Um Toque do Destino

Prólogo

" Brilha, linda flor

Teu poder venceu

Trás de volta já

O que uma vez foi meu

Cura o que se feriu

Salva o que se perdeu

Trás de volta já

O que uma vez foi meu

Uma vez foi meu..."

Encanto da Cura - Enrolados ( Disney)

A Aurora Boreal tocava as nuvens antes tímidas, escondidas em meio ao breu, as presenteava com danças luminosas que traziam a energia de um novo dia. Longe, a luz solar nascia pronta para iluminar mais uma bela manhã em Boston, Estados Unidos.

Em sua janela, encantada pela cor alaranjada do amanhecer, uma menina tão bela quanto quieta observava intrigada a beleza da natureza.

- Querida, venha. - Ouviu a voz suave de sua mãe que, mesmo cansada de trabalhar mais um turno no bar, sempre lhe oferecia um sorriso gentil.

Rapidamente, obedeceu. Tirou seus cotovelos da janela, não sem antes dá um breve aceno paro o Sol, seu amigo de todas as manhãs.
Sorridente, desceu do pequeno banco que usava para alcançar a janela. Afinal, seus 8 anos de idade eram quase imperceptíveis por causa da sua altura.

A mulher de semblante exausto, afastou a franja ruiva e depositou um beijo em sua testa. Seguido de um leve acariciar em seus cabelos compridos.

- Está tão crescida. - Tocou-lhe a face coberta de pequenas sardas sobre as bochechas rubras. - O que acha de aparar essa franja, minha menina? - A ideia não agradou a pequena que logo emburrou e se afastou de sua mãe que não conteve uma risada.

Sua filha sempre fora quieta mas, não gostava de cortar os cabelos.

- Não quero, mamãe. Por favor, não corte o meu cabelo, quero ficar igual a Rapunzel. - Sorriu mostrando a janelinha causada pelo bendito dente que caíra na noite anterior.

Convencida, a mãe se agachou e deu um leve tapinha em sua cabeça.

- Está bem, está bem. Não cortaremos, tá bom? - Eufórica a menina pulou nos braços da mulher que logo a abraçou apertado. - Sabe que mamãe te ama muito, não sabe? - Sussurrou causando estranheza na menina que se afastou para fitar sua face tristonha.

- O que houve, mamãe? - Ergueu a pequena mão e acariciou a face pálida e magra. - Se é porque não iremos jantar hoje, não tem problema. Sei que meu papai precisa dos remédios. - Um lágrima desceu pelo rosto da mulher que logo foi contida pelos dedos frágeis da menina. - Não fique triste. Logo serei grande e irei trabalhar! Terei um monte de dinheirinho e a senhora não irá mais precisar trabalhar até de manhãzinha. - Garantiu enquanto lhe fazia carinho na face.

Mesmo sendo pequena, a doce criança entendia as dificuldades que passava. As vezes ficava triste por não ter brinquedos, mas logo se alegrava ao lembrar que a sua imaginação a fazia flutuar rumo ao novo mundo.