Ódio e mais ódio

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    As pessoas tem medo do escuro, mas não tem medo da claridade, que revela tudo o que as assusta.
  


Fiquei algumas horas ainda deitada no colchão improvisado de cobertores, um antigo jogo, conhecido como "forca" está riscado no quadro, e isso me deixou paranóica por um longo tempo, quando recuperei as forças, quis correr daqui, mas Emma chegou, com James, eles se sentaram do meu lado, prometendo nunca mais me deixar mais de dois minutos sozinha.
Eu consegui voltar a falar pouco a pouco, minha garganta ainda está um pouco inchada, e avermelhado, vou ficar com hematomas pelos próximos dias. Mas estou viva, e isso é o que importa.

Emma trouxe uma sopa rala para mim, ela disse que viu na internet, com a ajuda de Henry e seu "tal de computador".
Isso me ajudou a recuperar as forças ainda mais rápido, tomei água, muita água, que doeu para descer, mas ajudou.

James aparentemente não comentou sobre o que aconteceu com ela, sobre o beijo, e tenho minhas dúvidas, se ele pretende mesmo contar.

- Ele é ridículo, não acredito que foi capaz.- Ela sibilava furiosa de tempos em tempos.

- Pensei que, ele fosse legal.- Falo tirando uma mecha de cabelo do olho.

- Ele era, ao menos comigo, não sei o que deu nele. Ele sabe que você é importante para mim.

- S-13 nunca foi legal, ele é cruel, controla as pessoas, é calculista e manipulador.- Diz James.

Emma pareceu incomodada, mas não disse nada, ela entende o quão chateado James também está.

- Posso me levantar?

- Você deve se levantar, em alguns minutos Ethan quer todos reunidos no pátio, para uma reunião, ele iria começar antes, mas James conseguiu convencer ele a esperar por você.

- Como?- Pergunto surpresa.

- Eu disse a ele que você está conosco e pronto, e que caso tente algo ou te deixe de fora, vai ter que seguir o plano com metade do grupo. Henry, Emma, Nana e Lucy concordaram.

Um sorriso aparece no meu rosto, é quase inevitável, estão mesmo me protegendo.

Eu me inclino para abraçar Emma e agradecer, ela recebe o abraço como uma irmã, e James, abraça nós duas. Nunca me senti tão bem quando agora, meu pai ficaria orgulhoso de me ver com amigos assim.

Seguimos para o andar de baixo, Emma está segurando minha mão, e eu me pego pensando em uma forma de escapar por dez minutos, correr para fora, encontrar um telefone e ligar para meu pai, preciso saber se ele está bem.

O pátio, nada mais é que uma quadra sem metade das telhas, com cercas vivas crescendo em volta, todos estão ali, alguém se deu o trabalho de colocar uma cadeira para cada um.

Henry está focado num notebook, é o tipo de garoto que tiraria uma nota máxima em qualquer prova que fizesse, Luke está conversando com Lucy e Nana, os três sentados no chão de pernas cruzadas, parecem contentes com alguma coisa.

- Fique tranquila.- James sussurra do meu lado.

Angel acena de longe, mas não sai de perto de Ethan e S-13, este, olha para mim, e acena sorrindo, como se nada tivesse acontecido.

O silencioso mundo de Sammy Bloodstern Onde histórias criam vida. Descubra agora