Capítulo 8

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O almoço com Matt é surpreendentemente agradável. Ele me conta mais sobre Steve, apesar de eu não pedir, mas se confessa aliviado só de poder falar sobre ele. Matthew admite que nem sempre esteve ao lado dos filhos e da esposa, mas que, sempre que Steve precisava, ele largava tudo. Aparentemente, aquele laço criado pelo SEAL era indestrutível.

Ele não debocha de mim quando pergunto o que é "buds", mas parece estar segurando um sorriso enquanto explica que BUD/S é um programa de treinamento da Marinha. Quando terminamos de comer, tenho uma noção melhor do Royal pai: dedicado, meio obstinado e não totalmente no controle da própria vida. Ficamos longe do assunto dos filhos dele, mas, quando voltamos para a casa, fico tensa quando os portões se abrem.

- Eles vão mudar de ideia - diz Matt de forma encorajadora.

Encontramos os garotos reunidos em uma sala grande na ala direita da casa. A sala de jogos, é assim que Matthew a chama. Apesar das paredes pretas, a sala é enorme, por isso não parece uma caverna. Os garotos nos recebem com um silêncio gélido, e as garantias anteriores de Matthew de repente não parecem convincentes.

- Aonde vocês vão hoje? - pergunta Matt em tom casual.

De início, ninguém diz nada. Os mais novos todos olham para Bailey, que está encostado em um banco de bar, um pé no chão e o outro apoiado em uma barra entre as pernas do banco. Noah está atrás do bar, as mãos apoiadas no balcão, vendo tudo.

- Josh? - diz Matt.

O mais velho dá de ombros.

- Sina vai dar uma festa.

Bailey se vira e faz cara feia para Josh, como se ele fosse um traidor.

- Vocês vão levar Shivani à festa - ordena o pai. - Vai ser bom para ela conhecer os novos colegas de turma.

- Vai ter bebidas, drogas e sexo - debocha Bailey. - Você quer mesmo que ela vá?

- Prefiro ficar em casa hoje à noite - digo, mas ninguém presta atenção em mim.

- Então vocês cinco vão cuidar dela. Ela é irmã de vocês agora. - Matthew cruza os braços em cima do peito. É uma competição de teimosia, e ele quer vencer. Também parece totalmente despreocupado com a parte das "bebidas, drogas e sexo". Incrível. Isso é mesmo fantástico.

- Ah, você a adotou? - pergunta Bailey com sarcasmo. - Não devíamos ficar surpresos. Fazer coisas sem nos avisar é um costume seu, não é, pai?

- Eu não quero ir à festa - eu interrompo. - Estou cansada. Fico feliz de ficar em casa.

- Boa ideia, Shivani. - Matthew descruza os braços e coloca um ao redor do meu ombro. - Você e eu vamos ver um filme.

Um músculo treme no maxilar de Bailey.

- Você venceu. Ela pode ir com a gente. Saímos às oito.

Matthew baixa o braço. Ele não está tão alheio quanto pensei. Os garotos não querem que eu fique sozinha com ele, e Matthew sabe disso.

Os olhos castanhos bronzeados de Bailey se dirigem a mim.

- É melhor subir e ficar apresentável, mana. Você não pode estragar sua grande estreia aparecendo desse jeito.

𝑷𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒆 𝑷𝒂𝒑𝒆𝒍Onde histórias criam vida. Descubra agora