Quase outro dia comum

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      O amor bonito e colorido, é o mesmo pelo qual você é capaz de coisas terríveis.

 

Quando acordamos, pensamos "Esse dia vai ser melhor", e quando acontece uma tragédia, pensamos "As coisas vão melhorar", mas nada disso é verdade, as vezes seu último dia bom já foi, e as coisas nunca irão voltar a ser como eram, e nada nunca vai melhorar, as vezes... A tendência é só piorar. E não faz mal, se chama vida, ela tem surpresas, autos e baixos, e as vezes só baixos. Não há como saber, então pensar que o dia vai ser melhor, ou que a dor de uma tragédia vai passar, nada mais é que seu cérebro te confortando para te fazer seguir em frente.

Então eu vou sorrir, vou fingir que está tudo bem, vou aproveitar esse pequeno espaço antes da guerra, pois temo que as coisas não melhorem depois.

- No que está pensando?- James me pergunta com seu olhar profundo me encarando de perto.

Estamos sentados nos fundos da quadra abandonada, ele estendeu uma toalha na grama, onde estamos sentados, olhando para muitas árvores, e pequenas flores amarelas... Confesso que nunca vi tantas, as colônias costumam ser muito padrões, com poucas reservas, até onde sei, a única em Andrômeda fica perto da minha casa, nunca vi outra.

- Em um motivo para ter me trazido até aqui.

- Queria ficar sozinho, com você.

Acho que isso eu já era um tanto óbvio.

- Angel não se importa? Considerando o passado de vocês.

Ele sorri:

- Ela é minha amiga, assim como Emma e...- Ele pensa um pouco.

- Você e Emma nunca transaram.

Ele pensa um pouco.

- Nossas vidas no laboratório não são nada, essa é a verdadeira, onde temos escolhas.

Escolhas... Interessante como também nunca tive uma de verdade.

- Ela não parece gostar muito de mim.

- Ela também não gosta muito da Emma, nem da Lucy, acho que... É apenas o jeito dela.

- Devo me preocupar?

Ele se aproxima um pouco sorrindo, segurando meu rosto e me beijando, já estou quase me acostumando. Isso significa que estamos namorando? É exclusivo? Somos oficialmente um casal?

De qualquer forma, acho que é essa a sensação de estar apaixonada. Correspondo o beijo, pensando se isso iria mais longe se não estivéssemos ao ar livre. Mas acredito que ainda seja muito cedo para isso, e, bem... Talvez um pouco estranho.

- Chega gatinho, antes que alguém nos pegue aqui.- Digo me afastando um pouco.

Ele sorri, mas não se afasta.

- Caso não tenha percebido, temos dois telepatas entre nós, não há segredos.

- Bom, nesse caso terei que apagar alguns do grupo. Sabe, com um golpe de karatê.

- Karatê é?- Ele ri.- Sabemos karatê, jiu jitsu, muay Tay e Kung Fu. Sem mencionar nas outras diversas táticas de defesa pessoal, agilidade e habilidades especiais.

- Okay, sem Kung Fu.- Suspiro, segurando a mão dele repousada no meu joelho.

- Você poderia tentar... Olhos misteriosos e profundos...

- Então eu choro e digo, "OH NÃO, NÃO CONTEM O MEU SEGREDO".

Ele leva a minha mão a até a boca, dando um beijo inocente, e então repousando em seu rosto.

O silencioso mundo de Sammy Bloodstern Onde histórias criam vida. Descubra agora