Capítulo 9.

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(...)

"Estou ouvindo vozes o tempo todo e não são minhas."

Jennie

Passei um ano me preparando para assumir o trono e finalmente estava pronta, eu sabia que era digna de ser uma boa rainha.
Apesar de tudo, queria ao menos ter minha liberdade, principalmente agora, que estava sendo forçada a casar com uma completa desconhecida cuja família queria destruir a minha, na primeira oportunidade que houvesse.

Estava esperando uma decisão mais pacífica e individual naquela audiência... Mas tinha que ser assim e não adiantava lamentar.
Desde aquele dia, uma tristeza avassaladora tomou contou de mim.

Minha mãe fez questão de fazer meu vestido e neste exato momento, ela terminava de arrumá-lo.

Eu não estava casando por amor, então, não precisava de festa, só a assinatura do documento estava de bom tamanho. A única decisão que pude tomar, e assim fiz.

-Está tão linda, meu bebê!- Ela disse, limpando as lágrimas.

-Não chore, mamãe. Não chore...- Limpei as lágrimas, que insistiam em cair repetidamente.

-Eu sinto muito, filha! Por não ter conseguido fazer nada...- Alguém entrou na sala, interrompendo nossa conversa.

-Jennie, perdoe-me, meu bebê! Se quiser desistir, pegue suas coisas e vamos embora!- Meu pai falou desesperado.

-Não, papai. Deixe-me fazer o correto.- Desci do pedestal que se encontrava no meio da sala de espelhos, com bastante dificuldade, por causa do meu vestido, um verdadeiro exagero.
Minha mãe havia trabalhado bastante nele, modelando o tecido branco para que ficasse o mais aberto e volumoso possível, acrescentando ainda, grandes detalhes em dourado por todo o seu redor.

-Jennie, meu amor.- Aproximou-se de mim, pondo suas duas mãos calmamente em minhas bochechas, fazendo-me o olhar nos seus olhos. -Eu não queria este destino para você.- Seu olhar era de preocupação e tristeza. -Ah, Jennie, perdoe-me novamente.- Beijou minha testa e veio para um abraço, enquanto chorava e soluçava.

Deixei que me envolvesse com seus braços, afogando meu rosto em seu peito ao mesmo tempo em que apertava a gola da sua roupa de lã. Minha mãe me envolveu por trás, quando ficávamos assim, eu me sentia segura, protegida e apta a fazer qualquer coisa, pois me sentia confiante.

-Prometam que estarão sempre comigo.- Falei abafadamente.

-Nós prometemos nunca te abandonar.- Falaram em uníssono como se soubessem exatamente o que iriam dizer.

(…)

Este ano passou tão rápido quanto eu temia, parece que tudo que aprendi e aperfeiçoei, foram apenas minutos deixados no passado, mesmo que eu o tenha aproveitado muito.
O dia da cerimônia de coroação seria um dia após o casamento, que aconteceria amanhã.
Os preparativos estavam à todo vapor, mesmo eu não estando no mesmo ritmo, ver o quanto todos se esforçaram para que o casamento ocorresse, causava em mim crises respiratórias só de pensar.
O mestre da cultura, encarregado de organizar eventos para o Reino, ofereceu-se para ornamentar toda a cerimônia, junto com um pequeno grupo de pessoas da cortesia.

Os últimos ajustes no vestido foram feitos, o que durou a tarde toda. Ver o pôr do sol, enquanto seu brilho dava contraste as pessoas trabalhando lá em baixo, fazia-me desejar que o dia seguinte nunca chegasse. Mas ele logo chegaria...

(…)

O dia da cerimônia havia chegado e eu não conseguia ficar empolgada com nada. Só me restava inseguranças.

Destinadas a Realeza - ABO - JenLisaOnde histórias criam vida. Descubra agora