Capítulo Dois

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"E eu vou me levantar

Eu vou me levantar como o nascer do dia, eu vou me levantar

Eu vou me levantar sem medo, eu vou me levantar

E eu vou fazer isso mil vezes

E eu vou me levantar

Alta como as ondas, eu vou me levantar

Apesar da dor, eu vou me levantar

E eu vou fazer isso milhares de vezes

Mas eu prometo que vou levar o mundo a seus pés

E mover montanhas

Levar o mundo a seus pés

E mover montanhas"

Rise Up - Andra Day
















Acordo assim que a porta se abre revelando minha mãe com uma colher de pau na mão.

Limpo a baba seca do canto da boca e quase morro do coração ao ver que quase melei o caderno.

Ninguém merece.

- Já amanheceu, minha menina. - Droga! Me levanto aos tropeços da cadeira e sinto uma dor absurda na coluna. - Não acredito que dormiu de novo em cima desses livros, Verônica. - Coloca a mão na cintura incrédula.

Passo a mão por meus cabelos e fito seu rosto sério.

- Ah, mãe... - Ergue a mão e nem me esforço em dá uma desculpa.

- Quantas vezes só essa semana? - Nega com a cabeça. - Meu amor, eu fico muito feliz com seu esforço e força de vontade, mas, você tem que ter sustância para aguentar estudar. E, tudo tem limite, Verônica. Nada demais nunca prestou e não será agora que irá prestar. - Suspiro vencida.

Ergo as mãos em sinal de rendição.

- Certo, Dona Bernadete. A senhora venceu. - Pisco um olho e ela me abraça forte.

- Está na hora de ganhar uma carninha nessas cadeiras. Isso é falta de caldo. Viu aí? - Aperta meu quadril e gargalho. - Falta de sustância. - Nego com a cabeça e lhe dou um beijo na bochecha.

- Mãe, você venceu. - Ergo as mãos em rendição. - Vamos lá comer. - Seus olhos brilham e ela agarra minha mão com sorriso contagiante no rosto.

Descemos os degraus com rapidez e logo dou de cara com meu pai que está com uma revistinha de palavras cruzadas.

- Não vou mais fazer essa porra! - Joga a revista em cima da mesinha de centro com a cara emburrada. - Não encontro a porcaria da palavra. É tudo mentira desse povo que escreve essa negócios. - Aponta para a revista. - Tudo balela para enganar pobre e arrancar o dinheiro que a gente já não tem. - Cruza os braços e sorrir quando me ver. - Bom dia, filha. - Solto a mão de minha mãe e vou até ele lhe dando um abraço apertado.

- Bom dia, pai. - Me afasto pegando a revista. - O que o pobre papel de fez? - Folheio um pouco não sabendo como meu pai teve a paciência de fazer tantas.

Um Toque do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora