ficado rica. Bom, eu não liguei muito para aquilo, aliás eu sabia que ela poderia se dar bem na vida profissional por ser bastante inteligente e ter "dons" de costura. Ainda desenhava vestidos para dar ideias a uma loja específica que trabalhara um dia, mas como ela já ficara mais velha, decidiu trabalhar em casa para mais tranquilidade. A loja aceitou, pois não queriam perder aquela belíssima trabalhadora que fazia de tudo por aquela loja.
  Sua casa na fazenda, não era muito grande, era simples. Embora minha tia tivesse se mostrado muito chique e rica, ela não mostrara isso nos móveis e nem da própria casa.
  Sua casa não era tão grande, era simples, havia dois quartos; um quarto de hóspedes e o outro, o quarto dela. Tudo parecia bem, em ordem, cozinha, sala de estar, apenas um banheiro, tudo normal. Mas em um determinado canto da casa havia um tipo de altar com velas acesas, um pouco de carne crua coberta por um véu e ainda havia uma foto de uma cabra branca. Não entendi muito bem o que significava tudo aquilo e decidi perguntar a minha tia, como ja estávamos na cozinha e tomando uma xícara de café senti-me avontade de perguntar sobre aquele altar. A indaguei e ela ficou um pouco brava por aquela pergunta tão de repente, mas mesmo assim falou sobre o que era. Segundo minha tia aquele era o altar de sua amiga Lunar e que todas de seu grupo de bingo havia um altar igual a esse. As velas era para guiar sua amiga, a carne crua coberta com o véu era a oferenda e a foto, claro que era a foto dela, da tal "Lunar". Lunar. Lunar. Após ela falar esse nome, não parava de mencionar, de glorificar este nome chamando-a de deusa da riquesa e da beleza e que esta era o motivo de ela estar tão bela e com aparência jovem.
  Não podia crer naquilo. Ela estava adorando um animal? Uma entidade que tinha aparência de cabra? Ou o que? Aquilo era brincadeira? Aparentemente não, não mesmo! Ela estava muito séria quando falava sobre aquilo. Eu mal podia acreditar na minha tia falando de uma cabra e a glorificando.
  Passou um tempo, conversamos outras coisas fazendo eu esquecer desse assunto e passou. Horas mais tarde ela me convidou para irmos jogar bingo em um grupo que ela frequentava quase todos os dias, achei ótimo, gostava de jogar bingo e passar o tempo, pelo menos distrair a cabeça e passar algumas pequenas raivas as vezes. Se arrumamos e fomos de carro até o grupo. Era um grupo não tão grande de senhoras que se vestiam quase iguais a minha tia, todas chiques e bem arrumadas, e de longe se podia sentir aquele perfume sutil de perfume caro. Aquelas senhoras aparentavam ser normais, mas as vezes falavam coisas estranhas sobre umas tais de negras e uma coméia. Falavam mal das negras e sempre tentavam não citar elas falando de como a coméia esta grandiosa e que como a dona Lunar cuidava-as muito bem.
  Tudo bem, pensei que aquilo passaria e que tudo voltaria ao normal, porém, não foi como pensei.

A Cabra LunarOnde histórias criam vida. Descubra agora